Esquenta dos mercados: exterior segue positivo e bolsa deve enfrentar taxa de desemprego e briga pelo Orçamento para 2022 hoje
Sem maiores indicadores pela frente, as bolsas pelo mundo seguem positivas, mas o cenário doméstico deve fazer o Ibovespa andar na contramão
A bolsa brasileira começa a semana de olho nos dados do desemprego, divulgados pela Pnad Contínua, e no Orçamento para 2022. O exterior segue positivo, ainda repercutindo o discurso de Jerome Powell na última sexta-feira (27). Saiba o que deve movimentar o Ibovespa hoje:
Cenário doméstico tenso
O governo federal tem até o final desta terça-feira (31) para enviar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) ao Congresso. A PLOA é uma prévia do Orçamento para 2022, que sofre constantes ameaças de furar o teto de gastos.
Entre as propostas fura-teto do governo, estão a prorrogação do auxílio emergencial e um impasse com os precatórios, as dívidas que o governo tem com o judiciário, que deve ser usado para aumentar o Bolsa Família, agora chamado de Auxílio Brasil.
O parcelamento dos precatórios é visto como uma manobra para abrir espaço no Orçamento para o “programa de bondades” do atual governo. Mas os investidores, juristas e analistas concordam que, de forma geral, esse parcelamento é um “calote” das dívidas.
O governo federal pretende manter o auxílio emergencial ainda para o próximo ano, mas o Congresso está de olho no uso eleitoral do benefício. Com a tendência de queda no número de casos e mortes por covid-19 e o avanço da vacinação, uma parcela da equipe econômica avalia a real necessidade de prorrogar o auxílio.
Ainda falando de Congresso Nacional, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-AL), buscam uma saída para o impasse envolvendo a reforma do Imposto de Renda. Durante um café da manhã, a conversa serviu para eliminar ruídos e “promover melhor alinhamento das duas casas”, segundo interlocutores.
No fechamento da última segunda-feira (30), O Ibovespa encerrou em queda de 0,78%, aos 119.739 pontos. O dólar à vista recuou 0,12%, a R$ 5,1893,
Fique de olho hoje
O IBGE divulga ainda nesta manhã dados de emprego, medida pela Pnad Contínua. A mediana das expectativas dos especialistas ouvidos pelo Broadcast é de que a taxa de desemprego fique em 14,5%. Além disso, o resultado do setor público deve apontar para uma queda de R$ 13,4 bilhões em julho, segundo as mesmas projeções.
Por fim, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, deve conceder uma entrevista sobre o Projeto de Lei Orçamentária para 2022 na tarde de hoje. O ministro Paulo Guedes, por sua vez, se reúne com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de maneira extraordinária para debater a situação do país.
Powell alimenta otimismo no exterior
O bom humor gerado pelo discurso mais ameno do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a retirada de estímulos da economia impulsionou as bolsas de Nova York para novas máximas no pregão de ontem (30).
Essa injeção de dinheiro na economia norte-americana gera otimismo para as bolsas pelo mundo. Enquanto isso, a Europa digere dados regionais do PIB e inflação (CPI, na sigla em inglês).
Na Ásia, o dado mais importante da noite foi o índice do gerente de compras da China, que veio abaixo do esperado. A retomada econômica do Gigante Asiático deve se dar em um compasso diferente do esperado e limitar os ganhos nos próximos pregões. O avanço regulatório sobre o setor de tecnologia também segue no radar
Fique de olho hoje
Nos Estados Unidos, devem ser divulgados hoje dados do índice de confiança do consumidor para agosto. No final da tarde, o investidor deve conhecer os estoques de petróleo norte-americanos.
Sem maiores indicadores pela frente, os índices devem surfar no otimismo de Powell.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram o pregão de hoje em alta, puxadas pelos recordes de Nova York, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursar em Jackson Hole.
De maneira semelhante, as bolsas europeias amanheceram com ganhos, após dados regionais animarem os negócios. O otimismo gerado por Jerome Powell e seu discurso mais tranquilo sobre a retirada de estímulos segue impulsionando os índices.
Por fim, os futuros de Nova York não se cansaram após renovarem as máximas no pregão de ontem e apontam para uma abertura de ganhos.
Agenda do dia
- FGV: Confiança empresarial de agosto (8h)
- IBGE: Pnad Contínua divulga taxa de desemprego do trimestre encerrado em junho (9h)
- Banco Central: Setor público consolidado de julho (9h30)
- FGV: Indicador de incerteza da economia brasileira em agosto (10h15)
- Estados Unidos: Índice de confiança do consumidor (11h)
- Tesouro Nacional: Secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, concede entrevista sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2022 (15h)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) hoje (15h)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
- Prazo final para o governo enviar a PLOA de 2022
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