As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Com R$ 14 bilhões sob gestão e foco em uma única estratégia de ações, a Atmos Capital traz uma filosofia simples, porém poderosa, para resistir aos solavancos do mercado brasileiro: evitar ser estúpido.
Na carta mais recente aos investidores, a gestora carioca revela como essa estratégia se traduz na prática. Cerca de 40% do patrimônio está em ações de concessionárias de serviços públicos e de infraestrutura.
A seleção da Atmos inclui: Equatorial, Eletrobras, Auren, Eneva, Copel, Motiva e Compass. São ações que raramente figuram entre as maiores altas anuais da bolsa, mas em janelas longas costumam aparecer entre as vencedoras.
“As principais posições da carteira não são as que mais podem subir em um ciclo otimista, e sim as que melhor equilibram o potencial de valorização e proteção em momentos adversos”, escreve a gestora.
Fundada em 2009, a Atmos tem um histórico consistente com a afirmação da carta. Desde o início, o fundo da gestora acumula valorização oito vezes superior ao Ibovespa.
“Investir em ações no Brasil não tem sido tarefa simples. As janelas longas, muitas vezes torturantes, afastaram boa parte dos investidores dessa classe de ativos. Ainda assim, ou talvez justamente por isso, a recompensa continua atraente.”
Leia Também
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Atmos e as ações para um ciclo de juros altos
A escolha da Atmos por concentrar uma parcela maior da carteira em concessionárias de serviços públicos tem relação direta com os ciclos macroeconômicos do Brasil.
Na visão da gestora, são negócios que combinam governança, capital e capacidade de execução, “atributos escassos quando o setor público consome quase todos os recursos em despesas correntes”.
Em um cenário de taxas de juros elevadas de longo prazo, a Atmos vê nessas empresas um prêmio que raramente se viu e capacidade de alocar capital produtivo em um país carente de investimentos.
A lógica é clara: sobreviver importa mais do que arriscar desnecessariamente. “O objetivo não é ser genial, mas evitar ser estúpido”.
Nubank e Mercado Livre
As apostas mais seguras acabaram reduzindo a exposição da Atmos a empresas de alto crescimento a apenas 20% do fundo.
Entre as principais posições nesse segmento está o Nubank. A gestora rasga elogios à “qualidade estrutural e densidade de talento incomum” do banco digital. Além disso, aponta trunfos como a capacidade de aquisição orgânica de clientes e exposição ao crédito, o “produto mais cobiçado da economia”.
Por outro lado, a Atmos decidiu reduzir a exposição ao Mercado Livre, por negociar a múltiplos que toleram poucas surpresas negativas.
O restante da carteira está concentrado em ações como Localiza, Stone, XP, Rede D’Or, Smart Fit e Grupo Salta — empresas com vantagens competitivas claras e estrutura sólida para atravessar ciclos.
Atmos e a “tortura” de investir no Brasil
A carta da Atmos também faz um diagnóstico contundente da situação fiscal brasileira. A gestora alerta para o risco de explosão da dívida pública e defende um pacto fiscal crível, com metas plurianuais e regras claras.
Sem isso, o país corre o risco de repetir o roteiro argentino, com sucessivas quedas no precipício e ajustes de emergência, de acordo com a gestora.
Para os investidores em ações, um pacto fiscal bem desenhado pode melhorar os retornos por dois canais: compressão da taxa de desconto e preservação do crescimento. A Atmos acredita que um desenho fiscal consistente e comunicação clara podem reprecificar o risco e reduzir o prêmio exigido pelo mercado.
Investir no Brasil, segundo a Atmos, é como escolher a tortura com a qual se está confortável. A frase de Jerry Seinfeld citada na carta resume bem o espírito: “Find the torture you’re comfortable with and you’ll do well.” Para a gestora, o segredo não está em vencer o mercado, mas em atravessar o tempo com ele — e chegar inteiro do outro lado.
ASSISTA TAMBÉM: ELEIÇÕES e BOLSA: a estratégia com Lula 4 ou centro-direita na Presidência
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
