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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
VAI TER BIG BEN?

Por que o pacote de Liz Truss está provocando uma corrida global ao dólar e demolindo a libra

Desde que a mini proposta orçamentária foi tornada pública, a libra vem renovando mínimas em relação ao dólar. Nesta segunda-feira (26), a moeda britânica bateu novo recorde de baixa ao cair para US$ 1,03 antes de recuperar algum terreno e se situar em R$ 1,08.

Carolina Gama
26 de setembro de 2022
16:50 - atualizado às 18:51
Nota de 10 libras com a imagem da rainha Elizabeth II
Nota de 10 libras com a imagem da rainha Elizabeth II - Imagem: Envato

A tradicional cantiga de roda britânica “London Bridge Is Falling Down” nunca fez tanto sentido como agora, que a libra esterlina segue renovando mínimas em relação ao dólar e o custo dos empréstimos do Reino Unido no médio prazo dão um salto. 

A canção de 1744 conta a história da depredação da Ponte de Londres e das tentativas de reconstruí-la. Traçando um paralelo, é o que está acontecendo no Reino Unido agora: um novo governo está tentando reconstruir a economia, que sentiu os efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia. 

Como na cantiga, a fair lady — ou a bela dama — em questão é Liz Truss, a primeira-ministra britânica, que apresentou na semana passada um plano com os maiores cortes de impostos do Reino Unido em 50 anos.

Desde que a mini proposta orçamentária foi tornada pública, a libra vem renovando mínimas em relação ao dólar. Nesta segunda-feira (26), a moeda britânica bateu novo recorde de baixa ao cair para US$ 1,03 antes de recuperar algum terreno e se situar em R$ 1,08. 

Investidores se preocupam com os planos de Truss de cortar impostos, temendo mais inflação, o aumento do endividamento do governo e a exigência de uma política monetária mais restritiva.

Libra em queda e a reação dos mercados

A proposta, apresentada pelo novo ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, na sexta-feira (23), reduz tributos em 45 bilhões de libras até 2026. 

Visando uma tendência de crescimento de 2,5%, o plano inclui eliminar uma taxa de imposto de renda de 45% sobre ganhos de mais de 150 mil libras por ano para manter a taxa em 40% e reduzir os impostos pagos pelos compradores de casas.

A proposta geral já exigiria por si a tomada de mais empréstimos pelo governo britânico. Para agravar a situação, Kwarteng promete agora mais cortes de impostos além do pacote de 45 bilhões de libras que ele anunciou na sexta-feira. 

A reação do mercado foi imediata: o custo dos empréstimos do governo do Reino Unido subiu, e os investidores passaram a especular sobre um aumento emergencial da taxa de juro.

O retorno do bônus de 5 anos do Reino Unido avançou a 4,535% nesta segunda-feira, segundo a Tradeweb. Já o yield para papéis com mesmo vencimento de Itália e Grécia, respectivamente, seguia abaixo de 4%. Os yields avançam quando os preços dos bônus caem.

Fonte: Bloomberg

Alguns economistas preveem que o Banco da Inglaterra pode convocar uma reunião extraordinária ainda esta semana para promover um novo aperto monetário, ajudar a conter a queda da libra e acalmar a inflação, que não dá tréguas. 

Se isso acontecer, o novo aumento do juro aconteceria menos de uma semana depois de o banco central britânico elevar a taxa básica em meio ponto percentual, para 2,25%, e antes de sua próxima reunião oficial em 3 de novembro. 

Agentes do mercado preveem agora que a taxa de juro no Reino Unido pode chegar a 5,5% até março. 

O aperto monetário de setembro foi o sétimo consecutivo e levou o juro ao maior nível em 14 anos. Uma elevação adicional da taxa básica aumentaria os custos mensais de hipotecas para milhões de proprietários.

Se correr o bicho pega…

Se a libra permanecer em níveis baixos em relação ao dólar, as importações de commodities cotadas na moeda norte-americana, incluindo petróleo e gás, ficarão mais caras.

Outros importados também podem se tornar consideravelmente mais caros, alimentando ainda mais a inflação, que já está no nível mais alto em décadas.

Bens de tecnologia, como iPhones, feitos no exterior, podem ficar mais caros nas lojas do Reino Unido. Mesmo as coisas feitas no Reino Unido, mas com peças compradas no exterior, podem ficar muito mais caras para os britânicos. 

E os turistas britânicos que visitam os EUA descobrirão que o dinheiro das férias não vai tão longe quanto antes da queda da libra — em compensação, para outros turistas como os brasileiros, ver o Big Ben fica mais barato.

Por volta de 16h40, a libra subia 0,04% ante o real, cotada a R$ 5,7530.

Embora as preocupações com a economia do Reino Unido tenham atingido a libra, o valor da moeda britânica também está sob pressão devido à força do dólar.

Outras moedas vêm caindo em relação ao dólar, e o euro atingiu uma nova mínima de 20 anos em relação à moeda americana, em meio a preocupações com o risco de recessão na Europa.

Se ficar, o bicho come…

No fim de semana, o ministro das Finanças britânico disse que havia mais por vir em termos de cortes de impostos depois de anunciar uma grande reformulação orçamentária para impulsionar o crescimento econômico.

De acordo com os planos, que Kwarteng classificou como uma nova era para a economia, o imposto de renda e o imposto de face sobre a compra de casas serão cortados e os aumentos planejados nos impostos sobre as empresas serão descartados.

Além de delinear 45 bilhões de libras em cortes de impostos, o governo confirmou que gastaria 60 bilhões de libras nos primeiros seis meses para subsidiar o aumento das contas de energia para residências e empresas. Mas espera-se que esse custo aumente, pois o plano de apoio às famílias durará dois anos.

*Com informações da BBC

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