Petrobras (PETR4): Nem tudo está perdido (ainda) em relação aos dividendos extraordinários; entenda como esse dinheiro ainda pode voltar para o seu bolso
Ausência de anúncio de dividendos extraordinários derruba ações da Petrobras na bolsa e leva bancos a cortarem recomendação para os papéis
“The Sound of Silence” é um dos maiores sucessos da dupla norte-americana Simon & Garfunkel. Seu significado é aberto a interpretações e pode ajudar a entender a reação do mercado financeiro ao resultado da Petrobras (PETR4) no quarto trimestre de 2023.
A estatal reportou queda de 28,4% no lucro líquido no período, para R$ 31 bilhões. A maior parte desse resultado deveu-se à queda do preço médio do petróleo do tipo Brent nos mercados internacionais ao longo do ano passado. Algo mais do que esperado, portanto.
No acumulado de 2023, o lucro líquido da estatal somou R$ 124,6 bilhões, uma baixa de 33,8% em relação a 2022. Ainda assim, este foi o segundo melhor resultado anual da história da companhia.
Entretanto, os ADRs da Petrobras amanheceram em queda de mais de 10% em Nova York. No Ibovespa, as ações da petroleira acompanharam esse forte recuo já na abertura.
- Vamos analisar o balanço do 4T23 da Petrobras (PETR4) para você. No dia 08/03, o analista Ruy Hungria e o gestor João Piccioni participarão da edição especial do Giro do Mercado para discutir em detalhes os números da petroleira. Inscreva-se AQUI para a transmissão gratuita.
Petrobras (PETR4): O silêncio dos dividendos
A reação inicial dos investidores ao balanço da Petrobras deve-se menos ao que a empresa divulgou e mais ao que ela não anunciou.
Havia grande expectativa em relação à divulgação de dividendos extraordinários por parte da Petrobras.
Leia Também
Um silêncio ensurdecedor aos ouvidos dos investidores — principalmente pelo fato de a empresa ter preferido sentar em cima de uma reserva de lucros multibilionária.
"O bom desempenho foi apagado pelo anúncio de dividendos bem menores do que o mercado esperava", afirmou Ruy Hungria, da Empiricus, em nota a clientes.
Logo pela manhã, os bancos Santander, Citi, Bradesco BBI, Safra, Goldman Sachs e Bank of America cortaram suas recomendações para PETR3 e PETR4 de “compra” para “neutra”.
Não vamos tapar o sol com a peneira: a retenção dos dividendos é péssima para o investidor. Mas ainda existe uma chance de esse dinheiro — ou pelo menos uma parte dele — voltar para o bolso de quem tem PETR3 e PETR4. Tudo vai depender da necessidade do principal acionista da Petrobras.
O que a Petrobras vai fazer com tanto dinheiro?
A Petrobras segurou na reserva estatutária R$ 43,4 bilhões do lucro remanescente do exercício de 2023. As grandes dúvidas do mercado agora residem em por que a estatal fez isso e o que ela pretende fazer com tanto dinheiro.
O BTG Pactual (BPAC11) constatou que o valor seria mais do que suficiente para comprar 100% da Vibra (com poison pill turbinada e tudo) e mais 50% da refinaria de Mataripe.
Ao mesmo tempo, a companhia anunciou também na quinta-feira uma proposta para que o lucro remanescente de 2023 seja destinado à reserva de lucros.
O uso dessa reserva, pelo estatuto da Petrobras, é limitado à remuneração dos acionistas (por meio de dividendos, juros sobre capital próprio e recompra de ações).
Para que esses recursos possam ser usados em investimentos, portanto, seria necessário alterar o estatuto da empresa.
Não que o governo não possa fazer isso, uma vez que dispõe de maioria para aprovar eventuais alterações, mas a estatal já tem um plano plurianual de investimentos estruturado e de conhecimento público.
Por que então a Petrobras simplesmente já não anunciou dividendos extraordinários de uma vez?
Ainda não há resposta a esta pergunta. É possível apenas especular. E o mercado já está cuidando disso.
A XP Investimentos, por exemplo, cogita a possibilidade de a Petrobras ter feito uma espécie de plano de reserva para ajudar o governo federal a fechar o déficit fiscal se as contas públicas se deteriorarem ao longo de 2023.
É importante lembrar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trabalha com a meta de zerar o déficit já este ano.
Como a União é a maior acionista da Petrobras, ela se beneficiaria diretamente de dividendos mais robustos pagos pela empresa.
Se essa hipótese se confirmar, “esse dinheiro estocado acabará sendo pago de volta aos investidores e as ações poderão apresentar um bom desempenho de retorno total no futuro”, afirma a XP.
Ou seja, nem tudo está perdido. Ainda.
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”