Tesouro RendA+: o que acontece ao título público da aposentadoria se o investidor morrer?
Título público voltado para a aposentadoria dispõe das mesmas vantagens da previdência privada na hora de ser transmitido aos herdeiros do investidor?

O Tesouro RendA+ Aposentadoria Extra, o mais jovem título público da família do Tesouro Direto, foi bem recebido pelo público brasileiro, mas as dúvidas em relação a um investimento de prazo tão longo não tardaram a surgir.
Um questionamento que inclusive foi levantado por um dos leitores do Seu Dinheiro foi: afinal, o que acontece com o Tesouro RendA+ se o investidor morrer?
A comparação do novo título com os planos de previdência privada é inevitável, dado que o produto também é voltado para a poupança para a aposentadoria. E uma das diferenças cruciais entre as duas modalidades é justamente o planejamento sucessório, que envolve a questão do que acontece ao investimento quando o titular morre.
Se você ainda não conhece o Tesouro RendA+, as reportagens a seguir explicam como ele funciona e mostram algumas simulações:
- Tesouro RendA+, novo título público para a aposentadoria, estreia hoje no Tesouro Direto; veja como vai funcionar
- Tesouro RendA+: título público para a aposentadoria irá substituir a previdência privada?
- Renda de R$ 5 mil por 20 anos com um investimento de R$ 175 por mês? Como usar o Tesouro Renda+ para planejar sua aposentadoria
O que acontece com um plano de previdência após a morte do titular
Dentre os muitos benefícios de que os planos de previdência privada dispõem, um deles é a facilidade na transmissão dos recursos aos herdeiros. Esses investimentos não entram em inventário e, no caso de VGBLs, podem não sofrer a incidência do ITCMD, o imposto sobre heranças.
As regras de transmissão dos planos aos herdeiros dependem apenas do momento em que ocorre o falecimento do titular. Assim, se a morte ocorrer durante a fase de acumulação, os herdeiros recebem os recursos automaticamente, bastando apresentar a certidão de óbito do titular.
Leia Também
Já se a morte ocorrer durante o período de usufruto, depois que o plano já tiver sido convertido em renda, os herdeiros só recebem alguma coisa se atendidas duas condições: 1) serem beneficiários do plano e 2) a renda for reversível aos beneficiários.
Se for este o caso, a renda paga pelo plano também não passa por inventário e pode ficar livre da tributação sobre heranças.
Eu falo mais sobre o que acontece aos planos de previdência em caso de morte do titular nesta outra matéria.
VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!
O que acontece com o Tesouro RendA+ em caso de morte do investidor
Essa dinâmica da previdência privada pode levar os investidores a crerem que, com o Tesouro RendA+, acontece algo parecido. Mas não é bem assim.
Apesar de também dispor de uma fase de acumulação (durante a qual o investidor faz os aportes) e uma uma fase de usufruto após a chamada data de conversão (os 20 anos durante os quais o investidor recebe a renda gerada pelo título), o título público da aposentadoria não recebe tratamento especial caso o investidor venha a falecer com ele ainda na carteira.
O Tesouro Renda+ é encarado pela legislação não como um produto previdenciário, mas sim como um investimento financeiro normal, isto é, como qualquer outro título público.
Assim, ele entra em inventário e está sujeito à cobrança de ITCMD (que varia de 2% a 8% dependendo do estado e do valor da herança a ser transmitida), independentemente do momento em que o investidor faleceu.
- ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE: o Seu Dinheiro consultou uma série de especialistas do mercado financeiro e preparou um guia completo para te ajudar a montar uma carteira de investimentos estratégica para a segunda “pernada” de 2023. Baixe aqui gratuitamente.
Antes e depois da data de conversão
Conforme explica a advogada de família Caroline Pomjé, se o falecimento tiver ocorrido durante o período de acumulação do título, isto é, antes da data de conversão, o valor já acumulado até então deve ser inserido no inventário e depois destinado ao herdeiro a quem o investimento couber após a partilha, como ocorreria com qualquer outro título público.
O que pode suscitar mais dúvida é o que acontece caso o falecimento tenha ocorrido já depois da data de conversão. E se o investidor já estivesse recebendo a renda mensalmente quando faleceu?
Neste caso, diz a advogada, os depósitos mensais continuarão a ser realizados na conta do falecido durante toda a tramitação do inventário, sendo partilhados entre os herdeiros após a conclusão do processo.
O inventário também irá definir qual dos herdeiros será o destinatário do título e dos recebimentos pendentes.
“Em qualquer cenário, no entanto, cabe destacar que o Tesouro RendA+ tem liquidez conferida pelo Tesouro Nacional, sendo possível a venda a preço de mercado a qualquer tempo, desde que respeitado o período de carência e o procedimento de inventário e partilha, no caso de titular falecido”, complementa Pomjé.
Ou seja, durante o inventário pode ser também decidido que o melhor caminho para os herdeiros é vender o título a preço de mercado e partilhar os valores entre os herdeiros. O Tesouro RendA+ tem liquidez diária após cumprido o prazo de carência de 60 dias a partir da data da compra.
Não são só as LCIs e LCAs! CRI, CRA e debêntures incentivadas também devem perder isenção; demais investimentos terão alíquota única
Pacote de medidas para substituir o aumento do IOF propõe tributação de 5% em todos os títulos de renda fixa hoje isentos, além de alíquota única de 17,5% nas demais aplicações
Ainda vale a pena investir em LCI e LCA com o imposto de 5% proposto por Haddad? Fizemos as contas
Taxação mexe com um dos investimentos preferidos do investidor pessoa física; LCI e LCA hoje são isentas de imposto de renda
Neon lança CDB que rende até 150% do CDI, de olho em novos clientes; veja como investir
Os Certificados de Depósito Bancário tem aporte mínimo de R$ 100; promoção será válida por dois meses
Petrobras (PETR4) está considerando emitir R$ 3 bilhões em debêntures incentivadas, isentas de imposto de renda
Oferta da estatal seguiria outra oferta bilionária de dívida anunciada na semana passada, a da Vale
Vale (VALE3) anuncia emissão de R$ 6 bilhões em debêntures isentas de imposto de renda com retorno inferior ao dos títulos públicos
Com isenção, porém, papel deve se manter atrativo em relação aos títulos Tesouro IPCA+; oferta será restrita a investidores profissionais
CMN reduz prazo de carência de LCIs e LCAs de nove para seis meses, mas fecha um pouco mais o cerco a CRIs, CRAs e CDCAs
Órgão afrouxa restrição imposta em fevereiro de 2024 a LCIs e LCAs, mas aperta um pouco mais as regras para outros títulos isentos de imposto de renda
Vencimento de Tesouro IPCA+ paga R$ 153 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
O Seu Dinheiro simulou o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro IPCA+ e em outros papéis de renda fixa; confira
Retorno recorde nos títulos IPCA+ de um lado, spreads baixos e RJs do outro: o que é de fato risco e oportunidade na renda fixa privada hoje?
Em carta a investidores, gestora de renda fixa Sparta elenca os pontos positivos e negativos do mercado de crédito privado hoje
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Onde investir na renda fixa em maio: Tesouro IPCA+ e CRA da BRF são destaques; indicações incluem LCA e debêntures incentivadas
Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos recomendam comprar na renda fixa em maio, especialmente entre os ativos isentos de IR
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Criptoativos de renda fixa: tokens de crédito privado oferecem retorno de até CDI+4% ao ano; é seguro investir?
Empresas aproveitam o apetite do investidor por renda fixa e aumentam a oferta de criptoativos de dívida, registrados na blockchain; entenda os benefícios e os riscos desses novos investimentos
Tesouro Direto pagará R$ 153 bilhões aos investidores em maio; veja data de pagamento e qual título dá direito aos ganhos
O valor corresponde ao vencimento de 33,5 milhões de NTN-Bs, que remuneram com uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação
CDBs do Banco Master que pagam até 140% do CDI valem o investimento no curto prazo? Títulos seguem “baratos” no mercado secundário
Investidores seguem tentando desovar seus papéis nas plataformas de corretoras como XP e BTG, mas analistas não veem com bons olhos o risco que os títulos representam
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Renda fixa para abril chega a pagar acima de 9% + IPCA, sem IR; recomendações já incluem prefixados, de olho em juros mais comportados
O Seu Dinheiro compilou as carteiras do BB, Itaú BBA, BTG e XP, que recomendaram os melhores papéis para investir no mês
CDBs do Banco Master pagam até 160% do CDI no mercado secundário após investidores desovarem papéis com desconto
Negócio do Master com BRB jogou luz nos problemas de liquidez do banco, o que levou os investidores a optarem por resgate antecipado, com descontos de até 20%; taxas no secundário tiram atratividade dos novos títulos emitidos pelo banco, a taxas mais baixas
O ativo que Luis Stuhlberger gosta em meio às tensões globais e à perda de popularidade de Lula — e que está mais barato que a bolsa
Para o gestor do fundo Verde, Brasil não aguenta mais quatro anos de PT sem haver uma “argentinização”
Banco Master diminui taxas de CDBs em meio à possível compra pelo BRB; veja como ficam as remunerações agora
O grupo Master já soma R$ 52 bilhões em CDBs investidos, mas o Banco de Brasília assumiria apenas uma parte desse passivo — que agora pode aumentar ainda mais