O que muda nas emissões de LCI, LCA, CRI e CRA com a medida do governo que restringe as emissões de títulos isentos de IR
Governo manteve a isenção de imposto de renda, mas restringiu as maneiras como os bancos e as empresas podem emitir papéis como LCI
O governo decidiu fechar as brechas que bancos e empresas usavam para captar recursos com títulos isentos de impostos de renda. As mudanças afetam papéis conhecidos de investidores como as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA).
A nova regra também afeta as emissões de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA) e a letra imobiliária garantida (LIG).
Essa "sopa de letrinhas" financeira ganhou ainda mais popularidade com a alta da taxa básica de juros (Selic) e alcançou a impressionante marca de R$ 1,4 trilhão no fim do ano passado. Nesta matéria, o Seu Dinheiro explica a diferença de rentabilidade entre papéis isentos e não isentos.
Para ter acesso ao benefício fiscal, os recursos que bancos e empresas captam com a emissão desses títulos precisam ir para projetos imobiliários e do agronegócio.
O governo manteve a isenção de imposto de renda, mas decidiu restringir as maneiras como os bancos e as empresas podem emitir os papéis.
ONDE INVESTIR EM FEVEREIRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS, BDRS E CRIPTOMOEDAS - MELHORES INVESTIMENTOS
Como funcionam esses títulos de renda fixa
As letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA) e as letras imobiliárias garantidas (LIG) são emitidas por bancos, que captam esses recursos dos investidores com a obrigação destiná-los a financiamentos ligados aos dois setores.
Leia Também
Na prática, a isenção fiscal garante uma rentabilidade maior para o investidor. Assim, ele aceita receber uma taxa menor ao aplicar em uma LCI do que em um título bancário tradicional, como um CDB, o que reduz o custo de funding do banco.
Já os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA) são emitidos por empresas específicas, chamadas de securitizadoras.
Em uma típica operação do gênero, uma incorporadora que vendeu imóveis na planta para um grupo de clientes pode antecipar os recursos que têm a receber cedendo esse fluxo para uma securitizadora, que capta recursos de investidores no mercado emitindo CRI.
O problema é que, com o passar do tempo, o mercado começou a ser "criativo" no que diz respeito ao lastro desses papéis. Então a medida de ontem do Conselho Monetário Nacional (CMN) deve fechar algumas dessas brechas.
O que muda na emissão de LCI, LCA, CRI e CRA
Entre as mudanças, o CMN decidiu ampliar de três para nove meses o prazo mínimo de emissão das LCA e para 12 meses nas LCI.*
Em relação à LCA, o governo impôs limites para a aplicação dos recursos pelos bancos. A partir de julho, por exemplo, os recursos não poderão mais ir para operações que contam com subsídios da União.
No caso das emissões de CRA e CRI, títulos emitidos por companhias não relacionadas ao agronegócio e ao mercado imobiliário não poderão mais ser usados como lastro das operações.
Isso porque várias empresas que alegam fazer parte da cadeia do setor imobiliário e do agronegócio se aproveitaram para fazer captações usando CRA e CRI nos últimos anos.
Um dos casos mais emblemáticos foi o Burger King, que captou recursos com a emissão de CRA para comprar a carne dos hambúrgueres.
O que muda e o que não muda
Por fim, cabe a questão: o que muda para o investidor que possui hoje na carteira títulos como LCI, LCA, CRI ou CRA? A resposta é simples: nada.
Em todos os tipos de papéis, as novas regras só valerão para emissões futuras. Para quem detém algum desses instrumentos financeiros, tudo permanece como está até o vencimento do título.
A medida também não afeta as emissões de CRI e CRA que já se encontram em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A expectativa, porém, é que a restrição do lastro torne os títulos isentos de imposto mais escassos nos bancos e plataformas de investimento.
A medida também pode afetar os fundos imobiliários (FIIs) e fiagros na B3 que investem em títulos de crédito isentos, como as LCI e CRI.
LEIA TAMBÉM:
- Quanto rendem R$ 10 mil na poupança, no Tesouro Direto e em CDB com a Selic em 11,25%?
- Com Selic alta, investidor saca quase R$ 130 bilhões de fundos e busca retorno na renda fixa isenta de imposto de renda
*Com informações da Agência Brasil. Matéria corrigida nos prazos mínimos de emissão de LCI e LCA
Ficou mais fácil: B3 passa a mostrar posições em renda fixa de diferentes corretoras na área do investidor
Funcionalidade facilita o acompanhamento das aplicações, refletindo o interesse crescente por renda fixa em meio à Selic elevada
Novo “efeito Americanas”? Títulos de dívida de Ambipar, Braskem e Raízen despencam e acendem alerta no mercado de crédito
As três gigantes enfrentam desafios distintos, mas o estresse simultâneo nos seus títulos de dívida reacendeu o temor de um contágio similar ao que ocorreu quando a Americanas descobriu uma fraude bilionária em 2023
Tesouro IPCA+ com taxa de 8%: quanto rendem R$ 10 mil aplicados no título do Tesouro Direto em diferentes prazos
Juro real no título indexado à inflação é histórico e pode mais que triplicar o patrimônio em prazos mais longos
Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ com taxa a 8% é oportunidade ou armadilha?
Prêmio pago no título público está nas máximas históricas, mas existem algumas condições para conseguir esse retorno total no final
Até o estrangeiro se curvou à renda fixa do Brasil: captação no exterior até setembro é a maior em 10 anos
Captação no mercado externo neste ano já soma US$ 29,5 bilhões até setembro, segundo a Anbima
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice
Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida
Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses
Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)
Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI
Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço
