Lucro líquido da Marfrig (MRFG3) sobe para R$ 4,3 bilhões em 2021 e é o maior da história da companhia; empresa propõe R$ 383,1 milhões em dividendos
Boa parte da cifra deve-se aos sucessivos recordes de rentabilidade registrados pela operação norte-americana
Em seu primeiro balanço após confirmar que estará presente no conselho de administração da rival BRF (BRFS3), a Marfrig (MRFG3) reportou lucro líquido de R$ 4,3 bilhões em 2021, alta de 31,5% na comparação com o ano anterior e o maior resultado na história da empresa.
Boa parte da cifra, ou cerca de 75% da receita líquida de R$ 85,4 bilhões registrada, deve-se aos sucessivos recordes de rentabilidade registrados pela operação norte-americana. "A excelente performance é reflexo da alta demanda por proteína bovina, que, de acordo com o USDA, alcançou o maior patamar desde 2009", destaca a empresa em comunicado.
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) consolidado foi de R$ 14,5 bilhões no ano, alta de 51,6% em relação a 2020.
Com o resultado, o conselho de administração da empresa propôs a distribuição de R$ 383,1 milhões em dividendos. O pagamento será analisado em Assembleia Geral Ordinária marcada para 8 de abril.
O efeito BRF
Já no quarto trimestre, a companhia de alimentos lucrou R$ 650 milhões, queda de 44,5% ante igual período em 2020. De acordo com a Marfrig, o recuo é explicado por dois fatores:
- um efeito negativo de R$ 1,2 bilhões da marcação a mercado do investimento em ações da BRF;
- e o crescimento nos juros líquidos provisionado.
A receita líquida cresceu 31,1%, na mesma base de comparação, e somou R$ 23,9 bilhões entre outubro e dezembro.
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Marfrig no controle
Vale lembrar que a Marfrig vem aumentando sua participação no capital da BRF desde o ano passado e, atualmente, é dona de 33% da rival. Mas, até meados de fevereiro, a companhia dizia não ter interesse em interferir nos rumos da dona da Sadia e da Perdigão.
A situação mudou quando a empresa indicou uma chapa para o conselho de administração da BRF, com velhos conhecidos do mercado na lista.
Quem preside a chapa é Marcos Molina, fundador e controlador da Marfrig — e que hoje lidera o conselho de administração da concorrente da BRF.
A vice-presidência fica com Sergio Rial, que também é presidente do conselho de administração do Santander desde janeiro deste ano. Rial é um parceiro de longa data de Molina: ele foi uma das mentes por trás da reestruturação nas finanças da Marfrig num passado não tão distante.
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