Por que a XP considera “perigoso” comprar ações da Braskem (BRKM5) com aposta na venda da fatia da ex-Odebrecht
XP inicia cobertura do setor petroquímico, mas vê dificuldades e prefere Unipar à Braskem; entenda
Já faz alguns anos que a Braskem (BRKM5) vem enfrentando problemas e não vê suas ações decolarem de vez.
A incerteza em relação à possível venda da fatia da Novonor (antiga Odebrecht) na companhia - que é sua controladora ao lado da Petrobras (PETR3; PETR4) - é uma das questões que paira sobre os papéis.
Na avaliação da XP Investimentos, que começou a cobrir o setor petroquímico, contar com notícias positivas para a Braskem na área de fusões e aquisições “parece perigoso”.
Os analistas destacam que a saga da venda do controle acionário da Novonor na Braskem já dura mais de cinco anos.
Além disso, mesmo que ocorra uma transação, a avaliação é que isso não necessariamente beneficiará os acionistas minoritários da companhia.
Isso porque há dois riscos no caso de uma venda:
Leia Também
- A Petrobras pode decidir exercer seu direito de preferência, transformando a Braskem em uma estatal;
- Um participante privado pode comprar a participação da Novonor na Braskem, mas os direitos de tag-along dos acionistas minoritários não serem acionados.
Vale lembrar que o tag-along é um mecanismo que pode ser usado no caso de uma venda para proteger direitos dos minoritários.
Ele permite que esses acionistas vendam suas ações para o novo controlador a um valor que corresponde a, pelo menos, 80% do valor oferecido pelas ações dos majoritários.
Além da incerteza da venda da fatia da Novonor, o desastre geológico ocorrido em Alagoas após exploração da Braskem na região é outro fator negativo, já que pode trazer mais prejuízos à companhia.
XP: mais fatores devem segurar ações da Braskem
As dúvidas sobre a venda da fatia da Novonor e sobre os impactos do evento de Alagoas se somam a outras questões que devem influenciar as ações, e que fizeram a XP Investimentos iniciar a cobertura da companhia com recomendação neutra.
Segundo os analistas, a demanda fraca vista no setor petroquímico global é um dos motivos de cautela.
A XP explica que o setor é cíclico e que a demanda fraca que enfrenta atualmente, combinada com um excesso de capacidade de oferta (principalmente vinda da China), levará a um período de baixa de preços, o que afeta o lucro das empresas.
“As ações parecem baratas quando olhamos para o ciclo normalizado, mas com os resultados pressionados no curto prazo, é difícil imaginar os preços subindo de forma sustentável até que o ciclo se inverta”, afirmaram os analistas em relatório.
Setor ainda deve demorar para se recuperar, prevê XP
Os preços e spreads de produtos do setor petroquímico podem se normalizar só a partir de 2025, na previsão da XP.
Porém, a própria corretora afirma que há participantes do setor que acreditam que uma melhora só chegará em 2026.
Os analistas veem também potencial para novas revisões negativas nas previsões do mercado - “o que nos torna cautelosos relativamente ao investimento neste setor agora” - reiteraram.
Por que a XP prefere à Unipar à Braskem?
Além de iniciar a cobertura da Braskem, a XP iniciou a cobertura das ações da Unipar (UNIP3/ UNIP3), mas com uma recomendação melhor, de compra.
O preço-alvo definido para as ações preferenciais (UNIP6) é de R$ 105 e para as ordinárias (UNIP3) é de R$ 95, o que significa que há potencial de alta de 31,63% e 31,32%, respectivamente.
Já para as ações da Braskem (BRKM5), o preço-alvo é de R$ 27, o que representa potencial de alta de 11,80%.
Segundo os analistas, entre os motivos da Unipar ser a preferida estão:
- Os resultados mais resilientes da companhia;
- A melhor conversão do fluxo de caixa livre (quanto de dinheiro a empresa tem no caixa);
- A autoprodução de energia renovável e pequenos projetos de expansão para compensar alguns dos ventos contrários globais negativos para o setor;
- Um balanço patrimonial mais forte;
- Um valuation (cálculo do valor da empresa) mais barato.
Apesar da recomendação de compra e de diversos pontos positivos, os analistas afirmam que, do lado negativo, a Unipar deverá ter seu fluxo de caixa de 2024 pressionado devido ao ciclo de investimentos.
Dessa forma, não deve sobrar muito dinheiro para pagar dividendos aos acionistas. A previsão é que a empresa restrinja os pagamentos de dividendos ao mínimo legal até 2025.
Além disso, a XP vê riscos para as operações argentinas da Unipar.
Por outro lado, a Braskem possui ativos únicos, domina o cenário brasileiro e possui unidades competitivas nos EUA e no México.
A petroquímica da Petrobras e da Novonor também possui “iniciativas verdes muito promissoras de médio e longo prazo”.
ONDE INVESTIR EM SETEMBRO - Novo programa do SD Select mostra as principais recomendações em ações, dividendos, FIIs e BDRs
Ações da Braskem hoje
As ações da companhia chegaram a cair mais de 3% nesta manhã e liderar as quedas do Ibovespa.
Porém, já reduziram um pouco as perdas e, por volta das 13h30, as ações tinham queda de 2,90%, a R$ 23,46.
Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP
O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]
Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO
John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros
Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar
Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital
Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas
Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista
Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros
Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira
Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora
O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica