Ação do Nubank dispara 92% no ano e volta a superar Bradesco, Banco do Brasil e Santander em valor de mercado
Desde que abriu o capital, o roxinho passou por muitas provações, mas parece ter conseguido convencer os investidores
Depois de assistir à derrocada das suas ações desde que abriu o capital na bolsa de Nova York, o Nubank começa a calar os críticos e ostentar uma trajetória de recuperação.
Isto porque, desde quando atingiu a cotação mínima na bolsa, em junho do ano passado, o Nubank dobrou seu valor de mercado e superou o Bradesco (BBDC4), o Banco do Brasil (BBAS3) e o Santander (SANB11).
Considerando o fechamento de terça-feira (23), quando as ações do roxinho encerraram o pregão cotadas a US$ 6,85, o valor de mercado do Nubank ultrapassou US$ 32 bilhões (cerca de R$ 159,4 bilhões). A cifra é maior que o valor de mercado do Bradesco, de US$ 31,9 bilhões, do Banco do Brasil, de US$ 25,6 bilhões, e do Santander Brasil, de US$ 22,3 bilhões.
Só neste ano, a ação do Nubank acumula uma alta de 92%.
Ainda atrás do Itaú
Aqui no Seu Dinheiro, cobrimos com afinco o interesse do nosso público na fintech mesmo antes do IPO em Nova York, em dezembro de 2021.
Naquela época, o Nubank se lançou ao mercado valendo mais que o Itaú (ITUB4), o maior banco da América Latina. Mesmo com a recuperação recente, o roxinho ainda está US$ 16 bilhões distante do bancão laranja.
Para deixar todo mundo na mesma página, é importante explicar que o valor de mercado de uma empresa é calculado usando o número de ações da companhia multiplicado pelo preço delas. Mas vale ressaltar que ele não deve ser analisado isoladamente para basear decisões de investimento.
Como o Nubank chegou até aqui
Quando atingiu a cotação mínima de US$ 3,31 em junho de 2022, o Nubank apresentava resultados operacionais que mantinham parte dos analistas reticentes em recomendar comprar as ações do roxinho.
Afinal, a deterioração da economia afastou os investidores das empresas que crescem dando prejuízo, como era o caso do roxinho. Além disso, uma mudança no cálculo da inadimplência dos clientes do Nubank no segundo trimestre levantou algumas sobrancelhas no mercado.
Naquela mesma época, a revelação de um pacote de remuneração altíssimo da diretoria do Nubank ganhou o noticiário pela discrepância com a média praticada pelas companhias de capital aberto no Brasil.
Posteriormente, o cofundador e CEO do Nubank, David Vélez, desistiu do programa de remuneração em ações chamado de Contingent Share Award (CSA).
As análises desconfiadas dos analistas começaram a mudar de tom depois da contratação de Jörg Friedman para atuar na área de relações com investidores em julho do ano passado. Ex-chefe de análises do setor financeiro para a América Latina no Citi, Friedman tem um bom trânsito com os analistas, que eram, até um ano atrás, seus pares.
Mudanças
Na mesma época da chegada de Friedman, o Nubank decidiu mudar a remuneração da NuConta, que, até então, rendia 100% do CDI desde o primeiro dia de depósito.
O saldo passou a render apenas a partir do 30º dia, assim como acontece com a poupança. Na nova regra, no 31º dia o cliente recebe o rendimento total de 100% do CDI dos 30 dias, como se estivesse rendendo desde o primeiro dia, e a remuneração volta a ser diária.
A mudança, apesar de ter desagradado boa parte dos clientes, se provou prudente para os resultados do roxinho. No terceiro trimestre de 2022, o Nubank conseguiu seu primeiro lucro líquido a nível da holding. Nesse cenário, as ações se estabilizaram ao redor de US$ 4 ao longo da segunda metade do ano passado.
Contudo, vale destacar que, no final de 2022, Vélez decidiu cancelar o CSA, o que gerou um reconhecimento único e não monetário de despesas no valor de US$ 356 milhões no balanço do quarto trimestre.
O Nubank em 2023
Sinalizando que deixou o prejuízo no passado, o Nubank reportou que a operação dos três primeiros meses do ano ficou no azul novamente.
A fintech registrou lucro líquido ajustado de US$ 182,4 milhões, quase 20 vezes maior do que o registrado há um ano, quando o Nubank teve lucro de US$ 10,1 milhões. No lucro líquido contábil, o Nubank também reverteu com folga o prejuízo reportado no mesmo período de 2022, totalizando US$ 141,8 milhões.
Houve uma clara melhora de eficiência das operações, uma vez que o aumento de receitas superou em mais de seis vezes a elevação de despesas.
Dessa forma, o resultado colocou à prova o ceticismo de boa parte dos analistas. O Itaú BBA foi um dos que se rendeu e rasgou elogios ao Nubank no seu comentário após o balanço, mudando a recomendação dos papéis para compra.
É hora de comprar?
Com os papéis do Nubank disparando neste ano, será que ainda vale a pena comprar? Muitas casas acreditam que sim. Confira as recomendações mais recentes que o Seu Dinheiro teve acesso:
ANALISTA | RECOMENDAÇÃO | PREÇO-ALVO | POTENCIAL DE ALTA/QUEDA |
GOLDMAN SACHS | COMPRA | US$ 10 | +46% |
ITAÚ BBA | COMPRA | US$ 8,5 | +24% |
BTG PACTUAL | NEUTRO | US$ 7 | +2% |
JP MORGAN | NEUTRO | - | - |
Ainda sem privatização, mas com dividendos: Sabesp (SBSP3) anuncia quase R$ 1 bilhão em proventos aos acionistas
Terá direito ao pagamento, que está marcado para 24 de junho deste ano, quem estava na base de acionistas da Sabesp hoje
Dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4): acionistas batem o martelo para o pagamento de R$ 21,9 bilhões
O pagamento dos outros 50% ainda este ano também foi aprovada, segundo o Broadcast e a CNN Brasil, mas a decisão sobre a data exata deve sair até 31 de dezembro
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
Os executivos da Vale também comentaram sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2024 e dizem se há chances de distribuição de dividendos extraordinários este ano
Petrobras (PETR4) firma nova parceria para exploração de gás com estatal argentina Enarsa; entenda por que a empresa está na mira de Milei
Em meio aos perigos de nova crise energética, parceria entre Petrobras e Enarsa busca ajudar abastecimento da Argentina
Mais problemas para a Vale (VALE3)? Como a oferta de quase US$ 40 bilhões da BHP pela Anglo American pode afetar a brasileira
Ações da Anglo, que detém reservas de minério de ferro no Brasil, saltavam 13,5% em Londres após o anúncio
Klabin (KLBN11): lucro líquido desaba mais de 60% no 1T24, mas acionistas vão receber R$ 330 milhões em dividendos
O balanço da empresa de papel e celulose trouxe um lucro menor, queda na receita e aumento na queima de caixa. Veja os destaques do resultado
Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)
Entrada dos carros elétricos chineses tende a colocar ainda mais pressão sobre as locadoras no momento da revenda dos seminovos; ações acumulam forte queda em 2024
O vilão da Vale (VALE3): o que fez o lucro da mineradora cair 9% no primeiro trimestre; provisões bilionárias de 2024 são atualizadas
A divulgação dos dados de produção na semana passada foi um alento para a Vale, que enfrenta um ano terrível na B3
O que deu errado para Zuckerberg? Ação da dona do Instagram cai mais de 18% mesmo com lucro acima da meta
A Meta aumentou as expectativas dos investidores devido justamente ao desempenho financeiro mais robusto dos últimos trimestres, deixando pouco espaço para erros
Balanço da Boeing: Queima de caixa e queda de receita são destaque no primeiro trimestre, em meio à crise de produção
A queima de caixa da gigante aeroespacial disparou quase 400% em relação ao ano passado — e existem dois “culpados”, segundo a empresa
Leia Também
-
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
Cogna (COGN3) nota 10? Banco estrangeiro passa a recomendar compra das ações, que lideram altas da B3
-
É tudo culpa dos juros? PIB dos EUA vem abaixo do esperado, mas outro dado deixa os mercados de cabelo em pé
Mais lidas
-
1
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
2
A verdade dura sobre a Petrobras (PETR4) hoje: por que a ação estaria tão perto de ser “o investimento perfeito”?
-
3
Após o halving, um protocolo 'surge' para revolucionar o bitcoin (BTC): entenda o impacto do protocolo Runes