‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Pode ter Flávio Day, Tarcísio Trade, Lula off e o que mais for. Nada disso dita o rumo do Ibovespa e demais ativos da bolsa brasileira para além da volatilidade temporária. Esta é a opinião de Nicholas McCarthy, diretor global de estratégia de investimentos do Itaú Unibanco.
Segundo McCarthy, o destino do Ibovespa em 2026 será definido pelo mesmo fator que determinou a valorização de 35% da bolsa neste ano: o cenário internacional.
“Se o mundo apresentar um cenário positivo, aqui também será. O cenário externo é predominante, determina muito mais do que eleições”, afirmou o estrategista em coletiva com jornalistas nesta terça-feira (16).
E o gringo está de olho em outro fator, mais importante para McCarthy do que eleições. Investidores estrangeiros aguardam o primeiro corte de juros pelo Banco Central para aumentar posição em Brasil.
Embora a maior parte da valorização do Ibovespa no ano seja pelas negociações de estrangeiros, McCarthy afirmou que são posições pequenas. O “big money” ainda estaria fora das ações brasileiras, aguardando o primeiro movimento de corte pelo BC.
A equipe de estratégia de alocação do Itaú projeta o primeiro corte de juros para março. Ao final do ano, a expectativa é de uma Selic em 12,75%, com a inflação a 3,8% ao ano.
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Sobre eleições, Gina Baccelli, estrategista sênior de investimentos do Itaú Unibanco, afirma que é muito cedo para fazer qualquer projeção. “A gente ainda nem sabe quem são os candidatos. Há poucos meses eram os governadores. Agora é Flávio Bolsonaro. Até outubro vão aparecer outros”, disse.
Ao que McCarthy completou: “Quem falar qualquer coisa agora vai estar errado.”
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Para onde vai o Ibovespa
A visão da equipe de estratégia do Itaú é positiva para a bolsa brasileira como um todo: do Ibovespa às small caps. Porém, os fundamentos são externos.
A maior parte da tese está baseada na fraqueza do dólar no mercado global. Segundo McCarthy e Baccelli, a moeda norte-americana entrou em uma tendência de queda duradoura, que pode perdurar por oito a nove anos.
“O dólar estancou a queda neste segundo semestre, mas não estamos olhando para pequenos períodos. Quando se olha para o grande quadro, a tendência de queda é clara. Há muito espaço para desvalorização, a questão é quando”, diz Baccelli.
E dólar fraco é notícia boa para o mundo todo — menos os Estados Unidos.
Os estrategistas do Itaú acreditam que o movimento que se iniciou de saída de capital dos EUA neste ano deve continuar ao longo de 2026. Em paralelo a tendência de queda do dólar se avoluma à tendência de diversificação de portfólio para outras moedas.
Os emergentes ganham destaque neste cenário, pois são os países que mais tendem a se fortalecer — vide a valorização de quase 15% do dólar no ano. O Ibovespa subiu 35% em reais e 50% em dólar.
Para McCarthy, é este cenário global que ditará o rumo da bolsa em 2026, aliado à queda dos juros — que é visto como um catalisador de performance.
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Não por acaso, em novembro, o time de alocação do Itaú aumentou a sua posição em bolsa brasileira. O percentual atual é de 10,5% frente a uma posição quase zerada em janeiro.
“Foram 15 anos de dólar e Estados Unidos predominantes. Agora é hora de diversificar”, diz McCarthy.
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Brasil entre os emergentes
A dúvida real para o estrategista do Itaú é se o estrangeiro vai vir com muito ou pouco volume financeiro.
O Brasil representa 4% da carteira de emergentes, enquanto a Ásia (via China e Índia) detém quase 70% do portfólio. Entretanto, atualmente, o Brasil tem a preferência dos estrangeiros.
Naturalmente, ao alocar em emergentes, os estrangeiros alocam em Brasil. A questão é se, por meio de uma sobrealocação, pode entrar em dinheirinho a mais.
McCarthy e Baccelli não veem as pessoas físicas voltando para a bolsa no próximo ano. Embora seja previsto corte de juros, ainda estamos falando de uma taxa em 12% ao ano. Por isso, é muito provável que o andar do Ibovespa continue na mão de estrangeiros — com alguma volatilidade de institucionais locais repercutindo eleições.
Quando questionado sobre uma correção mais forte diante da possibilidade de reeleição do governo atual, McCarthy descartou a hipótese. “Governou por três anos, vai governar quatro e não vimos o fim do mundo”, disse.
Baccelli ainda acrescentou que o próximo incumbente, provavelmente, navegará pelo mar favorável do dólar em tendência de queda.
“O dólar mais fraco tende a favorecer qualquer candidato que ganhar. A inflação será mais baixa, o juro seguirá em queda, e o cenário geral se mostra mais positivo. O dólar forte dificultou muito os anos passados. Vimos o dólar no pico e isso afeta muito a economia”, disse a estrategista sênior.
Se o Ibovespa chega a 200 mil pontos, McCarthy disse que não estabelece alvos, mas cravou: “Em 2026, a bolsa brasileira bate o CDI”.
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