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Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
REAÇÃO AO BALANÇO

Apesar de queda das ações em 2024, CEO da Vale (VALE3) está otimista e projeta novas aquisições e resolução de Mariana nos próximos meses

Para o CEO Eduardo Bartolomeo, a mineradora encontra-se em um “momento singular” e deve chegar a uma resolução definitiva sobre Mariana já no primeiro semestre de 2024

Camille Lima
Camille Lima
23 de fevereiro de 2024
16:01
CEO da Vale (VALE3), Eduardo Bartolomeo
CEO da Vale (VALE3), Eduardo Bartolomeo - Imagem: Reprodução/Canva Pro/ArtRachen/Montagem Seu Dinheiro

Enquanto as ações da Vale (VALE3) amargam queda da ordem de 11% na B3 neste ano, os responsáveis pelo comando da mineradora se dizem “mais otimistas do que nunca” com o futuro da companhia — e, para o CEO Eduardo Bartolomeo, a empresa encontra-se em um “momento singular”.

Segundo Bartolomeo, se o ano passado foi marcante, 2024 tem tudo para manter o passo da recuperação. É importante destacar que a companhia viu o lucro líquido encolher 57% em 2023 em relação ao ano anterior, para US$ 8,105 bilhões.

“Em 2024 estamos em um ritmo acelerado para apresentar um ótimo desempenho. Fizemos o que prometemos e entregamos o guidance”, afirmou o executivo, durante conferência de resultados nesta sexta-feira (23). 

Na visão do executivo, o quarto trimestre foi “muito forte”, com a produção de minério de ferro acima das projeções (guidance) da companhia, a 321 milhões de toneladas. Em dezembro, a empresa ainda atingiu o maior patamar de produção desde 2018.

A expectativa é que a Vale atinja entre 340 milhões e 360 milhões de toneladas em produção até 2026.

Por volta das 16h, os papéis VALE3 subiam 0,76% na bolsa brasileira, a R$ 67,73, na esteira do balanço e acompanhando a valorização do minério de ferro em Dalian. Confira a cobertura em tempo real de mercados do Seu Dinheiro.

Vale (VALE3): Mudança de CEO e novos negócios à vista? 

Outra dúvida dos investidores da Vale (VALE3) recai justamente sobre a liderança da mineradora.

Isso porque o mandato do atual CEO acaba em maio — e a definição da sucessão do presidente Bartolomeo é uma das pendências de divulgação aguardadas pelo mercado.

Questionado sobre o assunto, Eduardo Bartolomeo ressaltou que ainda não há uma definição pública da situação, uma vez que dependerá de votação do conselho de administração da mineradora.

“Não cabe a mim comentar. Tenho confiança de que o conselho está fazendo tudo de forma profissional e correta. Estamos focados, independentemente da decisão, para gerir a Vale para que continue de forma segura, direcionada, com as metas estabelecidas. Estamos totalmente concentrados nisso.”

Durante a teleconferência de resultados, o CEO também destacou as expectativas com a compra de 15% da Anglo American Minério de Ferro Brasil por US$ 157,5 milhões (cerca de R$ 776 milhões). 

“Tem uma sinergia muito boa para ambas as empresas, temos muita infraestrutura que dá para compartilhar e vamos ver como alavancar isso.”

Segundo o CEO, a Vale ainda considera novas aquisições e fusões no futuro para manter as avenidas de crescimento, com destaque para negócios menores com mineradores de menor porte no Brasil. 

“Estamos sempre procurando parceiros, sempre em busca da geração de valor para o acionista. A ideia é ter parcerias sólidas para satisfazer também as demandas de transição energética”, afirmou. 

“A estratégia não é trazer volume para o mercado, mas sim qualidade, e tem a ver com a otimização de logística.”

Vale (VALE3) e as provisões para Brumadinho e Mariana

Em relação ao balanço, os executivos da Vale (VALE3) ainda destacaram o aumento do nível de endividamento da mineradora.

Isso porque a empresa viu as dívidas subirem com a notificação do governo sobre a cobrança pela renovação antecipada de concessões ferroviárias e também pela condenação pela tragédia de Mariana (MG) — um montante que chega a R$ 70 bilhões.

A companhia encerrou o quarto trimestre de 2023 com uma dívida de R$ 9,56 bilhões. Já a dívida líquida expandida, que inclui provisões relativas a Brumadinho e Samarco/Fundação Renova, subiu 14,3% na base anual, a US$ 16,164 bilhões.

O montante inclui um incremento na provisão de US$ 1,2 bilhão realizado no quarto trimestre de 2023, relacionada ao rompimento da barragem da Samarco e a um potencial acordo global com as autoridades brasileiras.

Vale destacar que, em meados de fevereiro, a mineradora anglo-australiana BHP Billiton também elevou as provisões para a Samarco, a US$ 3,2 bilhões.

De acordo com o CEO da Vale, a empresa atualmente negocia um acordo definitivo de reparação em Mariana, que, “ embora ainda sujeito a incertezas, é a melhor estimativa para cumprir essas obrigações". 

“Continuamos altamente focados em um acordo que funcione para ambas as partes e leve a uma execução efetiva”, afirma.

Até o fim do quarto trimestre de 2023, o acordo de reparação integral de Brumadinho foi 68% concluído, mas Bartolomeo prevê avançar para 96% das obrigações concluídas até 2026. 

Já em Mariana, a reparação atingiu 460 mil pessoas indenizadas e 85% das soluções de moradia foram entregues. Em Mariana, os valores desembolsados até o momento chegam a R$ 34,7 bilhões.

“Esperamos uma resolução já no primeiro semestre e estamos trabalhando com afinco. É do nosso interesse que essa resolução seja atingida”, destaca o presidente da Vale.

O que dizem os analistas

Na avaliação do Itaú BBA, a Vale entregou resultados sólidos no quarto trimestre, com destaque para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que superou as expectativas dos analistas ao subir 35% na base anual, para US$ 6,7 bilhões.

Os analistas ainda destacaram os resultados mais sólidos da divisão de ferro da companhia, uma vez que a “melhora no preço realizado do minério de ferro mais do que compensou um aumento nos custos de entrega na China e volumes mais baixos”.

O Itaú BBA tem recomendação de “outperform” — equivalente a “compra” — para as ADRs da Vale (VALE) negociadas na bolsa de valores de Nova York (NYSE), com um preço-alvo de US$ 18 por papel, equivalente a um potencial de valorização de 33% até o fim de 2024.

Já o BTG Pactual está ainda mais otimista com as ADRs da mineradora em Wall Street. Com recomendação de compra, os analistas fixaram um preço-alvo de US$ 19 por ativo, uma alta potencial de 40% para os próximos 12 meses.

É importante lembrar que os papéis acumulam baixa de 14,64% em Nova York em 2024, enquanto as ações VALE3 recuaram 12,72% no mesmo período na B3.

Segundo o BTG, o balanço da Vale do quarto trimestre de 2023 apresentou três pontos positivos principais. O primeiro deles é a geração de fluxo de caixa livre para o patrimônio líquido (FCFE), que chegou a US$ 2,5 bilhões, para um rendimento (yield) anualizado de 16%.

Além disso, os analistas citam os menores custos do minério de ferro C1 e os resultados sólidos do negócio de cobre, apoiados nos resultados de Salobo.

Os analistas ainda destacam as provisões menores que o esperado para a Samarco, especialmente na comparação com o montante previsto pela BHP, o que foi “uma abordagem sensata” da administração, pensando nas negociações futuras, na avaliação do BTG. 

“Acreditamos que estes resultados podem trazer de volta algum foco dos investidores na melhoria do desempenho operacional e do potencial fluxo de caixa livre”, afirma o banco, em relatório.

Na visão do BTG Pactual, a Vale negocia abaixo de 4 vezes a relação valor de firma sobre Ebitda (EV/EBITDA) de 2024, e a perspectiva é de retornos de caixa entre 11% e 12% para 2023/24, incluindo recompras.

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