Suzano, Renner, Usiminas e BB divulgam resultados; saiba o que esperar
Números a serem divulgados são do quarto trimestre, período marcado pela alta das expectativas de inflação e pelo ambiente político conturbado nos EUA, mas também pela retomada de alguns setores da economia
A temporada de balanços das empresas de capital aberto segue nesta semana, com destaque para os números de Suzano (SUZB3), Renner (LREN3), Usiminas (USIM5) e Banco do Brasil (BBAS3). Ao menos outras nove companhias como ações no Ibovespa revelam os resultados nos próximos dias (veja a relação mais abaixo).
Os números a serem divulgados são do quarto trimestre, período marcado pela alta das expectativas para a inflação e pelo ambiente político conturbado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, mas também pela retomada de alguns setores da economia — como o da indústria.
No radar dos mercados, seguiram as incertezas quanto ao novo coronavírus, com uma perspectiva otimista a partir da aprovação das primeiras vacinas — o que levou alguns investidores a um movimento de troca de ações de tecnologia pelas da chamada velha economia, consideradas baratas.
De todo modo, os resultados do quarto trimestre são a última peça para a avaliação de um ano marcado pela crise do coronavírus, que ainda dará o tom nos balanços seguintes.
Veja o que esperar de cada destaque da semana:
Suzano - retomada da China e sazonalidade positiva
Com a produtora de papel e celulose Suzano, a expectativa é de uma melhora nos principais números do balanço. Existe uma perspectiva positiva em relação à empresa por conta da retomada das compras da China — cuja demanda mexe bastante com o preço da celulose —, após o baque com a pandemia.
Leia Também
A recuperação dos preços da celulose também foi impulsionada pela sazonalidade do quarto trimestre, marcado pelo início do novo ano letivo no hemisfério norte.
A empresa é ainda impactada pela cotação do dólar, que caiu de R$ 5,61 para R$ 5,18 entre o início e o final do trimestre, permanecendo historicamente alto. A moeda americana mexe com a receita de exportadoras como a Suzano, mas também com a dívida da companhia.
Analistas do J.P. Morgan avaliaram que no período a ser reportado a Suzano demonstrou uma execução "muito melhor do que esperado de suas atividades" e exibiu uma capacidade de controlar custos, "mantendo a liquidez em bons patamares".
- Lucro líquido de R$ 2,071 bilhões (↑76,4%), segundo consulta feita pela Bloomberg.
Lojas Renner - recuperação em meio a um Natal fechado
O mercado também espera uma melhora dos números da Lojas Renner no quarto trimestre sobre os três meses anteriores, depois dos desafios impostos pela pandemia ao segmento de vestuário, menos ligado ao e-commerce do que as varejistas generalistas.
As restrições de circulação nas cidades atrapalharam os resultados da Renner ao longo do ano. No quarto trimestre, dezembro ainda deve ter impacto sobre os números, já que alguns munícipios tiveram que conter o comércio durante o período marcado pelas compras de Natal e Ano Novo.
A XP Investimentos estima as vendas no critério "mesmas lojas" – que consideram o desempenho de unidades com mais de 12 meses de operação – "ligeiramente negativas", -1% na base anual. Os analistas da casa dizem que o desempenho é suportado pelo e-commerce "ainda sólido" e com tendências de melhoria.
"Esperamos que a Realize [a frente de serviços financeiros] contribua para o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização], embora ainda abaixo dos níveis anteriores à covid-19", dizem os especialistas do banco.
- Lucro líquido de R$ 311 milhões (↓39,3%), segundo projeção da XP.
Usiminas - retomada no exterior e da indústria local
Um dos destaques do Ibovespa no ano passado, a Usiminas também teve em 2020 um momento de baixa e um de retomada das atividades, marcado pelo minério de ferro em condições restritas de oferta e demanda no mercado.
A dinâmica de retomada têm feito os preços da commodity operarem em patamares elevados no mercado, com os valores chegando a US$ 170-180 por tonelada nas primeiras semanas deste ano.
No quatro trimestre, a Usiminas avançou na retomada das operações, com a produção total do segmento de aços laminados, por exemplo, começando o período a um nível maior que o de março.
Além disso, em dezembro a siderúrgica anunciou a retomada da operação do Alto-Forno 2, localizado na Usina de Ipatinga (MG) — que deve se concretizar em junho deste ano. O Alto-Forno havia sido desligado no segundo trimestre, diante da necessidade de adequar sua produção à demanda do mercado, então queda.
A última linha do balanço da Usiminas do quarto trimestre deve confirmar essa dinâmica de forte demanda, diante da perspectiva de retomada da economia global e das atividades locais — com avanço em projetos de infraestrutura e construção civil.
Há também uma percepção de recuperação da demanda interna por conta do retorno da estocagem da indústria automotiva — que ainda tem altos preços e falta de aço no mercado.
- Lucro líquido de R$ 383 milhões (↑42,9%), segundo consulta da Bloomberg.
BB - Ingerência política no radar e resultados estáveis
O quarto trimestre do Banco do Brasil começou já com um novo presidente, André Brandão, ocupando o cargo. À epoca, o executivo afirmou que o objetivo da sua gestão seria melhorar os indicadores de rentabilidade do banco.
No terceiro trimestre, o retorno sobre o patrimônio da instituição ficou em 12%, o menor entre os quatro grandes de capital aberto na B3. O lucro do BB foi de R$ 3,5 bilhões, queda de 23,3% na comparação com o mesmo período de 2019 e abaixo das projeções.
Os resultados do quarto trimestre devem ser praticamente estáveis em relação aos três meses anteriores, com o banco aumentando as provisões — mas em um ritmo mais suave do que os pares privados.
Analistas da XP chamam a atenção para as despesas não decorrentes de juros — a expectativa é de redução em relação ao ano anterior por conta, entre outras coisas, do plano de demissão de cerca de três mil funcionários.
Parte de uma reestruração organizacional, o plano de demissão incentivada foi um foco de tensão para o mercado no início deste ano — o que, em um primeiro momento, era encarado com otimismo. É que a medida foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, alimentando os rumores de demissão de Brandão — e de uma ingerência política sobre o banco.
O executivo ficou no cargo, mas o assunto pode voltar durante a teleconferência do banco, já que será uma oportunidade de a instituição reforçar a indendência da gestão da empresa e a continuidade na reestruturação organizacional.
- Lucro líquido de R$ 3,512 bilhões (↓38,2%), segundo consulta da Bloomberg.
Balanços da semana
- Segunda-feira
- Antes da abertura: BB Seguridade
- Terça-feira
- Antes da abertura: Banco BTG Pactual
- Após o fechamento: TIM
- Quarta-feira
- Antes da abertura: Klabin
- Após o fechamento: Suzano e TOTVS
- Quinta-feira
- Após o fechamento: Rumo, Banco do Brasil, Cosan, Engie, Multiplan e Lojas Renner
- Sexta-feira
- Antes da abertura: Usiminas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
