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Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP). Em 2025, esteve entre os 50 jornalistas mais admirados da imprensa de Economia, Negócios e Finanças do Brasil. Já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduada em Comunicação digital e Business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

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As maiores quedas do Ibovespa em 2025: o que deu errado com Raízen (RAIZ4), Hapvida (HAPV3) e Natura (NATU3)?

Entre balanços frustrantes e um cenário econômico hostil, essas companhias concentraram as maiores quedas do principal índice da bolsa brasileira

Bia Azevedo
Bia Azevedo
31 de dezembro de 2025
7:30 - atualizado às 18:42
Touro da B3 triste
Maiores quedas Ibovespa - Imagem: Imagem gerada por IA

Se houvesse uma confraternização de fim de ano no Ibovespa, seria uma rara festa em que emagrecer não renderia elogios inconvenientes… muito pelo contrário. A Raízen (RAIZ4) provavelmente seria a mais mal-humorada da noite, acompanhada de Hapvida (HAPV3) e Natura (NATU3).

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As três, nessa ordem, formam o desgostoso pódio das ações com maior queda de valor no Ibovespa ao longo do ano. Mas, como desgraça gosta de companhia, veja abaixo os outros sete papéis que compõem o top 10 dos que mais encolheram desde janeiro:

TickerEmpresaVariação anual
RAIZ4Raízen ON-62,50%
HAPV3Hapvida ON-55,96%
NATU3Natura ON-41,61%
CSAN3Cosan ON-34,80%
SMTO3São Martinho-33,60%
BRKM5Braskem PN-31,87%
VAMO3Vamos ON-29,48%
BRAV3Brava Energia ON-28,40%
RECV3PetroReconcavo ON-26,45%
SUZB3Suzano ON-14,92%

A maior queda do Ibovespa: o que aconteceu com a Raízen (RAIZ4)?

Com um modelo de negócio que exige muito capital, a empresa viu seu endividamento explodir nos últimos trimestres, ao mesmo tempo em que as margens de lucro do setor de combustíveis diminuíram e as altas taxas de juros deixaram o ambiente de crédito ainda mais caro.

Para você ter uma noção, a dívida líquida da empresa bateu R$ 53,4 bilhões no último resultado trimestral publicado, o que equivale a uma alavancagem de 5,1 vezes dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, patamar considerado bem elevado.

Isso quer dizer que se a Raízen mantivesse o nível atual de Ebitda e destinasse todo esse resultado apenas para quitar dívidas, ela levaria pouco mais de cinco anos para zerar o endividamento — isso sem considerar juros, investimentos ou dividendos.

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Assim, o mercado passou a questionar a capacidade da empresa de desalavancar no curto prazo sem recorrer a vendas adicionais de ativos ou a novas medidas de reforço de capital.

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Na visão do JP Morgan, por exemplo, seria preciso juntar quase a totalidade do valor de mercado da controladora, Cosan (CSAN3), para que o endividamento volte a um patamar aceitável.

Além disso, a Raízen acabou entrando no radar negativo em um momento de maior aversão a risco com empresas alavancadas no mercado brasileiro. A falta de clareza sobre a velocidade da recuperação operacional e sobre os próximos passos estratégicos reforçou o movimento de saída dos investidores, levando o papel a uma forte derrocada.

A Hapvida, além de mais magra, se recupera de um belo resfriado

Já a administradora de planos de saúde e dentários protagonizou o episódio mais dramático da bolsa de valores este ano, ao cair cerca de 42% em um único pregão após divulgar o balanço do terceiro trimestre, em novembro.

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E pior: essa não foi a primeira vez que os papéis da empresa foram dilacerados depois de um resultado.

Em março de 2023, a companhia se viu em uma situação bem parecida ao cair mais de 30% em um dia depois de publicar os números referentes ao quarto trimestre de 2022. Inclusive, os sintomas que causaram a crise na época são muito parecidos com os que causaram o estrago deste ano.

Em ambos os casos, o mercado não gostou nada de ver o aumento da sinistralidade, que é o percentual de uso dos serviços prestados pela operadora de saúde versus a receita total recebida.

Esse aumento causou impacto em outras linhas do balanço, que vieram abaixo do esperado pelos analistas, como foi o caso do Ebitda. A companhia também consumiu caixa.

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O Seu Dinheiro fez uma reportagem especial explicando os pormenores da situação da Hapvida, você pode conferir neste link ou no vídeo abaixo:

Haja cosméticos para disfarçar o emagrecimento da Natura

A Natura, por sua vez, vive resquícios de uma crise que começou há anos, herança da ambição de expansão global que marcou o início da década de 2010 e deixou um legado de complexidade operacional e endividamento.

Em 2025, algumas boas notícias até chegaram a animar o mercado, como a incorporação da holding Natura&Co pela Natura Cosméticos, simplificando a estrutura operacional da empresa. Além disso, os investidores chegaram a comemorar a venda da Avon Internacional a fundos da Regent.

Também houve quem visse com bons olhos o retorno da marca e a volta do grupo às “origens”, com a Natura Cosméticos reassumindo o papel de “marca-mãe” no desenho organizacional — movimento enquadrado na chamada Onda 2, que busca simplificar a estrutura e reforçar o foco em execução, geração de caixa e rentabilidade.

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Mesmo assim, os resultados da empresa nos últimos trimestres não foram nada animadores. No último balanço, analistas do Itaú BBA destacaram que a Natura entregou números abaixo das já fracas estimativas do mercado, com consumo de caixa e alavancagem elevada.

Fora isso, o cenário macro no Brasil, com juros básicos na casa dos 15% ao ano, pesou contra as ações. A companhia carregava uma dívida de R$ 4 bilhões ao final do terceiro trimestre, com alavancagem de 2,53 vezes dívida líquida sobre Ebitda, patamar considerado bem elevado para o JP Morgan, por exemplo.

Segundo o banco, o desempenho foi prejudicado por uma combinação de fatores: cenário macroeconômico desfavorável no Brasil, condições de crédito mais restritivas, interrupções operacionais que impactaram a receita e consequente desalavancagem operacional, em meio a despesas gerais e administrativas (G&A) ainda em crescimento.

Por aqui, o enfraquecimento das vendas também acende um alerta para os analistas do banco. No exterior, o ambiente econômico tampouco colaborou: a volatilidade cambial acabou pesando sobre os resultados da operação na Argentina.

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Outro fator monitorado de perto é a conclusão da venda da Avon Internacional. A operação, prevista para o primeiro trimestre de 2026, tende a reduzir riscos estruturais e retirar do balanço um negócio deficitário, mas ainda adiciona um grau de incerteza no curto prazo.

Em um cenário de atraso na transação, a companhia poderia demandar reforço de liquidez — hipótese que, segundo o Itaú BBA, não é tratada como central no momento.

Você pode entender mais a fundo a situação da companhia e o histórico maldito que a trouxe até aqui nesta reportagem do Seu Dinheiro.

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