Esquenta dos mercados: Semana começa volátil para exterior com queda de 6% na bolsa chinesa; Ibovespa acompanha dias cheios de balanços e eleições
O início da temporada de resultados começa a ganhar tração no Brasil e os próximos dias serão de resultados das chamadas Big Techs nos EUA
Fortes emoções aguardam os investidores nos próximos dias. E nem é apenas pelo fato de estarmos a menos de uma semana do segundo turno das eleições presidenciais. Uma série de indicadores econômicos tem potencial para mexer com o Ibovespa, o dólar e a renda fixa no decorrer da semana. Não bastasse tudo isso, a temporada de balanços referente ao terceiro trimestre começa a engrenar.
Então, começamos pelo começo.
O fechamento das bolsas na Ásia e Pacífico foi movimentado, com o encerramento da sessão sem direção definida. O destaque vai para a queda do Hang Seng de Hong Kong que despencou 6,36% após a confirmação do terceiro mandato consecutivo do presidente chinês, Xi Jinping.
Ainda na China, os números do PIB do terceiro trimestre revelaram uma expansão de 3,9% frente ao mesmo período de 2021. Analistas projetavam crescimento econômico de 3,5% no período.
A abertura das praças na Europa começou fraca, mas emplacou alta e segue em terreno positivo na manhã desta segunda-feira (24). Os índices de gerentes de compras (PMIs, em inglês) ficaram em segundo plano, com os investidores ampliando o rali de sexta-feira (21) em Nova York.
Por falar em Wall Street, os índices futuros por lá operam sem direção definida, no aguardo dos indicadores da semana.
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Também durante os próximos dias será possível ter alguma clareza sobre se o episódio envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) no domingo provocou algum impacto na corrida presidencial.
Apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e inventor do Padre Kelmon, Jefferson recebeu a tiros um comboio da Polícia Federal enviado para prendê-lo por violar os termos de sua prisão domiciliar. Dois agentes da PF ficaram feridos no incidente.
Em meio a um impasse que se estendeu por horas, Bolsonaro tentou se distanciar publicamente do aliado. Ao mesmo tempo, incumbiu seu ministro da Justiça, Anderson Torres, de negociar a rendição, em uma aparente tentativa de controlar a operação. Jefferson entregou-se por volta das 19h de ontem.
De qualquer forma, eventuais impactos sobre as pesquisas, que mostram uma liderança apertada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), devem ser notados somente mais para o meio da semana.
A ausência de gatilhos na semana passada manteve o Ibovespa à mercê do noticiário eleitoral, que impulsionou o índice mais de 7,00%, fazendo os investidores voltarem a vislumbrar o patamar de 120 mil pontos.
Confira o que movimenta a semana para as bolsas, o dólar e o Ibovespa:
Semana de Copom injeta cautela no investidor
Na quarta-feira (27), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga a taxa básica de juro para os 45 dias seguintes. A expectativa do mercado é de que o Copom mantenha a Selic a 13,75% ao ano.
Entretanto, analistas e representantes do BC — como o próprio presidente da autarquia, Roberto Campos Neto — entendem que uma alta residual ainda seja necessária, mesmo com a deflação registrada nas últimas leituras do IPCA.
Seja como for, o ciclo de fim das altas na Selic está próximo do fim e o mercado aguarda a decisão de juros com grande expectativa.
Indicadores dos próximos dias
Mas nem só de Copom viverá o investidor. Ao longo da semana, dados atualizados de desemprego e do IGP-M, a chamada inflação do aluguel, estão previstos para os próximos dias.
Entre as principais pesquisas, o Ipec divulga um novo levantamento nesta segunda-feira (24). O próximo Datafolha é esperado para a quinta-feira. Ambos os institutos divulgarão uma última rodada no sábado.
Ao longo da semana também sairão novos números do Ipespe, da Quaest, da MDA e da Atlas.
No campo dos indicadores, a atualização do saldo em conta corrente e dos números de investimento estrangeiro direito em agosto e setembro servem apenas como aperitivo.
Amanhã, o IPCA-15 deve sinalizar que o impacto de medidas como a desoneração dos combustíveis nos meses que antecederam a eleição começa a se dissipar.
Bolsas do exterior: política domina noticiário
E se a semana promete ser agitada por aqui, o exterior não deixa a desejar.
O Partido Conservador do Reino Unido prepara-se para escolher quem sucederá a primeira-ministra Liz Truss, que renunciou ao cargo na última quinta-feira (20).
Depois de o ex-primeiro-ministro Boris Johnson ter-se retirado da disputa, o favorito para o cargo é o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak.
No aguardo da inflação
Enquanto o Brasil já dá os retoques finais nas altas de juros, os Estados Unidos precisam correr atrás do prejuízo. A inflação por lá vem batendo sucessivos recordes de alta e o Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) deve continuar o aperto monetário por mais tempo.
Dito isto, os dados de inflação dos EUA devem ser divulgados apenas na sexta-feira (28) com o indicador preferido do Fed: o índice de preços de gastos com consumo — ou, simplesmente, o PCE, na sigla em inglês).
Somando a cautela antes do indicador e a continuidade da temporada de balanços nos EUA, o investidor pode esperar grande volatilidade nos próximos dias.
Bolsas na semana: agenda dos próximos dias
Segunda-feira (24)
- Banco Central: Conta corrente e investimentos diretos no país de agosto e setembro (9h30)
- Estados Unidos: Índice de atividade nacional do Fed (9h30)
- Estados Unidos: PMI composto, industrial e de serviços da S&P Global (10h45)
- Economia: Balança comercial (15h)
Terça-feira (25)
- FGV: Sondagem do consumidor em outubro (8h)
- IBGE: IPCA-15 de outubro (9h)
- Estados Unidos: estoques de petróleo (17h30)
Quarta-feira (26)
- Tesouro Nacional: Relatório mensal da dívida de setembro (14h30)
- Banco Central: Fluxo cambial (14h30)
- Banco Central: Decisão dos juros básicos (A partir das 18h30)
Quinta-feira (27)
- IBGE: Taxa de desemprego da Pnad (9h)
- Banco Central Europeu: Decisão de juros do BCE (9h15)
- Banco Central Europeu: Coletiva de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde (9h15)
- Estados Unidos: Leitura preliminar do PIB do 3º trimestre (9h30)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE no trimestre(9h30)
Sexta-feira (28)
- FGV: IGP-M de outubro (8h)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE mensal e anual (9h30)
Balanços da semana
Confira a agenda completa de balanços aqui.
Segunda-feira (24)
Sem balanços previstos.
Terça-feira (25)
Antes da abertura:
- HSBC (Reino Unido)
- UBS (Suíça)
- Coca-Cola (EUA)
- Twitter (EUA)
- General Motors (EUA)
- General Eletric (EUA)
Após o fechamento:
- Telefônica (Brasil)
- Microsoft (EUA)
- Alphabet (EUA)
- Visa (EUA)
Quarta-feira (26)
Antes da abertura:
- Santander (Espanha)
- Heineken (Holanda)
- UniCredit (Italia)
- Barclays (Reino Unido)
- Boeing (EUA)
- Santander Brasil (Brasil)
- Weg (Brasil)
Após o fechamento:
- Klabin (Brasil)
- Ford Motor (EUA)
- Meta, antigo Facebook (EUA)
Quinta-feira (27)
Antes da abertura:
- Credit Suisse (Suíça)
- Lufthansa (Alemanha)
- Anheuser-Busch InBev (Bélgica)
- Enel (Itália)
- Casino (França)
- Royal Dutch Shell (Reino Unido)
- Unilever (Reino Unido)
- Ambev (Brasil)
- Gol (Brasil)
- Caterpillar (EUA)
- McDonald’s (EUA)
Após o fechamento:
- Amazon (EUA)
- Apple (EUA)
- Intel (EUA)
- Hypera (Brasil)
- Suzano (Brasil)
- Vale (Brasil)
Sexta-feira (28)
Antes da abertura:
- Deutsche Bank (Alemanha)
- Volkswagen (Alemanha)
- Air France-KLM (França)
- Airbus (França)
- Usiminas (Brasil)
- Chevron (EUA)
- ExxonMobil (EUA)
Após o fechamento:
- Mastercard (EUA)
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