O multiverso da B3, os dividendos da Petrobras (PETR4) e mais uma despedida da bolsa; confira os destaques do dia

Criado ainda na década de 50 por um laureado do Prêmio Nobel, o termo multiverso não é exatamente uma novidade dentro da pseudociência — mas é na década de 20 do terceiro milênio que o conceito se tornou realmente popular.
O súbito interesse pela ideia de múltiplos universos possíveis para além do que habitamos hoje, no entanto, está em alta após os últimos grandes sucessos de bilheteria — que vão desde os filmes de heróis da Marvel até o favorito ao Oscar de 2023 "Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo".
Na teoria, o multiverso é o conjunto total das possibilidades que envolvem todos os elementos, sem limitações. No cinema, o conceito é divertido. No mundo real, as coisas ficam um pouco mais sufocantes.
O mercado financeiro brasileiro parece estar preso no exato momento em que todos os universos possíveis estão claros na frente dos nossos olhos, mas ainda é cedo para dizer exatamente o que acontece no plano em que estamos.
Isso porque a briga entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Banco Central, a tentativa de barganha do ministro Fernando Haddad com o mercado e os primeiros passos de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras (PETR3; PETR4) dividem a mesma tela.
E ninguém parece disposto a facilitar o trabalho dos analistas que tentam desemaranhar os fios das possibilidades. Os discursos das autoridades mais vigiadas do país são, em muitos momentos, conflitantes e contraditórios — sem respostas e aumentando ainda mais as dúvidas.
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Nesta quinta-feira (02), todas as cartas estavam na mesa. A comprovação de que a economia brasileira desacelerou mais do que o esperado inaugurou o que deve ser mais uma queda de braço entre o alto escalão do governo e a taxa básica de juros; o ministro da Fazenda parece querer barganhar com o BC usando um projeto de âncora fiscal como trunfo; e o presidente da Petrobras não parece muito disposto a dar direções claras sobre o que será a estatal nos próximos quatro anos.
A regra é clara: quanto mais incerteza e nebulosidade no mercado, maior a cautela. E hoje não foi diferente.
Em Wall Street, os principais índices ganharam força na reta final do pregão ao vislumbrar uma realidade em que os juros deixam de subir. Já na B3, as narrativas seguem emaranhadas.
O Ibovespa até flertou com um dia de perdas limitadas, mas os investidores preferiram não arriscar. O índice acompanhou a queda das ações da Petrobras, fechando em baixa de 1,01%, aos 103.325 pontos — próximo das mínimas do pregão e no menor nível desde dezembro. O dólar à vista subiu 0,24%, a R$ 5,2039.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quinta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
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EFEITO CASCATA
A suspensão das privatizações da Petrobras (PETR4) vai pegar 3R Petroleum de jeito? Saiba se é hora de comprar ou vender as ações RRRP3. Na quarta-feira (1), o governo ordenou que a estatal suspenda a venda de ativos por 90 dias.
FIM DA LINHA
Apagando a luz: EDP vai fechar capital da EDP Brasil (ENBR3) e oferece prêmio de 22% sobre as cotações na B3. No documento, a empresa portuguesa que atua no setor elétrico brasileiro cita “um ambiente internacional particularmente desafiador, devido ao cenário de altas taxas de juros”.
A NATA DA B3
Analistas elegem as ações de um ‘bancão’ e de uma mineradora como as mais recomendadas de março. As corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro não deram chance para o azar e escolheram papéis conhecidos pela solidez para o posto de favoritas do mês.
NA RESSACA DO BALANÇO
C&A (CEAB3) dribla ventos contrários do quarto trimestre e ações chegam a subir 15% na bolsa — mas ainda há pontos de atenção. O resultado acima do esperado é ainda mais valorizado diante dos ventos adversos que pressionaram os últimos meses de 2022, como a Copa do Mundo e o frio fora de época.
BANDEIRA BRANCA, AMOR
Putin deu a bênção: Brasil consegue convencer a Rússia da posição de Lula sobre a guerra. A missão, que parecia impossível, foi desempenhada pelo chanceler Mauro Vieira durante encontro do G-20 em Nova Délhi, na Índia.
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