As ações das incorporadoras ainda vão sofrer com a alta de juros. Mas duas delas ainda têm potencial para subir quase 90%, diz analista
Bank of America corta estimativas para principais construtoras da B3 com perspectiva de Selic ainda em níveis elevados no ano que vem, mas vê oportunidades no setor
O final de junho se aproxima a passos rápidos e marcará o final de mais um trimestre para as empresas brasileiras. O mercado ainda precisará aguardar um pouco para conferir os resultados do período. Mas, no caso das construtoras da B3, haverá um spoiler em breve.
As prévias operacionais começam a ser divulgadas em julho e dão pistas de como foi o desempenho das companhias.
O Bank of America, no entanto, não quis esperar pelo spoiler de como foi o segundo trimestre antes de promover um corte geral em seus preços-alvo para as principais empresas do setor.
Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (23), o banco de investimentos analisou dados históricos das ações em períodos similares ao atual e concluiu que uma revisão de projeções era necessária.
Análise histórica mostra dificuldades à frente
Os analistas do BofA verificaram que as companhias — especialmente as voltadas à média e alta renda — costumam apresentar um desempenho inferior ao Ibovespa quando a Selic está próxima de 10,5% ao ano. Esse é o patamar que o banco projeta para a taxa básica de juros no próximo ano.
“Reconhecemos que o início de um ciclo de flexibilização pode despertar algum otimismo, mas achamos que é muito cedo para se posicionar, considerando a meta ainda elevada para Selic e ventos operacionais contrários em ambos os segmentos”, escrevem os analistas.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
O banco afirma que a taxa de juros deve ser o principal vilão da construção no próximo ano, mas alerta que a inflação também seguirá pressionando as margens.
“A dinâmica de custos segue se deteriorando com a alta no preço do aço e com a mão de obra acrescentando outra camada de pressão ao ambiente inflacionário.”
Passando a faca nos preços-alvos das construtoras
Com os dados históricos e atuais em mãos, o Bank of America não poupou nenhuma das incorporadoras cobertas por seus analistas e promoveu um corte geral nas estimativas. A queda foi de 15,4% a 30,8% para os preços-alvo.
No topo dessa faixa ficou a Tenda (TEND3), para quem os analistas enxergam maior incerteza de ganhos dos próximos trimestres.
Cury (CURY3) e MRV (MRVE3): as construtoras favoritas do BofA
A empresa que sofreu o menor corte nas estimativas de preço foi a Cury (CURY3), uma das favoritas do banco no setor. O BofA segue recomendando a compra da ação da incorporadora, agora com preço-alvo de R$ 11. Ainda assim, o papel tem um potencial de alta de 87,4% em relação ao fechamento de ontem.
Vale relembrar que a Cury tem apostado na estratégia de subir seu preço para compensar a pressão inflacionária nas margens. No primeiro trimestre, por exemplo, o custo médio por unidade avançou 20,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A segunda ação com maior potencial de alta pelas projeções dos analistas é a MRV (MRVE3), que possui indicação de compra e um preço alvo de R$ 15 — um upside de 84%.
“No macro desafiador, continuamos favorecendo players com catalisadores de curto prazo como a MRV (MRVR3) — a AHS Residential ainda não foi precificada e qualquer capitalização pode ser um gatilho — ou que forneçam crescimento nos lucros e retorno em dividendos, como a Cury”, explica o banco de investimentos.
A MRV já admitiu que o gatilho da AHS pode ser acionado em breve. A construtora revelou que há possibilidades tanto de entrada de um parceiro na empresa quanto de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da subsidiária norte-americana.
Veja abaixo o novo preço-alvo, o potencial de alta e a recomendação do BofA para cada uma das empresas:
| Empresa | Recomendação | Novo preço-alvo | Potencial de alta |
| Cury (CURY3) | Compra | R$ 11,00 | 87,4% |
| Cyrela (CYRE3) | Compra | R$ 18,00 | 48,8% |
| Direcional (DIRR3) | Compra | R$ 14,00 | 41,4% |
| Even (EVEN3) | Venda | R$ 5,00 | 10,2% |
| EzTec (EZTC3) | Venda | R$ 16,00 | 4,5% |
| MRV (MRVE3) | Compra | R$ 15,00 | 84% |
| Tenda (TEND3) | Venda | R$ 4,50 | 9,8% |
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
