O que esperar do dólar e da bolsa com o ataque da Rússia à Ucrânia e o que os grandes investidores estão fazendo agora
Alta do dólar em relação ao real pode ter prazo curto, já que fundamentos que provocaram queda recente continuam valendo, diz gestor

Os mercados globais iniciaram esta quinta-feira (24) com forte sentimento de aversão a risco após a invasão da Ucrânia pela Rússia. O pacote é completo: dólar e ouro em alta, bolsas em queda.
Mas quanto disso é um efeito de curto prazo e quanto tem um aspecto mais duradouro? É possível fazer algum tipo de previsão neste momento? Uma boa maneira de obter essas respostas é saber a visão dos grandes investidores, os “tubarões” do mercado. Vamos por partes.
Alta do dólar
O DXY, índice que mede a força do dólar ante uma cesta de outras seis moedas (euro, libra esterlina, iene, dólar canadense, franco suíço e coroa sueca) está em alta desde o momento em que a Rússia anunciou o início do confronto militar na Ucrânia.
No Brasil, o dólar também sobe, devolvendo parte da desvalorização das últimas semanas. Será então que o real mais forte foi apenas um fenômeno passageiro?
Para Marcos Mollica, gestor do Opportunity Total, os fundamentos que provocaram a apreciação do real ante o dólar neste início de ano continuam presentes. Ou seja, a tendência da moeda norte-americana ainda é de queda.
Ele citou que a incerteza sobre as eleições diminuiu um pouco e, mais do que isso, os juros altos no país tornaram o carry trade positivo. Carry trade é o movimento de investidores que tomam dinheiro em moedas de países com juros mais baixos para aplicar em países com taxas mais altas, como o Brasil.
Leia Também
“No curto prazo, há uma retração natural dos fluxos estrangeiros devido à guerra, mas esses fundamentos permanecem”, afirmou Mollica, responsável pela gestão de quase R$ 4 bilhões. “Estamos olhando como oportunidade uma posição vendida no dólar”.
Na quarta-feira (23), antes dea guerra estourar, o dólar chegou a ser negociado abaixo do limite psicológico de R$ 5.
Bolsa requer calma
A invasão russa também está provocando alta nos preços do petróleo e do gás natural, uma vez que o país é um dos maiores produtores de ambas as commodities. Mas isso não significa que os efeitos necessariamente se estenderão às ações de empresas do setor.
O gestor do Opportunity não entende a queda do Ibovespa hoje como uma oportunidade de entrada e atualmente tem exposição praticamente zero na bolsa brasileira.
“Nosso portfólio está com muito pouca exposição a risco neste momento. Estamos short [vendidos] em Nasdaq e long [comprados] no setor de energia do S&P500 [principal índice de ações da bolsa norte-americana].”
Para Felipe Miranda, CIO da Empiricus, a bolsa brasileira está barata. “Em um primeiro momento, acho que os investidores não deveriam mexer nos investimentos na bolsa brasileira. Claro que precisam estar preparados para maior volatilidade no curto prazo, serão dias difíceis pela frente”, afirmou, em uma reportagem publicada no site da Empiricus.
As ações de empresas produtoras de petróleo podem ser uma opção defensiva na bolsa no momento, segundo Miranda. A ação preferida do analista é a 3R Petroleum (RRRP3), além de uma pequena exposição em Petrobras (PETR4).
Juros dos Treasuries em queda
Esse primeiro movimento de aversão a risco está elevando os juros dos Treasuries americanos, conforme os investidores procuram por ativos considerados seguros, o que provoca queda nos preços dos títulos de dívida dos EUA.
Para Mollica, do Opportunity, o Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) deve subir os juros em apenas 0,25 ponto percentual na reunião de março.
“A indicação dos membros do Fed recentemente foi na linha de preferir começar com uma alta mais cautelosa e observar. Mas acho que eles vão ser forçados a acelerar a alta, e rápido.”
Isso porque uma guerra sempre gera efeitos inflacionários e, nesse caso, não deve ser diferente. Existe ainda o agravante de que a inflação global já está bastante disseminada e forçando aumento dos juros por parte autoridades monetárias.
Em nota, a Capital Economics afirma que os bancos centrais devem avaliar os riscos da inflação comparados aos riscos para a atividade econômica.
“O conflito não vai inviabilizar os planos de endurecimento das políticas monetárias este ano, mas os eventos das últimas 24 horas fizeram a balança pender para o lado da cautela”, afirmou a consultoria em relatório.
E o Copom?
O IPCA-15 publicado na quarta-feira (23) veio acima das projeções de analistas e indicou que o Banco Central deve permanecer numa trajetória de alta de juros até o fim do ano.
No relatório Focus desta semana, o mercado já precifica a taxa básica de juros (Selic) em 12,25% no final de 2022. Bom para quem tem aplicações pós-fixadas, que ganham quanto maior for o nível da Selic.
Leia também:
- De que lado o Brasil está no conflito entre Rússia e Ucrânia? Itamaraty e autoridades brasileiras se posicionam após invasão
- Rússia ataca Ucrânia e desencadeia maré vermelha nas bolsas; petróleo e metais preciosos disparam
- O que está em jogo na invasão da Ucrânia pela Rússia e qual o papel dos EUA no conflito
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR
Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa
Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154
É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025
O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano
Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas
Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados
Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior
Ouro bate recorde pelo segundo dia seguido e supera US$ 3.600. Hype ou porto seguro?
A prata segue a mesma trajetória de ganhos e renova o maior nível em 14 anos a US$ 42,29 a onça-troy; saiba se vale a pena entrar nessa ou ficar de fora
BARI11 se despede dos cotistas ao anunciar alienação de todos os ativos — mas não é o único FII em vias de ser liquidado
O processo de liquidação do BARI11 faz parte da estratégia da gestora Patria Investimentos, que busca consolidar os FIIs presentes na carteira
GGRC11 quer voltar a encher o carrinho: FII negocia aquisição de ativos do Bluemacaw Logística, e cotas reagem
A operação está avaliada em R$ 125 milhões, e o pagamento será quitado por meio de compensação de créditos
Onde investir em setembro: Cosan (CSAN3), Petrobras (PETR4) e mais opções em ações, dividendos, FIIs e criptomoedas
Em novo episódio da série, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho nos mercados interno e externo na esteira das máximas do mês passado
Abre-te, sésamo! Mercado deve ver retorno de IPOs nos EUA com tarifas de Trump colocadas para escanteio
Esse movimento acontece quando o mercado de ações norte-americano oscila perto de máximas históricas, apoiando novas emissões e desafiando os ventos políticos e econômicos contrários
Quando nem o Oráculo acerta: Warren Buffett admite frustração com a separação da Kraft Heinz e ações desabam 6% em Nova York
A divisão da Kraft Heinz marca o fim de uma fusão bilionária que não deu certo — e até Warren Buffett admite que o negócio ficou indigesto para os acionistas
Ibovespa cai com julgamento de Bolsonaro e PIB; Banco do Brasil (BBAS3) sofre e dólar avança
O Ibovespa encerrou o pregão com queda de 0,67%, aos 140.335,16 pontos. Já o dólar à vista (USBRL) terminou as negociações a R$ 5,4748, com alta de 0,64%
Petrobras (PETR4), Bradesco (BBDC4) e mais: 8 empresas pagam dividendos e JCP em setembro; confira
Oito companhias listadas no Ibovespa (IBOV) distribuem dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas em setembro
Agora seria um bom momento para a Rede D’Or (RDOR3) comprar o Fleury (FLRY3), avalia BTG; banco vê chance mais alta de negócio sair
Analistas consideram que diferença entre os valuations das duas empresas tornou o negócio ainda mais atrativo; Fleury estaria agora em bom momento de entrada para a Rede D’Or efetuar a aquisição
As três ações do setor de combustíveis que podem se beneficiar da Operação Carbono Oculto, segundo o BTG
Para os analistas, esse trio de ações na bolsa brasileira pode se beneficiar dos desdobramentos da operação da Polícia Federal contra o PCC; entenda a tese
XP Malls (XPML11) vende participação em nove shoppings por R$ 1,6 bilhão, e quem sai ganhando é o investidor; cotas sobem forte
A operação permite que o FII siga honrando com as contas à pagar, já que, em dezembro deste ano, terá que quitar R$ 780 milhões em obrigações
Mercado Livre (MELI34) nas alturas: o que fez os analistas deste bancão elevarem o preço-alvo para as ações do gigante do e-commerce
Os analistas agora projetam um preço-alvo de US$ 3.200 para as ações do Meli ao final de 2026; entenda a revisão
As maiores altas e quedas do Ibovespa em agosto: temporada de balanços 2T25 dita o desempenho das ações
Não houve avanços ou recuos na bolsa brasileira puxados por setores específicos, em um mês em que os olhos do mercado estavam sobre os resultados das empresas
Ibovespa é o melhor investimento do mês — e do ano; bolsa brasileira pagou quase o dobro do CDI desde janeiro
O principal índice de ações brasileiras engatou a alta em agosto, impulsionado pela perspectiva de melhora da inflação e queda dos juros — no Brasil e nos EUA
Agora é a vez do Brasil? Os três motivos que explicam por que ações brasileiras podem subir até 60%, segundo a Empiricus
A casa de análise vê um cenário favorável para as ações e fundos imobiliários brasileiros, destacando o valor atrativo e os gatilhos que podem impulsionar o mercado, como o enfraquecimento do dólar, o ciclo de juros baixos e as eleições de 2026