Luz amarela no e-commerce: XP corta preço-alvo de Americanas (AMER3), Magalu (MGLU3), Via (VIIA3) e Enjoei (ENJU3)
Inflação e juros altos são motivos de tensão para essas empresas, que podem ter na Copa do Mundo e na competição mais racional o ponto de virada para o desempenho deste ano
No mundo, há uma linguagem na qual todos nós somos fluentes: as cores do semáforo. Praticamente todo mundo sabe que o vermelho indica parar, o amarelo significa diminuir a velocidade e o verde, seguir em frente. E foi justamente a luz amarela que a XP acendeu para Americanas (AMER3), Magalu (MGLU3), Via (VIIA3) e Enjoei (ENJU3).
A corretora cortou o preço-alvo das ações das quatro empresas de comércio eletrônico, citando a deterioração do cenário macroeconômico, a alta da taxa de juros e a incerteza econômica como as principais razões por trás da performance negativa do setor.
“De uma forma geral, continuamos a enxergar uma dinâmica desafiadora para 2022, com a combinação de alta das taxas de juros e inflação, baixo crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] e incerteza política à medida que estamos em um ano de eleições”, diz a XP no relatório.
As ações das quatro empresas amargam perdas em um ano de pelo menos 50%; ENJU3 lidera o pelotão, com queda superior a 80%.
Ficou difícil para o quarteto manter o ritmo intenso de vendas visto ao longo de 2020 depois que as restrições sociais da pandemia foram sendo afrouxadas — e, já no terceiro trimestre de 2021, empresas como Magalu e Via mostraram uma certa tendência de desaceleração do crescimento do e-commerce.
Confira abaixo a tabela com o preço-alvo da XP para cada uma das empresas:
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| Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-alvo novo | Preço-alvo antigo |
| Americanas | AMER3 | Neutra | R$ 40,00 | R$ 45,00 |
| Magazine Luiza | MGLU3 | Neutra | R$ 12,00 | R$ 18,00 |
| Via | VII3 | Neutra | R$ 7,00 | R$ 10,00 |
| Enjoei | ENJU3 | Neutra | R$ 5,00 | R$ 7,00 |
No fechamento do dia, AMER3 subiu 2,28%, cotada a R$ 34,03; MGLU3 avançou 0,92%, a R$ 6,60; VIIA3 caiu 2,42%, a R$ 4,04 e ENJU3 teve alta de 1,29%, a R$ 3,14.
Muita calma nessa hora
O comércio eletrônico foi o segmento com pior desempenho na cobertura da XP em 2021, acumulando perdas médias de 69%. Em 2022, o recuo adicional já chega a 7%.
Além dos riscos políticos e fiscais, dos juros e da inflação, a corretora cita ainda o aumento da percepção de risco do Brasil e a deterioração da confiança dos consumidores — um cenário que deve persistir este ano.
No entanto, ainda que a pista esteja um pouco escorregadia para Americanas, Magalu, Via e Enjoei no curto prazo, é possível que as empresas de e-commerce peguem carona nos chamados pontos de virada.
“Analisamos alavancas que podem destravar a reavaliação das ações, como a acomodação das taxas de juros, a Copa do Mundo e uma dinâmica de competição mais racional”, diz a XP no relatório.
A ameaça asiática
As plataformas de e-commerce asiáticas têm obtido um ritmo impressionante de downloads de aplicativos desde o início de 2020 devido a fortes investimentos em marketing. A Shopee, da Sea Ltd., por exemplo, foi o aplicativo de e-commerce mais baixado em 2021 no Brasil, com mais de 100 milhões de downloads.
Apesar de sua expansão acelerada no país e sua recente abertura a sellers locais, a vida das asiáticas não é um mar de rosas, ao menos na visão da XP. A corretora diz que o governo brasileiro deve começar a prestar atenção na isenção de impostos dos produtos vendidos por essas empresas e a falta de uma rede local de logística, além da “reputação questionável” desses grupos.
“Desde que players estrangeiros como Shopee, Alibaba e Shein começaram a acelerar seus planos de expansão no Brasil, investimentos em aquisição de clientes e leads aumentaram fortemente, exigindo que os players locais expandissem seus investimentos em marketing e frete em detrimento das margens”, diz a XP.
Nesse sentido, a corretora acredita que as ações podem reagir positivamente se começarmos a ver sinais de racionalização no mercado por meio de taxas de comissão e/ou margens mais altas.
Magalu, Americanas, fusões e aquisições
Segundo a XP, as fusões e aquisições não devem desacelerar neste ano, uma vez que empresas como o Magalu e Americanas estão bem capitalizadas. Entretanto, a corretora acredita que os possíveis alvos possam diferir entre os concorrentes, dependendo da estratégia e posicionamento de mercado de cada empresa.
No caso do Magalu, a empresa deve analisar alvos que complementem seu ecossistema em todos os campos (fintech, geração de conteúdo, software para sellers, publicidade, marketing digital, logística) e até novas categorias de produtos, como vestuário, alimentos e produtos de cauda longa.
Já AMER3 tem duas frentes: fortalecimento do seu ecossistema, com possíveis alvos em empresas focadas em serviços, e construção de uma vertical de franquias, através da aquisição de varejistas bem operadas.
Para a Via, a projeção é de foco em empresas menores - com pouco impacto na posição de caixa da companhia - e complementares, enquanto o Enjoei pode mapear possíveis alvos ou ser visto como um.
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