CEO do Santander (SANB11) responde: a alta da Selic vai afetar os próximos resultados do banco?
Mario Leão, presidente do Santander Brasil, admitiu que o banco tem “sensibilidade negativa para juros altos”, mas que tentará neutralizar esse efeito
A filial brasileira do Santander (SANB11) publicou resultados bastante positivos no terceiro trimestre deste ano. O lucro e a rentabilidade cresceram além do esperado pelo mercado, além da carteira de crédito também ter se expandido no período.
No entanto, os números não foram suficientes para animar os investidores e nem os analistas.
Nesta terça-feira (29), as units do banco operavam em queda de 2,09% por volta das 11h50, negociadas a R$ 28,38 no mercado brasileiro. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,07%, aos 131.118 pontos.
Apesar da melhora nos resultados, há questões que fogem da alçada do Santander que devem pesar daqui para frente. A pergunta que fica é: como manter o ritmo em meio ao cenário de aumento dos juros da economia brasileira?
Quem respondeu essas e outras questões dos analistas foram os executivos do Santander: o CEO da instituição, Mário Leão, e o CFO, Gustavo Alejo.
| Indicador | Valor | Variação Trimestral | Variação Anual |
| Lucro Líquido | R$ 3,664 bilhões | +10,0% | +34,3% |
| ROE | 17,00% | +1,5 p.p. | +3,9 p.p. |
| Carteira de Crédito Ampliada | R$ 664 bilhões | -0,3% | +6,1% |
Santander (SANB11): até onde vai?
Em conferência com analistas para comentar os resultados, Mário Leão afirmou que o banco pretende continuar ampliando a carteira de crédito para pequenas e médias empresas (PMEs), ainda que de maneira mais contida do que a concorrência.
Leia Também
Porém, com a perspectiva de que os juros brasileiros continuem a subir, o executivo ponderou que “existe um ponto de atenção com empresas em geral”. “Nos preparamos para avançar no segmento com qualidade e ritmo adequado”, disse.
Leão admitiu que o banco tem o que chamou de “sensibilidade negativa para juros altos”, mas que a instituição tentará neutralizar esse efeito e trazer um resultado menos volátil.
Por isso, ainda que a estratégia com PMEs continue, o CEO do Santander afirmou que o crescimento da carteira de crédito de “mid-single-digit” — jargão para um avanço de algo próximo de 5%.
Visão no longo prazo
"O mercado deteriorou”, disse o executivo, em relação às apostas recentes de que a inflação ultrapasse o teto da meta para 2024. Como consequência, os juros também devem acompanhar o mesmo ritmo.
No entanto, Leão afirmou que acredita que o banco deva ter um crescimento em ritmo de maratona, e não de corrida de cem metros.
A reação dos analistas ao balanço do Santander
O lucro acima do esperado do Santander não foi suficiente para vencer o ceticismo dos analistas sobre os próximos resultados. Tanto o BTG Pactual como o JP Morgan permanecem com uma visão neutra sobre os negócios do banco.
Para o BTG, a potencial deterioração do ambiente macroeconômico e spreads mais modestos são pontos de preocupação para o próximo trimestre, o que deve atrasar a recuperação total do ROE após o caso Americanas — preferindo o Itaú, que deve “navegar bem em qualquer cenário”. Veja o que esperar do resultado dos demais bancos aqui.
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
