Ações do Assaí (ASAI3) sobem forte com possível diluição do Grupo Casino e mais poder aos minoritários
A pressão da oferta de ações iminente fica em segundo plano e investidores embarcam no papel de olho de fortalecimento da governança corporativa
Os últimos dois anos têm sido de grandes transformações para a rede de atacarejo Assaí (ASAI3).
Primeiro veio a saída da empresa do guarda-chuva do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e a estreia solo na bolsa. Depois, a aquisição dos hipermercados Extra e a conversão das lojas.A renovação da marca tem sido positiva para os papéis de ASAI3, que acumulam alta de mais de 40% no ano.
Agora, a companhia parece preparada para inaugurar mais um capítulo em sua história — o início do desembarque do seu acionista controlador francês.
Na noite de ontem (26), a rede de atacarejo informou que o grupo Casino iniciou estudos para se desfazer de uma fatia de US$ 500 milhões — o que representa cerca de 30% das ações detidas pelos franceses e 12% do total de papéis em circulação na bolsa —, por meio de uma oferta secundária de ações.
Na prática, isso significa que se a operação de fato se concretizar, a participação do grupo cairia de 41% para pouco menos de 30% do capital total da companhia.
A iminência da realização de uma oferta de ações veio pressionando os papéis do Assaí na última semana, conforme cresciam os rumores sobre a piora no risco de calote de dívidas por parte do Casino — um movimento comum de se observar diante da possibilidade dos ativos serem adquiridos por um preço mais baixo durante a operação.
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O esperado pelo mercado é que a pressão de curto prazo se mantenha nas ações da empresa brasileira, mas a reação dos investidores hoje é positiva, repercutindo os ganhos de longo prazo que o desembarque do grupo francês pode trazer à companhia.
Por volta das 13h, os papéis de ASAI3 subiam cerca de 6,73%, a R$ 18,23. As ações do Grupo Pão de Açúcar, também subsidiária do Casino, também sobem forte — com um avanço de 5,87%, a R$ 20,74. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.
Trajetória das ações da rede de atacarejo Assaí na última semana
Na França, as ações do grupo francês chegaram a disparar mais de 20%, repercutindo também a melhora nos dados operacionais da companhia. A receita de vendas do Casino teve alta de 10,6% na comparação anual, atingindo a marca de 8,55 bilhões de euros. As subsidiárias latino-americanas foram responsáveis por uma alta de 23,4% nas vendas.
Uma questão de governança
Reorganizações societárias complexas com o intuito de aliviar o caixa e reduzir o endividamento, assim como embate com acionistas minoritários de suas subsidiárias, não são nenhuma novidade para o Grupo Casino nos últimos anos — a empresa tem batalhado para encontrar uma posição financeira mais confortável e reduzir a sua alavancagem.
Breno Francis de Paula, analista de varejo do Inter, aponta que todas as subsidiárias, não só as brasileiras, hoje possuem papel importante na resolução dos problemas enfrentados pela holding — com distribuição de lucros para o controlador ou então a venda de participação até um cenário de endividamento mais confortável.
“No caso de venda de participação, o Grupo Casino deve mirar as empresas mais rentáveis e com melhor momento”, aponta o analista. E é aí que entra o Assaí.
Hoje, a rede de atacarejo é uma das principais joias da coroa dentro do portfólio da holding francesa, sendo um dos principais geradores de caixa da companhia e de grande importância estratégica. Das 16 recomendações de analistas compiladas pela plataforma Trademap, todas são de compra, com potenciais de alta que vão de 6% a 58%.
O processo de crescimento e maturação pelo qual passa a companhia prevê um crescimento expressivo do lucro nos próximos anos, o que o leva a acreditar que a oferta deva atrair muitos interessados.
A decisão de se fazer uma oferta secundária e não envolver a emissão de novas ações foi lido com um bom sinal pelo mercado, aponta Rafael Passos, da Ajax Capital — já que a percepção é a de que a gestão da rede de atacarejo está confortável com a sua forte geração de caixa e expectativas futuras de receita e alavancagem, fator importante em meio a forte expansão que vem sido promovida pela empresa.
O aumento da liquidez dos papéis e a diluição dos sócios minoritários é uma pressão de curto prazo, mas a expectativa é que esse grupo ganhe mais influência na tomada de decisões estratégicas — algo visto como amplamente positivo pelos analistas. Com um free float atual de 59% e o potencial da oferta de ações, o esperado é que o Assaí caminhe para uma estrutura de capital pulverizado.
Atualmente, seis dos nove lugares do conselho de administração do Assaí são ocupados por executivos indicados pelo Casino. A companhia ainda não exibiu detalhes sobre qual seria a nova configuração do conselho com a redução da fatia de controle, mas o consenso é que alguns desses assentos devem passar para a mão de de indicados independentes.
Mais cedo, a rede de atacarejo anunciou que Roberto Iabrudi, nome forte do grupo francês no Brasil, irá deixar o cargo de vice-chairman do conselho de administração da companhia, mas seguirá trabalhando com o Casino.
E como fica o Pão de Açúcar?
A forma como a operação vem sendo construída também parece alimentar a esperança de que no futuro novos desinvestimentos possam ser feitos — não só dentro do Assaí, mas também no Grupo Pão de Açúcar. Além disso, um controlador com um melhor posicionamento financeiro ameniza os riscos em suas subsidiárias por tabela.
No caso de PCAR3, a contribuição para o caixa da holding francesa será feita de outra forma, já que as companhias vivem um momento distinto, pelo menos por ora,aponta o analista do Inter.
“A estratégia de GPA está na segregação do Grupo Éxito e no monitoramento de sua participação em Cnova. Após realizar essas duas negociações e conseguir destravar o valor das ações, pode ser que exista um movimento parecido com GPA”
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