MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3) recuam após prévias operacionais; veja o que pensam os analistas sobre os números das construtoras
Os números das companhias mostraram mais uma vez como o cenário macroeconômico, especialmente a inflação, tem atrapalhado as construtoras

Ao contrário do que ocorre com os acionistas de outras empresas brasileiras, quem detém ações de construtoras e incorporadoras não precisa esperar o balanço para ter uma ideia de como foi o trimestre. E, nesta terça-feira (19), o mercado se debruçou sobre duas empresas que constroem imóveis para o segmento de baixa renda: a MRV (MRVE3) e a Tenda (TEND3).
Afinal, as duas rivais divulgaram suas prévias operacionais do primeiro trimestre de 2022 — tipicamente, o setor divulga esses documentos algumas semanas antes dos resultados financeiros. E foi nesse sentido que MRV e Tenda apareceram entre os destaques (negativos) do pregão de hoje.
Os números das companhias — conhecidas principalmente pelos empreendimentos voltados às famílias de baixa renda — mostraram mais uma vez como o cenário macroeconômico, especialmente a inflação, tem atrapalhado as construtoras.
A MRV continuou se apoiando nos resultados da AHS, sua subsidiária nos Estados Unidos, para evitar um desempenho pior. Já a Tenda sacrificou velocidade de vendas em nome de preços maiores para tentar compensar o impacto da alta nos preços dos insumos da construção civil em suas margens.
Com esse quadro nada animador, as ações das empresas chegaram a apresentar um desempenho bem fraco nesta terça-feira (19), com quedas superiores a 2%. Contudo, conseguiram recuperar terreno. As ações TEND3 conseguiram virar o sinal e fechar em alta 2,55%, a R$ 6,83%. As ações MRVE3, no entanto, ainda fecharam em baixa de 0,81%, a R$ 11,07.
MRV (MRVE3) busca diversificação
De volta às prévias, a MRV (MRVE3) registrou o maior volume de vendas líquidas de sua história para um primeiro trimestre: R$ 1,7 bilhão. A cifra cresceu 7,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Leia Também
Outro ponto digno de nota, segundo a XP Investimentos, foi que 47,7% de suas vendas nos últimos 12 meses vieram de fora do programa Casa Verde e Amarela.
O percentual é importante porque faz parte da estratégia de diversificação da MRV. O objetivo é reduzir a exposição da empresa ao programa — que não permite o repasse total da alta dos preços dos insumos — até a aprovação de novas curvas de subsídio.
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui.
A muleta norte-americana
A AHS voltou a ser o destaque da prévia com a venda de mais um empreendimento, por R$ 221 milhões. Enquanto no Brasil a margem bruta da MRV (MRVE3) sofre, a operação norte-americana superou em 10 pontos percentuais as projeções iniciais.
A subsidiária ainda tem três outros projetos em negociação, totalizando aproximadamente US$ 300 milhões em vendas potenciais.
Para a XP, os negócios da AHS “devem continuar a sustentar o desempenho da empresa nos próximos trimestres”.
Queima de caixa da MRV (MRVE3) acende alerta
Do lado negativo da prévia operacional da MRV (MRVE3), a nova queima de caixa de R$ 834 milhões voltou a acender o alerta para os analistas.
Parte desse dinheiro teve um destino que é bem visto: sustentar o crescimento da AHS. Outra parte — cerca de R$ 354 milhões — foi utilizada pela operação central, voltada ao segmento de baixa renda, e serviu novamente à antecipação da compra de materiais para tentar driblar os efeitos da inflação.
Considerando esse elemento, o JP Morgan já previa uma reação negativa das ações. Para o banco de investimentos, a elevada queima de caixa da empresa “deve compensar suas vendas líquidas sólidas e velocidade de vendas saudável de 14,6%”.
Ainda assim, os analistas recomendam compra para o papel, com preço-alvo de R$ 16 — potencial de alta de 46,4% em relação à cotação atual. A XP, que também indica a compra, projeta uma alta ainda maior, de 73,8%, com preço-alvo de R$ 19 para MRVE3.
Tenda (TEND3) aperta preços para desafogar margens
Já a Tenda (TEND3), que não tem uma subsidiária norte-americana para salvar o balanço, aposta em um “profundo” ajuste em sua estratégia de precificação para compensar os custos elevados e aliviar a pressão nas margens.
O preço médio do primeiro trimestre foi de R$ 162,6 mil, valor 14,3% superior ao registrado nos primeiros três meses de 2021, e 3,3% maior do que o do trimestre imediatamente anterior.
O valor deve subir ainda mais a partir dos próximos meses, quando entra em vigor a nova estratégia.
Queda nos indicadores da Tenda (TEND3)
Ainda assim, a XP considera que a Tenda (TEND3) apresentou “números operacionais fracos em todas as frentes”. As vendas líquidas recuaram 18% na comparação anual, para R$ 578,6 milhões.
O indicador de vendas sobre as ofertas líquidas (VSO), que dá pistas sobre a velocidade de comercialização dos empreendimentos imobiliários, também caiu 5,4 pontos percentuais, ficando em 26,1%.
Apesar da queda, o BTG Pactual considera que o percentual ainda é forte, enquanto os demais resultados foram “suaves”, mas alinhados com as projeções.
O banco de investimentos argumenta que o cenário continua difícil para todas as incorporadoras de baixa renda. “A inflação da construção ainda não está desacelerando, o que significa que as margens devem permanecer apertadas”, escrevem os analistas.
Com isso em mente, o banco deve revisar seu modelo de avaliação, mas, por enquanto, mantém a recomendação de compra para a Tenda e um ambicioso preço-alvo de R$ 40. Se atingido, representará uma alta de 515% das ações TEND3.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje