Saiu do tom: Powell atravessa o samba ao falar de juros, gringos perdem o ritmo e Wall Street cai
Uma semana após decidir pela primeira vez em mais de um ano não aumentar os juros, o presidente do Fed indicou que o samba de breque não vai ter bis; veja o que ele disse dessa vez

Atravessar o samba — expressão popular que indica que uma banda ou bateria errou a batida. E foi isso que fez o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, nesta quarta-feira (21): saiu do tom de Wall Street sobre o futuro da taxa de juros nos EUA.
Ao falar da dança com a inflação, o chefão do BC norte-americano acabou pisando no pé de muito investidor gringo. Por lá, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq operam em queda enquanto os investidores avaliam os comentários de Powell ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.
Uma semana após decidir pela primeira vez em mais de um ano não aumentar o juro, o presidente do Fed indicou que o samba de breque não vai ter bis: o movimento foi apenas uma breve pausa e não uma indicação de que a taxa referencial parou de subir.
“Quase todos os membros do Fomc [comitê de política monetária] esperam que seja apropriado aumentar os juros um pouco mais até o final do ano”, disse Powell.
O discurso faz parte do compromisso semestral assumido pelo presidente do BC dos EUA com o Congresso para atualizar os legisladores sobre a política monetária do país.
- Leia também: O samba de breque de Powell: por que o Fed resolveu parar de subir o juro agora — e o que vem por aí?
Mas será que Powell realmente saiu do tom?
Quando os membros do Fomc iniciaram o segundo dia de reunião de política monetária, na quarta-feira (14) da semana passada, 93% dos investidores apostavam que o Fed iria dar uma pausa no ciclo de aperto monetário — e foi o que aconteceu.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
O que muitos não esperavam, no entanto, é que o comitê indicaria que mais aumentos de juro aconteceriam não só este ano como nos próximos.
Confira as projeções para a mediana da taxa referencial de março e de junho, segundos os membros do Fomc:
- 2023: de 5,1% para 5,6%
- 2024: de 4,3% para 4,6%
- 2025: de 3,1% para 3,4%
No caso de 2023, os membros do Fomc veem um aperto monetário total de 0,5 ponto percentual (pp) até o final do ano — isso indicaria duas elevações adicionais, assumindo movimentos de 0,25 pp. Atualmente, a taxa está na faixa de 5% a 5,25% ao ano.
Considerando que o Fomc já havia sinalizado na semana passada via projeções que os juros continuariam a subir este ano, Powell saiu do tom de Wall Street, mas manteve o ritmo indicado pelos membros do comitê de política monetária.
- R$ 4 mil em mais de R$ 1 milhão em apenas 10 meses: foi o que este grupo de investidores conseguiu em 2021. Agora, novas vagas estão abertas para pessoas interessadas em buscar mais de 100 mil dólares nos próximos meses com criptoativos. [SAIBA COMO ENTRAR AQUI]
Fed dança com a inflação e juros dão o ritmo
Ao falar aos deputados norte-americanos hoje, Powell deixou claro que a dança do Fed com a inflação ainda não chegou ao fim.
O chefão do BC dos EUA até reconheceu que a inflação esfriou, mas lembrou logo que a taxa permanece bem acima da meta de 2% do Fed, indicando que o banco central ainda tem mais trabalho a fazer.
“A inflação moderou um pouco desde meados do ano passado”, disse Powell. “No entanto, as pressões inflacionárias continuam altas e o processo de desaceleração da inflação para 2% ainda tem um longo caminho a percorrer”, acrescentou.
As autoridades do Fed geralmente preferem olhar para o núcleo da inflação, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e energia.
Nessa métrica, o índice de preços para gastos ao consumidor norte-americano — a medida preferida do Fed para a inflação — subiu 4,7% em abril em 12 meses, acima dos 4,6% de março.
VEJA TAMBÉM - ELETROBRAS (ELET3): UM ANO APÓS A PRIVATIZAÇÃO, A EMPRESA ENTREGOU O PROMETIDO?
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR
Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA
China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.