Jerome Powell encanta Wall Street, mas Ibovespa não acompanha; confira os destaques do dia

Chamado de Eros no Monte Olimpo e de Cupido na Roma Antiga, o deus da paixão é fruto da união entre os deuses da guerra e do amor. Ainda que ganhe novos nomes por onde passa, a imagem de um ser angelical armado com a flecha dos enamorados é universalmente reconhecida — e parece ter tirado a tarde para dar um giro por Nova York.
As atenções dos agentes do mercado financeiro estavam voltadas para o grande evento do dia — a decisão de política monetária do Federal Reserve — e o Cupido fez de Wall Street o local da sua prática de tiro ao alvo nesta quarta-feira (01).
Conforme o esperado, o banco central americano decidiu reduzir o ritmo de seu aperto monetário com uma elevação da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual e a sinalização de que ainda há ajustes de alta a serem feitos — em um texto mais duro do que muitos gostariam.
Wall Street reagiu negativamente, claro, mas Jerome Powell teve molejo na condução da sua coletiva de imprensa e Eros parece ter feito a sua mágica.
Em certa medida, os investidores tentaram resistir — Wall Street oscilou de fortes quedas a fortes altas durante toda a duração da coletiva de imprensa do chefe do Fed, mas, ao final do dia, o saldo foi positivo.
Ainda inebriados, os investidores parecem ter adotado uma certa seletividade ao digerir as palavras de Powell, optando por intensificar a precificação da queda de juros ao longo de 2023 — mesmo com a negativa do chefe do BC americano.
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Com isso, os principais índices em Wall Street, que tanto balançaram ao longo do dia, encerraram a sessão em alta firme, com o Nasdaq subindo 2%. A exceção foi o Dow Jones, que fechou praticamente estável.
O Ibovespa não teve a mesma sorte e, apesar do enamoramento de parte dos agentes com o discurso de Powell, a queda das commodities machucou o índice.
Na noite de ontem (31), a Vale (VALE3) divulgou dados de produção que frustraram as projeções da própria companhia. Além disso, o petróleo e o minério de ferro tiveram um dia de queda.
Com a pressão negativa, o principal índice da bolsa brasileira terminou o dia em queda de 1,20%, aos 112.073 pontos. Amanhã (01), o Ibovespa deve repercutir a decisão do Banco Central brasileiro divulgada após o fechamento do mercado — a Selic segue estável em 13,75% ao ano, mas é preciso atenção ao cenário fiscal.
Já o alívio em Nova York derrubou o dólar à vista em 0,32%, a R$ 5,0605.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quarta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
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