Mercado em 5 Minutos: A consolidação de Xi Jinping na China
No exterior, teremos uma semana movimentada da temporada de resultados, que contará com nomes como Bank of America, Johnson & Johnson, Procter & Gamble e Netflix
					Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos fecharam predominantemente em queda nesta segunda-feira (17), acompanhando as movimentações negativas em Wall Street na sexta-feira da semana passada (14).
A preocupação central ainda é com a possibilidade de recessão depois que os recentes dados de inflação dos EUA, mais quentes do que o esperado, elevaram as expectativas de mais aumentos agressivos das taxas de juros.
Ainda no exterior, teremos a primeira semana mais movimentada da temporada de resultados, que contará com nomes de grandes empresas como Bank of America, Johnson & Johnson, Procter & Gamble e Netflix.
Chama a atenção o início do Congresso do Partido Comunista, em Pequim, com a expectativa de que o presidente Xi Jinping garanta um terceiro mandato (algo histórico).
Neste contexto, os mercados europeus sobem nesta manhã, assim como os futuros americanos. A ver...
00:42 — Dias mais tranquilos
Por aqui, no Brasil, os investidores se defrontam com uma semana relativamente mais tranquila, devendo acompanhar, portanto, o humor internacional.
Leia Também
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Entre os dados econômicos locais, destaque para o IBC-Br de agosto a ser divulgada hoje pelo BC, dado que serve de "prévia" (uma proxy) do PIB e que deverá mostrar recuo de algo como 0,70% no mês (na comparação anual ainda deverá ter crescimento de mais de 5%).
Entre os dados corporativos, vale prestar atenção na divulgação hoje de noite do relatório de vendas e produção do terceiro trimestre da Vale, companhia relevante do ponto de vista sistêmico por conta de sua participação no Ibovespa.
Na esfera política, faltam pouco mais de 10 dias para o segundo turno, momento em que o cenário de disputa acirrada entre Lula e Bolsonaro deverá se consolidar (o mercado não tem refletido negativamente eventuais desdobramentos políticos).
01:24 — Uma aquecida na temporada de resultados
Nos EUA, os investidores se debruçam sobre a temporada de resultados, que ganha tração nesta semana com nomes de peso como Bank of America, Charles Schwab, Netflix, Johnson & Johnson, Goldman Sachs BM, Tesla, Procter & Gamble, entre outros — mais de 60 empresas do S&P 500 devem divulgar seus resultados.
Na semana passada, alguns bancos abriram a temporada reportando números acima do esperado, como foi o caso do JPMorgan e do Citigroup.
Ainda assim, não foi o suficiente para evitar que o humor negativo proveniente do sentimento do consumidor afetasse as ações — ainda que o dado em si tenha subido para o seu nível mais alto desde abril, as expectativas para a inflação de um ano subiram para 5,1%, o primeiro aumento desde março, o que reforça a necessidade de mais juros por parte do Fed.
A partir de agora, o mercado espera um crescimento de 1,6% nos lucros do terceiro trimestre, a desaceleração mais relevante em dois anos.
A boa notícia para as ações, então, é que a barra está baixa. A má notícia, por outro lado, é que as empresas têm muitos ventos contrários, em especial o de recessão, que não foi devidamente para os preços.
Fora as questões corporativas, vale ficar de olho no Livro Bege do Fed, a ser divulgado na quarta-feira, importante para a coletânea de dados que poderá eventualmente reforçar a necessidade de mais juros nos EUA.
02:34 — Complicações britânicas
Hoje, na Europa, os mercados conseguem sustentar certo otimismo na expectativa de novos desdobramentos políticos britânicos.
Na sexta-feira passada, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, demitiu um aliado político de longa data, Kwasi Kwarteng, e voltou atrás em outra de suas propostas tributárias (mini orçamento) na tentativa de acalmar os mercados disfuncionais — com o movimento, Kwarteng se tornou o segundo ministro das Finanças mais breve desde 1945.
Ainda assim, Truss segue em um terreno político bastante instável, com o mercado ainda preocupado com a posição financeira do governo do Reino Unido — ainda que sobreviva no cargo, sua credibilidade pode ter sido permanentemente prejudicada.
O problema é que o caos do mercado também está afetando os britânicos comuns (inflação e custos das hipotecas muito elevados).
Os próximos passos serão definitivos para garantir a estabilidade de uma das mais importantes economias do mundo.
03:16 — O resto do continente europeus também enfrenta dificuldades
Apesar de conseguir sustentar uma alta nesta manhã, as preocupações com a economia europeias só se acumulam.
A principal delas se relaciona com a questão energética, derivada da recuperação pós-pandêmica e, principalmente, da guerra na Ucrânia.
O tema reverbera sobre as implicações inflacionárias disso e do consequente aumento dos juros, em resposta à inflação.
Com isso, a proposta em pauta agora é a do teto "dinâmico" para os preços do gás, que será debatido no Conselho Europeu nesta semana.
Nota-se uma dificuldade para que os países europeus entrem em um acordo sobre os preços da energia, muito por conta dos desdobramentos de longo prazo das medidas.
Independentemente de qualquer coisa, é provável que a crise atual dure por mais um longo período.
04:08 — Mais Xi
Na China, o Congresso do Partido Comunista, iniciado no final de semana, deverá encaminhar o atual presidente Xi Jinping para seu terceiro mandato, algo que não acontece desde Mao Zedong.
O evento já contou com um discurso de duas horas do presidente Xi, em que as políticas de "Zero-Covid" foram elogiadas, sugerindo que continuarão durante o inverno (problemático para as perspectivas de atividade).
As palavras indicaram que o setor imobiliário da China será altamente regulamentado e que as incorporadoras privadas que enfrentam problemas podem ser “assumidas”.
Outro ponto de atenção foi a questão de Taiwan: Xi Jinping disse que a China se reserva o direito de tomar "todas as medidas necessárias" contra "interferência de forças externas" na questão de Taiwan.
Problemático para a relação com os EUA, já bastante abalada e escalando consideravelmente rápido.
Para os próximos dias, além da conclusão do Congresso, vale a pena acompanhar a bateria de dados econômicos do país, que devem incluir o número para o PIB, para a produção industrial e para as vendas no varejo.
Eventuais surpresas devem afetar os mercados, em especial o de commodities, com o qual nós, brasileiros, somos mais sensíveis.
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais