Tesouro Direto: depois de muito sofrer, título Tesouro IPCA+ está em um bom momento para compra?
Com ciclo de alta da Selic chegando perto fim, é hora de comprar títulos atrelados à inflação, que tanto se desvalorizaram no ano passado?
Os títulos públicos atrelados à inflação, também conhecidos como NTN-B ou Tesouro IPCA+, apanharam no ano passado com a escalada dos juros futuros.
Esses papéis, disponíveis para investimento no Tesouro Direto, tendem a se desvalorizar quando a perspectiva é de alta nas taxas de juros. Eles pagam uma taxa prefixada mais a variação da inflação, medida pelo IPCA.
Assim, quem comprou esse tipo de título lá atrás, quando a Selic estava mais baixa, tem visto seu investimento enfrentar muita volatilidade; caso tenha vendido seu título antes do vencimento, provavelmente perdeu dinheiro.
Felizmente, quem permanecer com esses títulos até o vencimento receberá exatamente a rentabilidade acordada, independentemente das flutuações no meio do caminho. E a elevada inflação do ano passado, superior a 10%, certamente incrementará o retorno total dos seus papéis.
Em compensação, a alta dos juros aumentou a taxa prefixada paga pelas NTN-B. Com a queda nos seus preços de mercado, sua remuneração esperada se eleva. Assim, um título que no início do ano passado pagava em torno de 3% ou 4% acima da inflação, hoje paga mais de 5,5% acima da inflação.
Veja o desempenho dos preços dos títulos atrelados à inflação nos últimos 12 meses (do melhor para o pior desempenho) e nos últimos 30 dias:
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| Título | Últimos 12 meses | Últimos 30 dias |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2024 | 3,69% | 0,63% |
| Tesouro IPCA+ 2024 | 3,05% | 0,64% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 | 2,09% | 0,87% |
| Tesouro IPCA+ 2026 | 1,08% | 0,92% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2030 | -1,95% | 0,50% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 | -5,72% | 0,37% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | -7,40% | 0,33% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2045 | -8,56% | -0,02% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 | -10,74% | -0,11% |
| Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 | -11,41% | 0,08% |
| Tesouro IPCA+ 2035 | -11,95% | 0,07% |
| Tesouro IPCA+ 2045 | -27,78% | -0,68% |
Quando os juros sobem, abrem-se oportunidades para se comprar títulos atrelados à inflação que garantam uma remuneração maior acima da inflação. Ao mesmo tempo, enquanto os juros permanecerem em alta, as taxas dos Tesouro IPCA+ continuam subindo, e seus preços continuam caindo.
Agora, porém, estamos nos aproximando de um ponto de inflexão, em que o ciclo de alta da Selic está chegando ao fim, e a inflação deve (deve!) ficar um pouco mais controlada. Ou seja, um cenário em que as taxas pagas pelas NTN-B talvez tenham atingido um limite de alta, e seus preços talvez parem de cair.
Repare que os títulos de prazo mais curto - mais afetados pela política monetária praticada pelo Banco Central do que pelo risco-país, como os de longo prazo - já passaram a acumular resultado positivo em 12 meses, com as altas recente nos seus preços.
Sendo assim, dá para concluir que é uma boa hora para comprar títulos públicos atrelados à inflação no Tesouro Direto? Ou a perspectiva de desaceleração da inflação torna os prefixados (que não têm correção por um índice de preços) mais interessantes?
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Inflação pode permanecer pressionada por mais tempo que o esperado
Recentemente, eu conversei com Jorge Dib, sócio e gestor macro da Frontier Capital, justamente sobre esse assunto. Ele acredita que o mercado de títulos já está "muito bem precificado", dados os riscos atuais - risco fiscal e eleições presidenciais, no cenário doméstico, e aperto monetário nos países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos.
Ainda assim, ele acredita que uma aposta em um Tesouro IPCA+ de longo prazo - com vencimento de 2035 em diante - é a de melhor relação risco-retorno no momento.
Isso porque, segundo ele, as NTN-Bs estão precificando uma inflação mais elevada que os prefixados. Ele lembra que, na média, a inflação brasileira dos últimos 20 anos foi de 6,30%, isso num cenário desinflacionário no mundo, que não é o que está ocorrendo agora.
Assim, supor uma inflação relativamente alta, ainda que controlada, por um tempo prolongado no Brasil daqui em diante não seria algo tão fora da caixa. Ainda mais se considerarmos as incertezas em relação às próximas eleições. “Como será o próximo governo? É improvável que ele seja muito austero fiscalmente. Então a inflação brasileira ainda deve ficar alta por algum tempo”, diz Dib.
Ele lembra ainda que não há como manter os juros altíssimos por muito tempo, porque assim se sacrifica demais o crescimento. Nesse caso, o BC pode acabar se vendo obrigado a cortar juros, futuramente, mesmo com a inflação num patamar mais alto, o que beneficiaria mais as NTN-B.
Tesouro IPCA+ com remuneração na casa de 5,60% ao ano acima da inflação
Atualmente, há três títulos atrelados à inflação com vencimentos de 2035 em diante disponíveis para compra no Tesouro Direto: o Tesouro IPCA+ 2035, que está remunerando 5,60% ao ano + IPCA; o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040, que está pagando 5,63% ao ano + IPCA; e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055, que está rendendo 5,66% ao ano + IPCA. Os dois últimos pagam uma remuneração semestral, como o nome indica.
Essas rentabilidades estão historicamente elevadas, e, portanto, atrativas. Entretanto, quem não tem a intenção ou possibilidade de ficar com os recursos investidos até o vencimento deve lembrar que novas altas nos juros longos podem desvalorizar esses papéis e levar o investidor a ter perdas na venda antecipada.
Assim, é preciso ter em mente que uma queda nos juros futuros com valorização desses títulos é uma possibilidade, mas se a intenção for ganhar dinheiro dessa forma, esta é, no momento, uma operação com uma boa dose de risco.
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