Após oito anos de negociações, foi formalizado neste domingo (15) um dos maiores acordos de livre comércio do mundo, reunindo 15 países da região Ásia-Pacífico, englobando o equivalente a 30% da população mundial e um PIB consolidado de US$ 26,2 trilhões, um terço da economia mundial.
O tratado chamado Parceria Regional Econômica Abrangente (RCEP, na sigla em inglês) reúne dez países do Sudeste Asiático, assim como Coreia do Sul, China, Japão, Austrália e Nova Zelândia. Ele foi assinado em paralelo à reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
No documento anunciando a assinatura do tratado, os líderes dos países membros afirmam que o acordo “é crítico para a resposta regional à pandemia de covid-19 e vai exercer um importante papel na construção da resiliência da região, por meio de um processo de recuperação econômica pós-pandemia inclusivo e sustentável”.
Pelos termos acertados, o RCEP pretende eliminar tarifas alfandegárias ao longo de 20 anos. Ele traz ainda provisões acerca de propriedade intelectual e questões envolvendo telecomunicações, serviços financeiros, e-commerce e outros serviços.
A assinatura está sendo vista por analistas como uma forma de a China expandir sua influência pela região. Ela também representa um contraponto a uma proposta apresentada pelos Estados Unidos em 2017. A Parceria Trans-Pacífico, promovida pelo então presidente Barack Obama, acabou não saindo do papel depois que Donald Trump se opôs ao acordo.
"Isto [assinatura do RCEP] não é apenas uma conquista marcante da cooperação regional da Ásia Oriental, mas mais importante uma vitória do multilateralismo e do livre-comércio", disse o primeiro-ministro da China, Li Keqiang.
*Com informações de agências internacionais