A febre dos NFTs passou, mas esta empresa está ganhando dinheiro com eles até hoje
Saiba quem foram os vendedores de pás da corrida do ouro dos NFTs e o que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Toda vez que assuntos envolvendo mercados novos e altamente especulativos emergem, volto ao velho dito de que, na corrida do ouro, eram os vendedores de pás que realmente enriqueciam.
Se o mercado das NFTs foi a corrida do ouro de 2021, não existem muitas dúvidas de que a mina esgotou suas reservas.
O volume de NFTs negociado mensalmente em todos os protocolos de cripto cai cerca de 95% das suas máximas de 2021.
E a cada dia que passa, parece que vai levar mais tempo até que uma nova onda de "mineiros" decida se aventurar em terras virtuais ainda não desbravadas.
O que nos leva a duas perguntas centrais para a coluna de hoje:
Leia Também
(i) Quem foram os vendedores de pás dessa corrida do ouro?
(ii) O que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas?
NFTs: pás sem garantia
Não vou perder o seu tempo explicando pela milésima vez o que são NFTs, tampouco discorrendo sobre o futuro em que elas terão algum uso mais sustentável que a pura e simples especulação.
Para mim, esse último atributo define a maioria absoluta dos recursos movimentados em meio boom de 2021: pessoas comprando NFTs com o único e exclusivo intuito de vendê-las mais caro para outro alguém, no menor intervalo de tempo possível.
Num mercado como esse, a posição mais defensiva, sem dúvidas, é a dos fornecedores, ou dos criadores das NFTs.
O custo de se criar uma coleção é basicamente desprezível, com inúmeros guias no YouTube de como fazê-lo em poucos minutos (arrisque procurar).
Foi assim que protocolos desconhecidos ganharam fama e muito dinheiro; o mais notável desses exemplos é o Bored Ape Yatch Club, que todos hoje conhecem como "figurinhas de macaco" que pessoas pagaram milhões de dólares para adquirir.

Alguns meses depois, as histórias envolvendo o Bored Ape Yacht Club misturam-se em episódios que vão do charlatanismo (como quando decidiram expandir a oferta de "Apes" que deveria ser fixa) à incompetência, como o episódio do lançamento mal estruturado do seu token nativo, que derrubou a rede do Ethereum e veio cheio de brechas que causaram perdas aos seus mais fiéis seguidores.
Em menor escala, milhares de outras experiências como essa foram repetidas. E como o dinheiro ganho tendia a ser reciclado em novas rodadas de especulação, hoje é mais fácil encontrar pessoas que enriqueceram com o mercado em 2021 e perderam tudo em 2022, do que indivíduos que enriqueceram e preservaram seu capital.
Quem ganhou dinheiro uma vez, e vai ganhar de novo quando esse mercado se reacender, são as mesmas empresas que fazem dinheiro com "modinhas" há tanto tempo.
Os mesmos ganhadores de sempre
Na tabela abaixo são destrinchadas as vendas de NFTs de marcas internacionais que se aproveitaram da onda de 2021:
A Nike, por exemplo, emitiu NFTs cujo valor primário de vendas (ou seja, assim que as NFts foram criadas), totalizou US$ 93,1 milhões.
No mercado secundário, ou seja, na especulação enquanto diferentes usuários compravam e vendiam essas NFTs, foram negociados um volume quase 13x maior, de US$ 1,29 bilhão!
Como cada uma dessas transações gerava receita de tarifas passivas para a Nike, ela acumulou outros US$ 92 milhões em receitas, sem precisar fazer absolutamente nada para isso.
A Nike é disparada a empresa que mais faturou em meio ao boom das NFTs, mas outras gigantes da moda, e especialmente do mercado de luxo, como Dolce & Gabbana, Tiffany e Gucci, não ficaram para trás, todas com receitas acima de US$ 10 milhões.
Em termos absolutos, a receita da Nike com NFTs representou menos de 1% da sua receita anual em 2021.
Apesar da irrelevância, é interessante notar como a força da marca permitirá à Nike continuar coletando receita passiva, enquanto houver o mínimo interesse para esse mercado.
No futuro, na medida em que o mercado de NFTs retornar e ganhar relevância, não é absurdo supor que essas empresas, tão tradicionais, sairão vencedoras assumindo riscos mínimos.
Não à toa, quando desenhamos um portfólio de empresas com exposição ao metaverso, em 2021, a Nike foi uma das nossas primeiras escolhas.
Um grande abraço.
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível