O déjà vu do mercado financeiro, o aniversário do bitcoin e os primeiros passos do novo governo Lula; confira os destaques do dia
Um frio na espinha causa incômodo nos agentes do mercado financeiro.
É aquela sensação de se estar vivendo um déjà vu — a impressão de já ter vivido o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que ele tenha começado há apenas dois dias.
Normalmente é difícil dizer ao certo a raiz desse sentimento; mas, dessa vez, os agentes do mercado sabem muito bem o que o clima no ar lembra: a fracassada política econômica do segundo mandato de Dilma Rousseff.
Os primeiros dias do governo Lula foram marcados por muitos discursos e poucas medidas efetivas — como é comum no início de uma nova gestão. Isso já é suficiente para seguir aumentando as incertezas em torno das políticas econômica e fiscal, além do futuro substituto do teto de gastos.
O incômodo dos investidores é palpável, ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seu braço direito, Gabriel Galípolo, insistam em repetir que a sustentabilidade das contas públicas deve acompanhar todos os planos traçados.
“O mercado não está dando o benefício da dúvida. O bate cabeça com a desoneração dos combustíveis, quando não prevaleceu a decisão do ministro, indicou que haverá muita pressão para acomodação do parecer da ala política do partido”, apontou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
Leia Também
Promessas a serem cumpridas: o andamento do plano 60-30-30 do Inter, e o que move os mercados hoje
Lady Tempestade e a era do absurdo
A forte queda do petróleo num contexto como esse já seria má notícia o suficiente para o principal índice da bolsa brasileira, mas o flerte de Carlos Lupi, novo ministro da Previdência Social, com uma reversão da reforma da Previdência parece ter sido a gota d’água.
O Ibovespa encerrou a sessão em forte queda de 2,08%, aos 104.165 pontos — recuo superior ao visto nas bolsas de Nova York.
No câmbio, o dia foi de pressão, somando dólar forte no exterior com o conturbado cenário político. O real teve um dia de forte desvalorização — 1,72%, a R$ 5,4521, maior patamar desde julho de 2022.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
NOVO MINISTRO DA FAZENDA
Haddad diz que a ficha do mercado está caindo em relação ao governo anterior e quer adiantar reformas. Para o petista, os investidores estão se dando conta do impacto negativo para a economia das medidas adotadas por Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
REESTRUTURANDO
Rede D’Or (RDOR3) anuncia solução para o impasse com a Qualicorp; ações QUAL3 disparam após mudanças na gestão da operadora. Os papéis chegaram a subir mais de 20% na máxima do dia; ao fim da sessão, registraram alta de 7,61%, a R$ 5,94.
A SANGRIA CONTINUA
Entrega de carros pela Tesla cresce 40% em 2022, mas as ações seguem em queda livre na Nasdaq. Somente nesta terça, os papéis da empresa de Elon Musk despencaram 12,2% em Wall Street.
PLANOS REVELADOS
Ganho ‘real’ do salário mínimo e ausência do imposto sindical: o que o novo ministro do Trabalho guarda para o futuro dos brasileiros? Luiz Marinho pretende fortalecer os sindicatos de outra forma e garantiu que o governo não deve voltar com a cobrança de taxas.
FESTA VIRTUAL
Parabéns, Bitcoin! Maior criptomoeda do mundo comemora 14 anos de existência. Desde as máximas, o BTC recua mais de 75% — mas, em relação às mínimas, o retorno é da ordem de 25.413,90%.
Quem paga seu frete grátis: a disputa pelo e-commerce brasileiro, e o que esperar dos mercados hoje
Disputa entre EUA e Brasil continua no radar e destaque fica por conta do Simpósio de Jackson Hole, que começa nesta quinta-feira
Os ventos de Jackson Hole: brisa de alívio ou tempestade nos mercados?
As expectativas em torno do discurso de Jerome Powell no evento mais tradicional da agenda econômica global divide opiniões no mercado
Rodolfo Amstalden: Qual é seu espaço de tempo preferido para investir?
No mercado financeiro, os momentos estatísticos de 3ª ou 4ª ordem exercem influência muito grande, mas ficam ocultos durante a maior parte do jogo, esperando o técnico chamar do banco de reservas para decidir o placar
Aquele fatídico 9 de julho que mudou os rumos da bolsa brasileira, e o que esperar dos mercados hoje
Tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil vem impactando a bolsa por aqui desde seu anúncio; no cenário global, investidores aguardam negociações sobre guerra na Ucrânia
O salvador da pátria para a Raízen, e o que esperar dos mercados hoje
Em dia de agenda esvaziada, mercados aguardam negociações para a paz na Ucrânia
Felipe Miranda: Um conto de duas cidades
Na pujança da indústria de inteligência artificial e de seu entorno, raramente encontraremos na História uma excepcionalidade tão grande
Investidores na encruzilhada: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil antes de cúpula Trump-Putin
Além da temporada de balanços, o mercado monitora dados de emprego e reunião de diretores do BC com economistas
A Petrobras (PETR4) despencou — oportunidade ou armadilha?
A forte queda das ações tem menos relação com resultados e dividendos do segundo trimestre, e mais a ver com perspectivas de entrada em segmentos menos rentáveis no futuro, além de possíveis interferências políticas
Tamanho não é documento na bolsa: Ibovespa digere pacote enquanto aguarda balanço do Banco do Brasil
Além do balanço do Banco do Brasil, investidores também estão de olho no resultado do Nubank
Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro
Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço
Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais
De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo
Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses
As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?
Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo
Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente
Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço
Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar
Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim
O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?
Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias.
Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque
Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin
Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito
Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo
De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras
Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado
Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?
A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.