🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

SD ENTREVISTA

Onde Investir: Dólar e juros em queda pavimentam cenário otimista para economia, mas um risco segue no radar, diz Luciano Sobral, da Neo Investimentos

Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos, conversou com exclusividade com o Seu Dinheiro sobre os cenários com os quais trabalha sobre onde investir no segundo semestre de 2023

Ricardo Gozzi
3 de julho de 2023
6:54 - atualizado às 14:51

O primeiro semestre de 2023 passou numa velocidade vertiginosa. Se o ano começou sob um véu de múltiplas incertezas políticas, econômicas e internacionais, os próximos meses parecem promissores para o Brasil. Pelo menos na percepção do mercado financeiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O cenário agora é de correção de uma visão exageradamente pessimista”, afirma Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos.

Se na virada do ano, a bolsa era considerada barata, o real estava bem defasado em relação ao dólar e a curva de juros projetados apontava para cima, a situação é bem diferente nesta passagem do primeiro para o segundo semestre de 2023.

O pessimismo talvez não tenha sido substituído pela euforia, mas é possível dizer que agora os ativos estão “corretamente precificados”.

Essas foram as principais impressões transmitidas por Sobral ao falar com o Seu Dinheiro sobre o cenário projetado por ele para o segundo semestre.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Não se pode dizer que estejamos vivendo um modo de euforia, mas que o Brasil que a gente vê agora da bolsa, do juro, do dólar, está corretamente precificado. É mais ou menos o que o fundamento garantiria”, disse ele, do alto dos mais de R$ 5 bilhões sob gestão da Neo.

Leia Também

Você confere a seguir os principais pontos da entrevista concedida por Sobral ao Seu Dinheiro no fim de junho para a série Onde Investir.

A taxa Selic vai começar a cair

A taxa Selic talvez tenha sido o assunto mais discutido do primeiro semestre de 2023.

Ela está em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado.

A boa notícia é que a Selic vai começar a cair.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Se não for em agosto, vai ser em setembro”, afirma Sobral.

Mas houve muita tensão entre o governo e o BC antes que se chegasse finalmente a isso.

Logo depois de eleito para retornar ao Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a criticar o nível da taxa básica de juros no Brasil.

Ao mesmo tempo em que causou turbulência no mercado financeiro, o debate deflagrado pelas críticas teve ampla repercussão e tirou da zona de conforto o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Aos poucos, as críticas ao nível dos juros extrapolaram o círculo governamental e passaram a ser ecoadas por representantes de diversos setores da economia.

Com dificuldade para se explicar além do economês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC entrou em modo de morde-assopra: endurecendo o tom nos comunicados para depois aliviar na ata. Assim aconteceu nas reuniões de fevereiro, março, maio e junho.

Mas a percepção de que a Selic finalmente vai começar a cair ganhou força na última semana de junho. Foi quando a ata do Copom, o Relatório Trimestral de Inflação e a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceram uma trinca que levou muitos participantes do mercado a anteciparem suas apostas para os juros.

VEJA A DINHEIRISTA - Taxada na Shein: “Meu reembolso está mais de um mês atrasado. E agora? Irmão golpista coloca pais no Serasa

Disputa em torno da Selic é simbólica

Para Sobral, toda essa disputa em torno da Selic tem caráter mais simbólico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Para a economia não vai fazer diferença nenhuma”, diz ele. “É um negócio mais simbólico e do Banco Central gerenciar expectativa, tentar manter a coerência com a postura que ele vem adotando do que qualquer outra coisa. Acho que no fim das contas o que vai decidir se vai cair em agosto ou em setembro são os próximos dados de inflação.”

Um desses dados foi o IPCA-15 de junho, que desacelerou em linha com a expectativa, em direção ao centro da meta. Os próximos são o IPCA cheio de junho e o dado preliminar de julho.

“Se esses dados vierem em linha ou um pouco melhores do que o mercado está esperando, o BC corta em agosto”, afirma o economista.

Passadas a ata do último Copom, a divulgação do RTI e a reunião do CMN, Sobral passou a considerar a possibilidade de o BC interromper o futuro ciclo de cortes da Selic em 9% ao ano. Antes, a projeção da Neo era 10%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enquanto isso, diante de um iminente alívio monetário, a expectativa dos participantes do mercado é de uma melhora da bolsa nos próximos meses.

A equipe de Sobral não faz projeção para a bolsa, mas os analistas consultados pelo Seu Dinheiro já projetam o Ibovespa a 140 mil pontos fim do ano.

Já o efeito sobre a taxa de câmbio não deve ser tão positivo.

Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos
Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos.

Dólar não deve continuar em queda

A taxa de câmbio atingiu em junho os níveis mais baixos em mais de um ano. A recuperação do PIB e a melhora da perspectiva do rating do Brasil pela agência de classificação de risco de crédito S&P começaram a trazer os estrangeiros de volta à B3 no fim do primeiro semestre.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em junho, a demanda por ativos brasileiros ajudou a levar o dólar da faixa dos R$ 5,20 para a de R$ 4,70 em poucas semanas. “O câmbio vem de um período muito desvalorizado”, afirma Sobral. O movimento, porém, não deve se manter.

Um dos motivos é que o real já não está mais tão barato quanto antes, explica o economista-chefe da Neo Investimentos.

Para sustentar a tese de que boa parte do ajuste no dólar já foi feito, Sobral recorre ao histórico do câmbio corrigido pela inflação.

Antes da queda recente, o câmbio chegou aos patamares mais altos históricos, sem considerar períodos de maior estresse como o período pré-eleitoral de 2002, época da primeira vitória de Lula.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Em nenhum outro momento nos últimos 35 anos o real ficou tão barato quanto nesse pós-pandemia. A gente ainda acha que poderia ter mais pra cair do que para subir em relação ao preço que está agora. Ou seja, daria para cair mais. Mas não é mais tão obviamente barato.”

Outro motivo, prossegue Sobral, é a expectativa de queda no diferencial do juro.

“Quando a gente olha para os fatores que geralmente influenciam o real, a gente não fica tão otimista assim. O diferencial de juros do Brasil para o mundo vai começar a cair. Esse juro a 13,75% não vai durar muito tempo. Então vai fazer com que o real fique no relativo menos atrativo pelo que paga de juro.”

Projeções para o dólar podem ser revisadas

Sobral não se deixou seduzir pela recente queda do dólar. Pelo menos por enquanto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A gente mantém a projeção de R$ 5,20 para o final do ano”, afirma. 

Mas pode ser que mude. “Se o câmbio não voltar a subir, estou disposto a revisar. Então podemos dizer que é R$ 5,20 com risco para baixo.”

Aqui é necessário abrir um parêntese. Muito antes desse trecho da entrevista, logo que começou a falar sobre a taxa de câmbio, Sobral começou com a ressalva que todo economista responsável faz quando começa a falar em real, dólar e variação cambial.

“O disclaimer que todo economista deveria fazer é de que o câmbio é um negócio muito difícil de prever. Não que o resto seja fácil. Mas a taxa de câmbio parece particularmente feita pra gente passar vergonha”, disse, parafraseando Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Riscos potenciais

Fechado o parêntese, a impressão da conversa com Luciano Sobral é de que o pessimismo exagerado do início do ano foi substituído por um otimismo moderado com a perspectiva de queda do juro e o arcabouço fiscal saindo do forno.

O maior risco, na visão do economista-chefe da Neo, é externo.

“O mercado voltou a ficar complacente com o risco de recessão”, adverte.

“É raro o Fed subir tanto assim o juro e não terminar em recessão. É como se o mercado estivesse apostando agora na exceção, e não na regra.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
AINDA MAIS PRECIOSOS

Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?

22 de dezembro de 2025 - 12:48

No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%

BOMBOU NO SD

LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro

21 de dezembro de 2025 - 17:10

Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana

B DE BILHÃO

R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista

21 de dezembro de 2025 - 16:01

Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias

APÓS UMA DECISÃO JUDICIAL

Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana

21 de dezembro de 2025 - 11:30

O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo

DESTAQUES DA SEMANA

Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques

20 de dezembro de 2025 - 16:34

Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas

OS MAIORES DO ANO

Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking

19 de dezembro de 2025 - 14:28

Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel

MEXENDO NO PORTFÓLIO

De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação

19 de dezembro de 2025 - 11:17

Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar

MERCADOS

“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237

18 de dezembro de 2025 - 19:21

Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)

ENTREVISTA

‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus

18 de dezembro de 2025 - 19:00

CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.

OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar