Esquenta dos mercados: Semana começa com bolsas no vermelho, de olho nos balanços das big techs e inflação nos EUA; Ibovespa também acompanha IPCA-15 e resultados de ‘bancões’
Perspectiva de um aperto monetário mais intenso pelo Banco Central americano se reflete no sentimento ruim desta segunda-feira
A última semana de abril começou ruim para boa parte dos mercados internacionais. A começar pela bolsa de Xangai, que derreteu 5,1% nesta madrugada, a maior queda desde 2020, o sentimento geral é de medo e cautela nesta segunda-feira (25).
Na esteira dos acontecimentos, além da guerra na Ucrânia pressionar os mercados desde fevereiro, as preocupações com a nova onda de covid-19 na China começam a preocupar e afetar as projeções para retomada da economia.
Somado a isso, a alta de juros dos Estados Unidos, que derrubou Wall Street na semana passada, também comprometeu o sentimento dos investidores hoje.
Do mesmo modo, as bolsas na Europa amanheceram no vermelho pelos mesmos motivos. Havia alguma expectativa de que a vitória de Emmanuel Macron para presidência da França trouxesse algum alívio, mas os investidores não tiveram tempo de comemorar.
Por último, a semana das bolsas em Nova York também não começou com o pé direito. A casa do Touro de Ouro de Wall Street acompanha a divulgação de resultados das big techs e da inflação americana nos próximos dias.
Na semana passada, o principal índice acionário da B3 terminou o dia em 11.077 pontos, menor nível desde 16 de março; o tombo chegou a 4,39% naquele período. Já o dólar à vista subiu 4%, cotado em R$ 4,8051.
Leia Também
Confira o que será destaque para as bolsas, o dólar e o Ibovespa nesta semana:
Inflação e big techs: os dias serão pesados daqui para frente
Nos próximos dias, os investidores de Wall Street acompanham a divulgação de resultados de grandes empresas de tecnologia. Na agenda dos balanços (mais abaixo), estão nomes como Alphabet (Google), Meta Plataforms (antigo Facebook), Microsoft, Amazon entre outros.
Ainda nos próximos dias, na quinta-feira serão divulgados os dados inflacionários dos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (PCE, em inglês) deve registrar uma nova alta e corroborar com a situação de descontrole da inflação no país.
Antes da tempestade, um Fed no caminho das bolsas
Se a inflação permanecer alta, o Federal Reserve, o Banco Central americano, deve tomar medidas mais drásticas contra o avanço de preços. Isso significa que os juros podem subir mais do que os 50 pontos-base estipulados para a próxima reunião da autoridade monetária, que acontece na semana que vem.
Com isso, a alta dos juros tende a pressionar um setor ainda mais sensível ao cenário de incerteza: o de tecnologia. Dessa maneira, os investidores podem se antecipar e derrubar as ações desse segmento ainda mais.
Lembrando que na semana passada, o Nasdaq, a bolsa de tecnologia dos EUA, encabeçou as perdas da semana passada em Wall Street, caindo quase 4% no período.
E vem mais por aí: bolsa brasileira de olho nos ‘big banks’
Ainda no campo dos balanços, o Ibovespa também acompanha a divulgação de resultados de grandes bancos ao longo das próximas semanas.
A lista começa com Santander (SANB11) nesta terça-feira (26), seguido por Bradesco (BBDC4) no dia 5 e, na próxima semana, Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) publicam os números nos dias 9 e 11, respectivamente.
O que esperar dos resultados
A perspectiva de alta nos juros deve influenciar positivamente o resultado dos bancos no futuro. Antes disso, no entanto, o primeiro trimestre deve ser de um aumento na inadimplência tanto da pessoa física quanto da jurídica.
De acordo com os dados mais recentes da Serasa Experian, o número de pessoas com o nome sujo chegou a 65,2 milhões em fevereiro. Isso representa alta de 1,2 milhão só nos dois primeiros meses de 2022.
Além disso, o percentual de famílias que têm dívidas a vencer chegou a 77,5% em março, a maior proporção da história da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, conduzida pela CNC (Confederação Nacional do Comércio).
A inflação bate à porta
Nesta quarta-feira (27), o IBGE deve divulgar a prévia da inflação oficial para o mês de abril, medida pelo IPCA-15. Os investidores precisam acompanhar este indicador porque precede a reunião do Copom nos dias 3 e 4 de maio — terça e quarta-feira da semana que vem, respectivamente.
É verdade que a inflação é um problema mundial após a pior fase da pandemia de covid-19. O nosso Banco Central começou a reagir antes do Federal Reserve ou do BCE, na Europa. Mas o peso da alta do petróleo, somado à dificuldade de retomada de tração da economia local, deve trazer maus dias pela frente para o Ibovespa.
Um cenário alternativo mais presente
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, deixou no ar que um “cenário alternativo” das projeções da autoridade monetária poderia se formar e, em outras palavras, alterar os planos de alta da Selic.
Assim sendo, o mercado passou a entender que o fim do ciclo de aperto monetário não deve terminar em maio, com os juros básicos em 12,75%. Dessa maneira, as projeções mais conservadoras dão conta de uma Selic entre 13,25% até 15,50% — nas estimativas do Citibank e do Banco Alfa, respectivamente.
Brasil, esquentai vossa eleição
O último ponto que deve influenciar diretamente a bolsa local segue como a tensão entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última sexta-feira (22), o mercado sentiu o peso do perdão presidencial a Daniel Silveira, condenado pelo STF por ofensas contra a Suprema Corte.
Com a proximidade das eleições de outubro e a baixa popularidade do atual presidente, entende-se que Bolsonaro tenta animar as bases para ampliar seu eleitorado. Ao mesmo tempo, as sucessivas renúncias fiscais — que fazem parte de um “pacote de bondades” pré-eleitoral — também são motivo de atenção para os investidores.
Os próximos passos da briga entre os Poderes permanece no radar do mercado.
Agenda da semana
Segunda-feira (25)
- FGV: Sondagem do consumidor de abril (8h)
- Banco Central: Top 5 de março (9h)
- Estados Unidos: Índice de atividade nacional de março (9h30)
- Brasil: Balança comercial (15h)
- Estados Unidos: Senado Debate indicação de Lael Brainar à vice-presidência do Fed (16h30)
Terça-feira (26)
- Banco Central: Divulgação do Boletim Focus (8h)
- Estados Unidos: Encomenda de bens duráveis em março (9h30)
- Estados Unidos: Estoques de Petróleo (17h30)
Quarta-feira (27)
- IBGE: IPCA-15 de abril (9h)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (11h30)
- Tesouro Nacional: Relatório Mensal da Dívida em março (14h30)
Quinta-feira (28)
- FGV: IGP-M de abril (8h)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE (9h30)
- Tesouro: Resultado do Governo Central de março (14h30)
Sexta-feira (29)
- Zona do Euro: 1ª leitura do PIB do trimestre (6h)
- IBGE: Pnad Contínua (9h)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE (9h30)
- Estados Unidos: PMI de abril (10h45)
- Brasil: Definição da bandeira tarifária de energia elétrica (sem hora marcada)
Balanços da semana
Segunda-feira (25)
- Activision-Blizzard (EUA, antes da abertura)
- Coca-Cola (EUA, antes da abertura)
Terça-feira (26)
- Santander Brasil (Brasil, antes da abertura)
- Alphabet (EUA, após o fechamento)
- Microsoft (EUA, após o fechamento)
Quarta-feira (27)
- WEG (Brasil, antes da abertura)
- Vale (Brasil, após o fechamento)
- Meta Platforms (EUA, após o fechamento)
Quinta-feira (28)
- Gol (Brasil, antes da abertura)
- Hypera (Brasil, após o fechamento)
- Embraer (Brasil, após o fechamento)
- Twitter (EUA, antes da abertura)
- Amazon (EUA, após o fechamento)
- Apple (EUA, após o fechamento)
- Intel (EUA, após o fechamento)
Sexta-feira (29)
Sem balanços previstos
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
