Petrobras (PETR4) tem prejuízo de R$ 2,6 bilhões no 2T24 e deixa acionista a ver navios sem dividendos extraordinários — mas R$ 13,57 bilhões ainda vão pingar na conta
Esses são os primeiros resultados sob o comando de Magda Chambriard, que assumiu a companhia depois que Jean Paul Prates foi demitido em meio a uma queda de braço com o governo sobre os dividendos extraordinários
O dia hoje está sendo marcado pela divulgação de cerca de 20 balanços referentes ao segundo trimestre de 2024, mas a grande estrela desta quinta-feira (8) é a Petrobras (PETR4) — muito menos pelo desempenho no período e bem mais pela distribuição de proventos aos acionistas, já que a estatal reteve metade dos dividendos extraordinários.
A expectativa pelos primeiros resultados da companhia sob o comando de Magda Chambriard era baixa e justificada: a queda da produção de petróleo, divulgada há uma semana, e a defasagem do preço dos combustíveis deixaram muito analista cético sobre o desempenho da petroleira.
Mas a piora do resultado foi muito além do que era esperado: entre abril e junho, a Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões, revertendo um lucro líquido de R$ 28,782 bilhões do mesmo período do ano anterior e ganho de R$ 23,7 bilhões do primeiro trimestre deste ano.
As projeções da Bloomberg indicavam queda de 38,8% do lucro líquido em reais e de 46,6% em dólares em termos anuais. Você pode conferir as previsões para a Petrobras na especial do Seu Dinheiro.
A estatal, no entanto, obteve lucro líquido recorrente no período, de R$ 15,728 bilhões, uma baixa de 46,5% em base anual. Em relação ao trimestre anterior, a queda foi de 34,1%.
Já a receita com vendas somou R$ 122,258 bilhões no período, resultado 7,4% maior do que o obtido em igual intervalo de 2023. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 3,9%.
Leia Também
Não é por falta de vontade: por que os gringos não colocam a mão no fogo pelo varejo brasileiro — e por quais ações isso vale a pena?
Pequenos negócios têm acesso a crédito verde com juros reduzidos; entenda como funciona
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado encolheu 12,3% ano a ano, para R$ 49,740 bilhões. Em base trimestral, caiu 17,2%.
A dívida líquida da Petrobras subiu para R$ 46,160 bilhões, um resultado 9,4% maior do que o registrado no segundo trimestre de 2023 e 5,8% acima do registrado no primeiro trimestre deste ano.
Já os investimentos da estatal entre abril e junho subiram 4,7% ante o mesmo período de 2023, para R$ 3,4 bilhões.
- Petrobras, 3R, Prio: Qual petroleira vai ser a “vencedora” da temporada de resultados do 2T24? Confira as análises da Empiricus Research gratuitamente – clique AQUI.
Os dividendos da Petrobras
As projeções colhidas pelo Seu Dinheiro indicavam que a Petrobras distribuiria entre R$ 13,2 bilhões e R$ 16,8 bilhões em dividendos ordinários.
A estatal acabou anunciou R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas referentes ao segundo trimestre de 2024. O provento equivale a uma remuneração de R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial.
O pagamento será feito em duas parcelas iguais, da seguinte forma:
- para os detentores de ações negociadas na B3, o pagamento da primeira parcela será realizado no dia 21 de novembro deste ano;
- o pagamento da segunda parcela acontecerá no dia 20 de dezembro de 2024.
As datas de corte para esse pagamento serão dia 21 de agosto para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 e record date em 23 de agosto para os detentores de ADRs negociados em Nova York.
As ações da Petrobras serão negociadas "ex-direitos" na B3 a partir de 22 de agosto de 2024 e passarão por um ajuste na cotação referente aos proventos já alocados. Então você pode optar por comprar a ação agora e ter direito aos dividendos ou esperar a data de corte e adquirir os papéis por um valor menor, mas sem o direito ao provento.
A expectativa maior, no entanto, era pelos 50% em dividendos extraordinários que a companhia reteve — e esse anúncio não veio. Por outro lado, a empresa usou parte da reserva de capital para garantir o pagamento de dividendos dentro da política atual (leia mais abaixo).
A não notícia, no entanto, pode até desagradar o mercado, mas não é uma surpresa. Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, havia alertado na prévia de resultados que esse era um tópico sombrio.
“O pagamento dos dividendos extraordinários depende de muitas outras coisas, como investimentos em áreas fora da exploração e da produção. Por enquanto, o que vimos na primeira metade do ano, e que deve se confirmar no segundo trimestre, é que a Petrobras está investindo menos do que a projeção do plano quinquenal e isso quer dizer que sobra dinheiro para os dividendos extraordinários”, disse Hungria na ocasião.
Vale lembrar que a liberação dos dividendos extraordinários aos acionistas foi alvo de uma queda de braço recente entre o governo e a estatal e que acabou com a demissão de Jean Paul Prates do comando da petroleira.
- Com quantos anos devo começar a investir? Confira na prática como o tempo joga a favor do investidor. Confira ferramenta de simulação aqui
Petrobras vai usar reservas
A Petrobras vai utilizar R$ 6,4 bilhões da reserva de capital que acumulava R$ 21,9 bilhões relativos aos dividendos extraordinários de 2023 para compor o montante que será distribuído aos acionistas agora.
O valor anunciado agora é 8,9% menor do que os dividendos de R$ 14,9 bilhões relativos ao mesmo período do ano passado.
Em 2024, a Petrobras já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos, considerando os R$ 13,45 bilhões relativos ao primeiro trimestre.
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros
Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar
Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital
Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas
Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista
Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros
Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira
Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora
O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa
Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída
Concessão da Enel em risco: MP pede suspensão da renovação, e empresa promete normalizar fornecimento até o fim do dia
O MPTCU defende a divisão da concessão da Enel em partes menores, o que também foi recomendado pelo governador de São Paulo