Gestores do fundo imobiliário DEVA11 são demitidos pela RTSC, que alega irregularidades na Devant; executivos dizem que decisão não é válida
Destituição ocorre em meio a disputa entre os executivos da Devant e a holding RTSC; fundo DEVA11 está entre os que sofreram com inadimplência em títulos de crédito neste ano

O comando da Devant Asset, gestora do fundo imobiliário Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), é alvo de um impasse após uma assembleia realizada nesta sexta-feira (15). Segundo informações da RTSC, holding que é sócia majoritária da gestora, três dos principais executivos foram destituídos em reunião realizada mais cedo.
Os demitidos são Bruno Eiras Martins, David Camacho da Costa e Pedro Terranova. De acordo com último formulário de referência disponível, Martins é diretor executivo e de gestão, Costa cuida das diretorias de distribuição e suitability e Terranova é responsável pelo compliance.
Os três também são sócios da gestora e, ainda segundo o formulário, Martins e Costa detêm ainda participações de 15% e 1%, respectivamente, na RTSC.
Em nota enviada ao Seu Dinheiro, a holding confirma as demissões e diz que elas ocorrem após terem sido constatadas irregularidades na condução da gestora. “A decisão foi tomada em benefício dos cotistas dos fundos e da própria empresa”, afirma a RTSC.
Já a Devant diz que as destituições não são válidas pois a assembleia na qual elas foram deliberadas e efetivadas havia sido suspensa pela Justiça nesta semana.
A reportagem teve acesso a um despacho datado da última quarta-feira (13) no qual a juíza Mariana Dubois Fava argumenta que, “diante da litigiosidade entre as partes”, entende ser prudente determinar a suspensão da assembleia.
Leia Também
“Mesmo sendo uma reunião inválida e sem quórum, a RTSC decidiu sozinha pelas deliberações, nomeando sócios da Hectare Capital para assumir a posição dos sócios da Devant, justamente os profissionais que estão desempenhando seus deveres fiduciários e trabalhando em defesa do fundo”, cita a nota enviada ao Seu Dinheiro e cujo conteúdo está disponível na íntegra ao final do texto.
Vale destacar que a Hectare também faz parte do portfólio de gestoras da RTSC.
Outro despacho assinado pela mesma juíza hoje, porém, encerrou o efeito da medida cautelar que suspendeu a assembleia e negou uma tutela de urgência que pedia que os três executivos fossem mantidos na administração até a conclusão de outra ação.
"No caso, em um exame preliminar e de probabilidade, não estão presentes os requisitos para a concessão da tutela de urgência. Com efeito, os documentos que acompanham a inicial não fornecem prova segura do quanto alegado, notadamente de condutas que efetivamente prejudiquem a sociedade Devant de forma direta", escreveu a magistrada.*
Destituição ocorre em meio à briga entre sócios minoritários e holding
As destituições ocorrem pouco mais de uma semana após a Devant revelar que tomava medidas para romper a sociedade com a RTSC.
A Devant já trava desde novembro uma batalha judicial com a Forte Securitizadora (Fortesec), que é emissora de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que estão no FII DEVA11 e apresentaram inadimplência neste ano, incluindo do Grupo Gramado Parks — relembre aqui o caso.
Os problemas com os CRIs começaram em março e afetam a performance do fundo, que tem mais de 125 mil cotistas. As cotas do DEVA11 acumulam queda de 44% em 2023.
No início deste mês, a gestora confirmou que também tomou medidas judiciais contra a RTSC. "Evidentemente que como desdobramento das atitudes inadequadas da Fortesec e da RTSC Holding, estamos comprometidos e adotando medidas direcionadas ao rompimento da sociedade", diz a nota enviada ao Seu Dinheiro na semana passada.
Vale destacar que, assim como a Devant, a Fortesec também fazia parte do portfólio de empresas da RTSC. O controle da securitizadora foi transferido em abril para Juliana Mello e Rodrigo Ribeiro, executivos que já faziam parte da diretoria enquanto a empresa esteve sob o guarda-chuva da RTSC.
O que diz a RTSC
A RTSC encaminhou um posicionamento oficial relacionado às destituições. Leia a seguir a íntegra:
A RTSC confirma que destituiu os executivos Bruno Eiras Martins, David Camacho Da Costa e Pedro Terranova da gestão da Devant Asset após constatar irregularidades na condução da gestora. A decisão foi tomada em benefício dos cotistas dos fundos e da própria empresa.
O que diz a Devant
A Devant também encaminhou um posicionamento oficial relacionado às destituições. Leia a seguir a íntegra:
Dando continuidade a uma clara tentativa de retaliação, a RTSC Holding, sócia da Devant Asset Investimentos Ltda, convocou uma assembleia de acionistas com o propósito de excluir os sócios administradores, fundamentando tal decisão em supostos atos de inegável gravidade supostamente cometidos pelos sócios.
As alegações, evidentemente mentirosas, são claramente interpretadas como uma escancarada medida retaliatória em resposta às investigações sobre atos irregulares levantados em relação à própria RTSC. A intenção é clara, retirar os sócios administradores que em conjunto com os demais sócios atuantes no dia a dia da Gestora, estão apontando irregularidades e feito isso, cairiam por terra todas as investigações e processos judiciais que foram abertos em defesa do Fundo e de seus mais de 125 mil investidores.
A manobra é tão evidente que inclusive, ciente das ações praticadas pela RTSC, foi matéria de decisão deferida pelo MM, suspendendo a assembleia datada para 15 de dezembro de 2023. Sim, a realização da assembleia foi suspensa pela Justiça.
Mesmo sendo uma reunião inválida e sem quórum, a RTSC decidiu sozinha pelas deliberações, nomeando sócios da Hectare Capital para assumir a posição dos sócios da Devant, justamente os profissionais que estão desempenhando seus deveres fiduciários e trabalhando em defesa do Fundo.
Como temos detalhado extensivamente nos relatórios gerenciais do DEVA11, a abordagem padrão da RTSC Holding e das empresas associadas do grupo é caracterizada por uma tendência a ignorar decisões, inclusive as judiciais, priorizando apenas aquilo que lhes é conveniente.
Reiteramos que a assembleia, a qual foi divulgada de maneira irresponsável pela RTSC, alegando a demissão dos sócios administradores, não possui validade. Portanto, as decisões relativas aos Fundos permanecerão sob a responsabilidade dos atuais sócios administradores.
Os nove sócios da Devant, atuantes no dia a dia da Gestora, e que estão trabalhando em prol do Fundo são:
- Bruno Eiras
- David Camacho
- Pedro Terranova
- Helio Pio
- Luis Fujiwara
- Vicenzo Monica
- Maísa Oliveira
- Rodrigo França
- Christiano Moreira
*Matéria atualizada para incluir o conteúdo do segundo despacho ao qual o Seu Dinheiro teve acesso posteriormente
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras
André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado
A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo
O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo
De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente
Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes
FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação
O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação
O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim
Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial
O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso
As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim