Por que a unidade da JBS (JBSS3) nos EUA entrou na mira da procuradora que processou Trump
O processo acontece no momento em que a gigante das carnes brasileira se organiza para listar suas ações em Nova York
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, ficou famosa por ir à caça de Donald Trump por uma fraude corporativa que teria engordado a fortuna do ex-presidente norte-americano. Agora, ela virou a mira para os irmãos Batista, ao processar a unidade da JBS (JBSS3) nos EUA.
James abriu uma ação contra a JBS USA por considerar que a empresa engana o público sobre o impacto ambiental de suas atividades.
“A produção de carne bovina emite a maior quantidade de gases de efeito estufa entre todas as principais commodities alimentares, e a pecuária é responsável por 14,5% das emissões globais anuais de gases de efeito estufa”, diz James em nota.
Segundo ela, a JBS teria indicado publicamente que alcançaria a meta zero de emissão em 2040, após planos de expandir a produção — o que, em teoria, aumenta as emissões de gases que provocam o efeito estufa.
O processo acontece no momento em que a JBS se prepara para listar suas ações nos EUA. No entanto, os investidores pouco reagiram ao processo.
Por aqui, as ações JBSS3 subiam 2,63%, a R$ 23,04. Em Nova York, os ADRs (American Depositary Receipt) avançavam 3,10%, cotados a US$ 9,30, por volta de 13h15. Acompanhe nosso cobertura ao vivo dos mercados.
Leia Também
- 10 ações para investir neste mês: veja a carteira recomendada da analista Larissa Quaresma, baixando este relatório gratuito.
As acusações contra a JBS USA
O número de violações que a JBS USA cometeu ainda deve ser determinado em julgamento, mas a procuradora alega que a JBS USA fez alegações enganosas sobre o impacto ambiental de sua atividade e cita como exemplo compromissos para conter desmatamentos e reduzir emissões.
James diz ainda que a empresa usou de greenwashing (ou lavagem verde, ato de divulgação falsa sobre sustentabilidade) e declarações falsas para obter vantagens pela preferência dos consumidores por marcas que são mais amigas do meio ambiente.
James usa como exemplo uma apresentação de 2015 da JBS na qual um dos executivos da companhia diz que é importante que os produtores transmitam aos consumidores o compromisso com o meio ambiente para manter a participação no mercado.
“Desde então, o Grupo JBS e a JBS USA continuaram a fazer reivindicações sobre a sustentabilidade dos produtos bovinos. Por exemplo, em abril de 2021, a empresa publicou um anúncio de página inteira no New York Times que apresentava a afirmação ‘net zero’”, diz James.
“Ainda recentemente, em setembro de 2023, o CEO do Grupo JBS disse ao público num evento da Semana do Clima na cidade de Nova Iorque que a empresa ‘prometeu ser Net Zero em 2040’. Em fevereiro de 2024, o site da empresa ainda ostentava essa afirmação”, continua a procuradora.
- LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
O que a procuradora quer
O primeiro passo que o Estado de Nova York quer com no processo é que a JBS USA pare de divulgar a campanha de emissão zero em 2040.
Mas não é só isso. O processo também defende que a empresa devolva todo o lucro que ganhou "enganando o público" sobre as práticas ambientais e pague uma multa de, no mínimo, US$ 5 mil (R$ 24,7 mil no câmbio atual) por violação que a justiça determinar.
Além disso, a JBS USA deverá conduzir uma auditoria de terceiro para validar o compliance com estatutos de produção ao consumidor de Nova York.
A JBS responde
A JBS discordou das acusações de James e respondeu a procuradora reafirmando o compromisso da empresa com uma agricultura mais sustentável.
"A nossa crença de que a agricultura americana pode ajudar a alimentar o mundo de forma sustentável é inabalável", diz a JBS USA em nota.
"Discordamos da ação tomada hoje pela procuradora-geral de Nova York. A JBS vai continuar a fazer parcerias para ajudar a alimentar uma população crescente ao mesmo tempo em que usa menos recursos e reduz o impacto da agricultura no meio ambiente", acrescenta.
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação