Na reta final de 2025, Ibovespa garante ganho de 1,5% na semana e dólar acompanha
A liquidez reduzida marcou as negociações na semana do Natal, mas a Selic e o cenário eleitoral, além da questão fiscal, continuam ditando o ritmo do mercado brasileiro
O combo de baixa liquidez e reavaliação de risco ditou o ritmo dos negócios na semana que acabou. Ainda assim, o Ibovespa conseguiu terminar os três pregões do período do Natal com ganho acumulado de 1,5%. O dólar à vista acompanhou, mas em ritmo bem mais modesto. A moeda norte-americana avançou 0,27%.
A semana começou com os investidores digerindo um conjunto de fatores, entre eles, o desconforto com o cenário fiscal e a reação às mudanças nas expectativas para a trajetória da Selic, após a divulgação do Focus.
A mediana do relatório mostrou que a projeção para a Selic no fim de 2026 subiu de 12,13% para 12,25%. Há um mês, estava em 12,00%. No último dia 10, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica em 15% pela quarta vez seguida.
No campo setorial, a alta das commodities deu algum suporte ao Ibovespa na segunda-feira (22), mas foi insuficiente para compensar a fraqueza de segmentos mais sensíveis aos juros. As ações da Vale (VALE3) avançaram quase 3%, acompanhando a alta do minério de ferro, enquanto os papéis da Petrobras (PETR4) subiram em linha com a valorização de cerca de 2% do petróleo no mercado internacional.
O principal índice da bolsa brasileira acabou o primeiro pregão da semana do Natal com queda de 0,21%, aos 158.141,65 pontos.
Na terça-feira (26), o pregão foi marcado por uma recuperação: o Ibovespa subiu 1,46%, para 160.455,83 pontos na máxima do dia e no melhor nível desde o último dia 15.
Leia Também
Além da correção de um excesso de pessimismo observado nos últimos dias, analistas disseram que o cancelamento da entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Metrópoles foi interpretado como um sinal de incerteza em relação à consolidação da candidatura do senador Flávio Bolsonaro à presidência em 2026 — o que contribuiu para melhorar o humor do mercado.
O otimismo do pregão passou praticamente intacto pela divulgação do IPCA-15, que veio em linha com as estimativas, apesar da aceleração frente a novembro. Conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador subiu 0,25% em dezembro, reforçando a leitura de que um eventual ciclo de afrouxamento monetário deve começar apenas a partir de março.
Na volta do feriado de Natal, o Ibovespa encerrou a última sessão da semana com alta de 0,27%, aos 160.896,64 pontos. A liquidez reduzida marcou as negociações. Na semana, houve ganho de 1,5% e no ano, de 33,8%.
No desempenho setorial, as ações da Vale sustentaram alta ao longo da tarde, ajudando a conter perdas do índice, enquanto os papéis da Petrobras permaneceram pressionados, acompanhando a forte queda do petróleo, embora tenham reduzido perdas na reta final e fechando em alta.
Os bancos, por sua vez, mostraram alguma recuperação ao longo da tarde, após digerirem dados do Banco Central sobre queda nas concessões de crédito, mas seguiram sensíveis ao cenário eleitoral.
Dólar avança na esteira do Ibovespa
O dólar à vista iniciou a semana mais curta de Natal em alta, tendo como pano de fundo as incertezas com o cenário eleitoral associadas ao risco fiscal.
Na segunda-feira (22), a moeda norte-americana atingiu máximas na casa de R$ 5,60, refletindo o reforço nas remessas de multinacionais e saídas relacionadas ao pagamento de dividendos por uma série de empresas, entre elas Petrobras e Embraer (EMBJ3).
No fechamento, o dólar à vista foi cotado a R$ 5,5843 (+0,99%), o maior preço desde 30 de julho de 2025, completando uma sequência de sete altas e levando o real a ter o pior desempenho ante pares emergentes.
Na terça-feira (23), a moeda norte-americana perdeu um pouco do ritmo visto no dia anterior: fechou o dia cotado a R$ 5,5314, em baixa de 0,95%.
Os ursos de 2025: quem ficou em baixa e quais foram as surpresas do ano?
O enfraquecimento do dólar seguiu um movimento amplificado pela realização de dois leilões de linha — venda de dólares com compromisso de recompra — pelo Banco Central.
De uma oferta total de US$ 2 bilhões, o BC vendeu US$ 500 milhões. A operação, que não estava atrelada à rolagem de vencimentos, representou uma injeção de liquidez no mercado, que costuma ser reduzida pela semana de feriado.
Na sexta-feira (26), quando o mercado voltou do feriado de Natal, a venda dos US$ 2 bilhões em dois leilões de linha cambial pelo Banco Central até chegou a fazer o dólar operar em viés de baixa, mas o ambiente de liquidez reduzida fez a divisa norte-americana inverter o sinal e terminar o dia em alta.
Com a mínima a R$ 5,5208 e máxima a R$ 5,5668, o dólar encerrou o último pregão da semana em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,5446. Na semana, o dólar acumula alta de 0,27% e de 3,93% no mês, mas perde 10,28% no ano.
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”