Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam emplacar alta com busca por pechinchas; Ibovespa acompanha ata do Copom hoje
A prévia da inflação brasileira será divulgada na terça-feira e o IPCA-15 deve registrar deflação mais uma vez

É raro encontrar quem não goste de uma pechincha. No mercado financeiro não é diferente. Quando a cotação de um determinado ativo cai demais, a oportunidade de um retorno mais polpudo salta aos olhos. Ainda assim, é fundamental ter critério com o que se vai comprar, especialmente com os investimentos em bolsa.
É nesse clima que os negócios começam hoje. O Ibovespa recuou 2,3% ontem, com a fraqueza do cenário internacional e ausência de indicadores internos na segunda-feira (26). Mas o principal índice da B3 foi levado de arrasto pela turbulência externa.
Em Wall Street, o índice S&P-500 fechou no nível mais baixo do ano. Já o Dow Jones voltou ao território de bear market, encerrando a segunda-feira 20% abaixo de sua máxima histórica.
Motivos não faltam. O agressivo aperto monetário promovido ao longo de todos os meses em países de todos os cantos do globo alimenta temores crescentes de que a desaceleração econômica transforme-se em uma recessão em algum momento dos próximos meses.
Entretanto, o cenário internacional não é a única força de pressão sobre a bolsa brasileira. Faltam pouco menos de seis dias para o primeiro turno das eleições mais conturbadas da Nova República.
Como se não bastasse, nesta terça-feira (27), a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) coloca ainda mais expectativa para a pergunta que todo investidor se faz: quando o ciclo de juros irá acabar no Brasil — e no mundo?
Leia Também
Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa no pregão de hoje:
Bolsas e dólar: um giro pelo exterior
Simultaneamente, o dólar ganha força ao redor do mundo, inclusive frente a outras moedas de reserva. Enquanto o euro parece ter perdido definitivamente a paridade com o dólar, a libra visitou nos últimos dias suas mínimas históricas ante a moeda norte-americana.
Mesmo assim, o cenário de referência não se moveu um milímetro em relação a ontem.
Além disso, durante a madrugada, o Banco Mundial cortou sua projeção para o crescimento econômico da China. A instituição estima que a expansão da economia chinesa vai desacelerar de 8,1% em 2021 para 2,8% em 2022.
Bolsas no exterior tentam reverter perdas
Ainda assim, os índices futuros de Nova York sinalizam abertura em alta em Wall Street. Na Europa, os principais mercados de ações abriram em alta, apesar da perda de força nas primeiras horas da manhã.
Após as maiores quedas do ano, os investidores estão à caça de ações com desconto e o movimento de busca por barganhas é o que mantém o sinal positivo hoje.
A exceção é a bolsa de Londres, que faz dupla com a libra na pista de patinação no gelo dos mercados.
Ibovespa e Banco Central: é dia de inflação e ata
Por aqui, não é novidade que a bolsa está barata. E o mais provável é que o Ibovespa acompanhe o clima de saldão nos mercados financeiros internacionais.
Os investidores começarão o dia às 10h sob o impacto da ata da última reunião do Copom do Banco Central (BC). Na semana passada, os diretores do BC colocaram um fim ao agressivo aperto monetário que levou a taxa Selic de 12,00% para 13,75% ao ano em um intervalo de 18 meses.
Agora, os investidores buscam sinais no documento sobre os próximos passos do Copom. No comunicado divulgado depois da reunião, os diretores do BC afirmaram estar de prontidão para a possibilidade de promover uma alta residual da Selic no caso da inflação persistir.
O mais provável, porém, é que o Copom mantenha a Selic no nível atual até meados de 2023.
E vem inflação por aí
A prévia da inflação também deve ser divulgada hoje pelo IBGE. O IPCA-15 deve apontar uma queda de 0,20% nos preços praticados até a metade de setembro, de acordo com a mediana das projeções do Broadcast.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice considerado uma prévia da inflação oficial deve acumular alta de 8,14%.
Esse indicador coloca ainda mais expectativa sobre a decisão do Copom e o número oficial — divulgado apenas no mês que vem — pode fazer o BC mudar o rumo da política monetária.
Fôlego final
Enquanto isso, a menos de uma semana do primeiro turno das eleições presidenciais, o Ipec posiciona o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com 52% dos votos válidos.
O levantamento sinaliza um movimento de voto útil no candidato do PT, principalmente entre os eleitores de Ciro Gomes (PDT), diante da possibilidade de pôr fim à corrida eleitoral já no primeiro turno.
Bolsa hoje: agenda do dia
- Banco Central: Ata do Copom (8h)
- França: Presidente do Fed, Jerome Powell; presidente do BCE, Christine Lagarde; e gerente-geral do BIS, Agustín Carstens participam de evento do Banque de France sobre digitalização dos serviços financeiros (8h30)
- IBGE: IPCA-15 de setembro (9h)
- Receita Federal: Arrecadação federal de agosto (10h30)
- Tesouro Nacional: Coletiva com chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, sobre arrecadação de agosto (11h)
Comprado em Brasil: as ações escolhidas pelo Bank of America para investir no Ibovespa hoje
O banco projeta corte de juros ainda neste ano e uma Selic menor do que o mercado para 2026 — nesse cenário, as ações podem ter um desempenho melhor na bolsa no curto prazo
Braskem (BRKM5) sobe forte na B3 após balanço do 1T25 e “ajudinha” de Trump e Xi Jinping. É hora de comprar as ações da petroquímica?
Além do aumento do apetite a risco nos mercados, os investidores repercutem o balanço da Braskem no primeiro trimestre
Inter (INBR32) bate recorde de lucro e cresce rentabilidade no 1T25, mas ainda tem chão até chegar no 60-30-30
O banco digital continuou a entregar avanços no resultado, mas ainda precisa correr para alcançar o ambicioso plano até 2027; veja os principais destaques do balanço
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
BTG Pactual (BPAC11) atinge novo lucro recorde no 1T25 e faz rivais comerem poeira na briga por rentabilidade
Lucro recorde, crescimento sólido e rentabilidade em alta: os números do trimestre superam as previsões e reafirmam a força do banco de investimentos
Ibovespa rompe máxima e garante ganhos no mês: o que o investidor pode esperar para a semana na bolsa
Confira também quais foram os vencedores e perdedores dos últimos cinco dias e como foi o comportamento do dólar no período
Todo cuidado é pouco: bolsa pode não estar tão barata como parece — saiba por que gestor faz esse alerta agora
Para André Lion, sócio da Ibiuna Investimentos, é difícil dizer se a valorização do Ibovespa, observada até agora, continuará
Haddad quer que você dispense o contador? Esta ferramenta é uma aposta do governo e da B3 para atrair mais investidores para a bolsa
ReVar, calculadora do imposto de renda para a renda variável, ganha lançamento oficial e deve diminuir custo de investir na bolsa
Ações da Gol (GOLL4) derretem mais de 30% na B3 após aérea propor aumento de capital bilionário
A aérea anunciou nesta manhã que um novo aumento de capital entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões foi aprovado pelo conselho de administração.
“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?
Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Último credor da Gol (GOLL4) aceita acordo e recuperação judicial nos EUA se aproxima do fim
Companhia aérea afirma que conseguirá uma redução significativa de seu endividamento com o plano que será apresentado
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Governo pode usar recursos do Tesouro para bancar fraude do INSS? Veja o que já se sabe até agora
A estimativa é que cerca de 4,1 milhões de beneficiários do INSS tenham sido atingidos por descontos indevidos, com prejuízo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024