Apoio quase unânime a Israel: um país vai na contramão do mundo e defende o ataque surpresa do Hamas; confira a reação internacional ao conflito
Arábia Saudita, que negocia um acordo de paz com Israel, se manifesta, mas não condena o ataque; Putin também se posiciona — veja o que o líder russo, que trava uma guerra contra a Ucrânia, falou

Raramente se vê no mundo a comunidade internacional fechada em torno de uma questão, ainda mais se o caso for de guerra. Mas o conflito entre Israel e Hamas é diferente: a reação dos países foi quase unânime ao condenar os ataques — quase, porque um país apoiou a ofensiva do grupo que controla a Faixa de Gaza.
Os EUA, um dos principais aliados de Israel no mundo, foi um dos primeiros países a se manifestarem. O presidente norte-americano, Joe Biden, condenou, por meio de nota emitida neste sábado (7), o que chamou de “horríveis ataques do Hamas”.
Em sua declaração, Biden defendeu que Israel tem direito de se defender. “Os EUA condenam este terrível ataque contra Israel perpetrado por terroristas do Hamas. Deixei claro ao primeiro-ministro Netanyahu que estamos prontos a oferecer todos os meios apropriados de apoio ao governo e ao povo de Israel”, disse Biden depois de conversar com Netanyahu por telefone.
Os líderes europeus também condenaram o ataque do Hamas e expressaram solidariedade a Israel. A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o ataque "é o terrorismo na sua forma mais desprezível". Ela afirmou ainda que "Israel tem o direito de se defender contra tais ataques hediondos."
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que os lançamentos de foguetes dos militantes e a escalada da violência "nos chocam profundamente". Ele acrescentou que "a Alemanha condena estes ataques do Hamas e está ao lado de Israel."
O presidente francês, Emmanuel Macron, escreveu que condena "firmemente" os "ataques terroristas" contra Israel e expressou "total solidariedade para com as vítimas, as suas famílias e os seus entes queridos".
O ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, disse que seu governo condena os ataques contra Israel "com a maior firmeza". "Em risco estão a vida das pessoas, a segurança da região e a retomada de qualquer tipo de processo político", disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou no X, em uma declaração que sinaliza a posição tradicional de seus governos anteriores de estar ao lado do direito internacional.
As Nações Unidas (ONU) também se manifestaram, condenando o ataque e afirmando que os civis nunca podem ser o alvo do desentendimento entre os países.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia expressou apoio ao "direito de Israel de defender a si mesmo e ao seu povo".
Já a Rússia, que invadiu o território ucranino em fevereiro do ano passado, pediu um cessar-fogo via comunicado de Maria Zakharova, a porta-voz o Ministério das Relações Exteriores russo.
"Apelamos aos lados palestiniano e israelense para que implementem um cessar-fogo imediato, renunciem à violência, exerçam a contenção necessária e estabeleçam, com a assistência da comunidade internacional, um processo de negociação destinado a estabelecer uma paz abrangente, duradoura e há muito esperada no Oriente Médio", disse.
- Renda fixa “imune” à queda dos juros? Esses títulos premium estão pagando IPCA + 10% e gerando mais de 2% ao mês; acesse
Quem apoiou o ataque contra Israel?
Para quem acompanha a geopolítica internacional — e, mais especificamente, o Oriente Médio — deve imaginar que a resposta para essa pergunta é: Irã.
O governo iraniano apoiou o histórico e coordenado ataque a Israel neste sábado (7), com homens armados atravessando a Faixa Gaza e uma pesada cortina de foguetes.
O conselheiro do Líder Supremo do Irã, Rahim Safavi, elogiou a operação batizada de Operação Tempestade Al Aqsa.
"Apoiamos a louvável operação Tempestade Al-Aqsa... Estaremos ao lado dos combatentes da liberdade palestinianos até à libertação da Palestina e de Al- Quds", afirmou.
A reação era esperada. O Irã é considerado o maior inimigo de Israel e não reconhece a existência do Estado israelense.
- ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? Analistas da Empiricus Research revelam suas principais recomendações para o mês em entrevista completa para o Youtube do Seu Dinheiro. Assista agora:
Hezbollah parabeniza o Hamas
Aliado do Irã e outro rival de Israel na região, o Hezbollah também saudou o Hamas pelo que classificou como “operação heroica”.
O grupo islâmico libanês disse que o Hamas tem "apoio divino e promete uma vitória final e abrangente". O grupo acrescentou que o ataque é uma resposta "aos crimes de Israel" e os ataques a lugares sagrados e que "a vontade do povo palestino e o rifle da resistência são a única alternativa para enfrentar a ocupação".
O Hezbollah disse que o seu comando militar no Líbano está acompanhando os desenvolvimentos no campo e está em contato direto com o comando palestino, e ambos estão "avaliando a situação e a operação em curso".
"Apelamos ao governo do inimigo sionista para que tire lições dos fatos que a resistência palestina implementou no terreno", disse o Hezbollah.
- Leia também: Brasil na guerra entre Israel e Hamas: a decisão que o governo brasileiro tomou para tentar sufocar o conflito
E a Arábia Saudita?
O Egito, que é um ator histórico das tentativas de interlocução entre os dois lados do conflito no Oriente Médio, apelou a que “os lados palestino e israelense exercitem os mais altos níveis de contenção”.
Jordânia e o Egito foram os primeiros dois países da região a firmar acordos de paz com Israel, antes de uma onda de normalização diplomática apoiada pelos EUA desde 2020, incluindo os Emirados Árabes Unidos.
A grande incógnita agora é a Arábia Saudita, país que também está costurando um acordo de paz com Israel. A reação inicial dos sauditas não inclui a condenação ou apoio aos ataques do Hamas. Em uma nota mais cedo, Riad disse apenas que está monitorando com atenção os desenvolvimentos na região.
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa
O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo
Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção
Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas
Consequências perpétuas: a resposta do Irã ao envolvimento direto dos EUA na guerra de Israel
Enquanto não toma uma decisão mais dura, Teerã lança a 20ª onda de ataques com mísseis e drones contra alvos militares israelenses
Uma declaração de guerra? Ou haverá paz ou haverá tragédia, diz Trump em pronunciamento após ataques ao Irã
O presidente norte-americano falou pela primeira vez à televisão pouco mais de uma hora depois de anunciar uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas; o primeiro-ministro de Israel também discursa
EUA entram na guerra de Israel contra o Irã: o que está em jogo após o ataque histórico com aval de Trump
O presidente norte-americano anunciou neste sábado (21) uma ofensiva contra instalações nucleares, incluindo Fordow — uma usina que fica em uma região montanhosa e a 90 metros de profundidade
Israel ataca 5ª instalação nuclear do Irã e tensão aumenta entre países
Não foram detectados vazamentos radioativos, mas agência da ONU alerta para os riscos
Motosserra segue ativa: Milei quer mais corte de gastos na Argentina para atingir uma meta pessoal
O presidente fechou um acordo com o FMI para conseguir um empréstimo, mas estabeleceu um objetivo próprio para o país em 2025
Luz amarela no Japão: por que o salto dos rendimentos dos títulos do governo deixou o mercado em alerta (de novo)
Em maio, o retorno dos chamados JGBs de 40 anos subiram para 3,675% — atingindo o maior nível desde 2007