🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

IPO 'esquecido'

A Moura Dubeux tem a maior queda entre as novatas da bolsa. É hora de comprar?

Focada no mercado de média/alta renda do Nordeste, a Moura Dubeux amarga queda de mais de 50% desde o IPO, apesar do bom momento operacional

Victor Aguiar
Victor Aguiar
20 de abril de 2021
14:09 - atualizado às 18:58
Eztec Direcional Cyrela CYRE3 Gafisa Kinea PDG PDGR3 Moura Dubeux MDNE3 ações MRV MRVE3 Construtoras Incorporadoras EZTC3 Lula Nexpe Tenda
Imagem: Shutterstock

Desde o começo do ano passado, 41 empresas estrearam na bolsa brasileira. Naturalmente, muito se fala sobre as ações que dispararam desde o IPO, como Locaweb, Méliuz e Sequoia, mas o outro extremo desse ranking é igualmente relevante. E, liderando a ponta negativa, aparece a construtora e incorporadora Moura Dubeux, focada no segmento de média/alta renda no Nordeste.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lançadas ao mercado em fevereiro de 2020 ao preço unitário de R$ 19,00, as ações ON da companhia (MDNE3) fecharam o último pregão a R$ 8,98, amargando uma queda de 52,7% desde a abertura de capital. Uma baixa relevante e que nos leva a uma dúvida: esse desconto é justificado ou os papéis representam uma boa oportunidade de investimento?

A própria Moura Dubeux fez um movimento que dá a entender que a empresa está desconfortável com o atual nível de preços de suas ações. Mais cedo, a construtora e incorporadora sediada em Recife (PE) anunciou um programa de recompra de até 10% das ações em circulação.

Ou seja: a empresa pretende adquirir, via negociação em bolsa num período de 12 meses, até 5,7 milhões de papéis — uma quantia relevante e que tende a puxar as cotações para cima, considerando que o montante disponível para negociação será menor.

A notícia não deu muito ânimo para as ações da Moura Dubeux, que chegaram a cair 1,56% na mínima do dia. Mas os papéis enfim fecharam com ganho de 1,22%, a R$ 9,09.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Moura Dubeux e o IPO 'esquecido'

E o que explica esse desempenho tão ruim das ações da Moura Dubeux?

Leia Também

Antes de analisarmos as métricas operacionais e financeiras da companhia, é importante entendermos a relação do mercado com os papéis. A construtora estreou na bolsa em fevereiro de 2020, portanto antes do início da pandemia — e, com o terremoto visto em março, as ações ficaram "esquecidas", sem atrair grande interesse de investidores ou de casas de análise.

Até hoje, apenas cinco grandes instituições financeiras possuem cobertura para a Moura Dubeux: Itaú BBA, Credit Suisse, Eleven, Banco do Brasil e Bradesco BBI. Todas têm recomendação de compra.

Há ainda a questão geográfica: trata-se de uma construtora e incorporadora cujas atividades estão concentradas na região Nordeste, o que faz com que muitos investidores não tenham familiaridade com a empresa. Para se ter uma ideia, o volume médio diário negociado (ADTV, na sigla em inglês) é de cerca de US$ 1,5 milhão — uma cifra bastante baixa, dentro dos padrões brasileiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Novamente, o timing jogou contra a Moura Dubeux: a tese de investimento nos IPOs de "gigantes regionais", como Quero-Quero e Grupo Mateus, ganhou força apenas no segundo semestre de 2020, quando havia maior clareza em relação à dinâmica da pandemia.

Vale também destacar o grande número de companhias do setor que fizeram IPO: Mitre Realty, Melnick, Plano&Plano, Lavvi e Cury abriram capital ano passado, aumentando a concorrência num segmento que já tinha inúmeras possibilidades de investimento. A Moura Dubeux, mais uma vez, ficou de escanteio.

Por fim, há o ambiente macroeconômico desfavorável, com uma previsão de alta nas taxas de juros no longo prazo — o que é particularmente ruim para construtoras e incorporadoras, considerando o tempo estendido dos financiamentos imobiliários.

Moura Dubeux: desempenho das ações desde o IPO

Bom momento operacional

Dito tudo isso, vamos à análise da companhia em si — e os números apresentados pela Moura Dubeux mostram uma imagem distante da sugerida pelo mau desempenho das ações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Começando pela prévia operacional do primeiro trimestre de 2021, divulgada no último dia 12. A empresa lançou dois empreendimentos entre janeiro e março deste ano, com um valor geral de vendas (VGV) líquido de R$ 90 milhões — não houve lançamentos no mesmo período de 2020.

No lado da comercialização, os dados foram ainda mais animadores: as vendas e adesões líquidas chegaram a R$ 244 milhões, alta de 272%; os distratos avançaram num ritmo muito menor: crescimento de 27%, para R$ 14,8 milhões. Com isso, a relação entre vendas líquidas e distratos mostra tendência de baixa relevante, fechando o trimestre em 5,7% — uma queda de 9,4 pontos percentuais em um ano.

Evolução das vendas e distratos da Moura Dubeux a cada trimestre. Fonte: Moura Dubeux

No lado financeiro, a Moura Dubeux fechou 2020 com receita líquida de R$ 513,3 milhões, alta de 25,9% na comparação com 2019 — um avanço importante, considerando as dificuldades enfrentadas pelo setor durante a pandemia.

O resultado operacional, no entanto, foi fortemente impactado pelo aumento nas despesas, ficando negativo em R$ 72,3 milhões no ano passado. Ao fim do balanço, a empresa teve prejuízo de R$ 100,1 milhões, praticamente estável em relação a 2019, quando a perda foi de R$ 96,3 milhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No lado do endividamento, a empresa está praticamente zerada: a dívida líquida era de apenas R$ 7,2 milhões ao fim de 2020 — vale lembrar, no entanto, que boa parte dos recursos obtidos com o IPO foi destinada ao pagamento de compromissos financeiros, o que não foi bem visto pelo mercado.

Analistas confiantes

Como dito acima, as cinco casas de investimento com cobertura para as ações da Moura Dubeux possuem recomendação de compra. Veja abaixo os preços-alvos e o potencial implícito de ganho, considerando o fechamento de ontem:

  • Itaú BBA: R$ 15,00 (alta de 67%)
  • Credit Suisse: R$ 15,00 (alta de 67%)
  • Eleven: R$ 14,00 (alta de 56%)
  • Banco do Brasil: R$ 14,50 (alta de 61,5%)
  • Bradesco BBI: R$ 16,00 (alta de 78,2%)

E o que explica esse otimismo todo? Mais do que as condições financeiras ou as tendências operacionais, aparece um fator puramente técnico: a Moura Dubeux está sendo negociada com métricas de valuation bem inferiores às dos pares do setor.

Veja, por exemplo, o indicador preço/valor patrimonial (P/BV). A Moura Dubeux, hoje, é negociada a cerca de 0,75 vez — "um desconto de 50% em relação aos pares no setor de média renda, mesmo com um momento operacional parecido e positivo", comenta o Credit Suisse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Traduzindo: quando comparadas com companhias semelhantes, as ações da Moura Dubeux estão descontadas, sem nada que justifique esse preço mais baixo. Portanto, uma boa oportunidade de lucro, embora também acompanhada de certa dose de risco.

Afinal, a Moura Dubeux é uma empresa de porte muito menor do que Cyrela ou Even, por exemplo, o que também reduz o espaço no balanço para eventuais erros de estratégia. Além disso, a empresa de Recife está no início de um novo período de expansão, enquanto seus pares já estão num ponto mais confortável desse ciclo.

Por fim, há o próprio efeito liquidez: por mais que a recompra de 10% possa dar impulso às cotações, ela também tende a reduzir o volume negociado na bolsa e dificultar uma transação rápida, se necessário — um risco que deve ser embutido no preço dos ativos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EFEITOS DA CRISE

Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial

3 de dezembro de 2025 - 10:54

A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras

FORTUNA BILIONÁRIA

A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava

3 de dezembro de 2025 - 10:21

Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas

NADA DOCE, SÓ AZEDO

UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?

2 de dezembro de 2025 - 18:08

O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura

CAPEX E PRODUÇÃO

Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora 

2 de dezembro de 2025 - 17:01

A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.

HO HO HO

Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel

2 de dezembro de 2025 - 12:19

Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste

PARA FORTALECER A EMPRESA

Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões

2 de dezembro de 2025 - 10:25

A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio

AIRBUS EM TURBULÊNCIA

Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320

2 de dezembro de 2025 - 9:58

Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história

NA TEMPESTADE

Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”

2 de dezembro de 2025 - 9:48

Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026

LAÇOS (IN)VISÍVEIS?

As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco

2 de dezembro de 2025 - 6:13

A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia

ATENÇÃO, ACIONISTA!

Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições

1 de dezembro de 2025 - 20:02

A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital

CHUVA DE DIVIDENDOS

RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa

1 de dezembro de 2025 - 13:54

A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões

OPORTUNIDADES À VISTA

Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?

1 de dezembro de 2025 - 12:21

Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo

SINAL VERDE

Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal

1 de dezembro de 2025 - 11:12

Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025

VAI PEGAR A BUCHA

Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume

1 de dezembro de 2025 - 10:37

Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação

VAI VIAJAR?

Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião

1 de dezembro de 2025 - 9:16

Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete

RECURSOS SUSPENSOS

Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank 

30 de novembro de 2025 - 16:24

Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem

RESGATE EM ANDAMENTO

Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal

30 de novembro de 2025 - 13:12

Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa

RECUPERAÇÃO EM CURSO

Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial 

29 de novembro de 2025 - 16:18

Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência

BOLADA GARANTIDA

WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe

29 de novembro de 2025 - 11:17

Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto

SEM DISTRIBUIÇÃO EXTRA

O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”

28 de novembro de 2025 - 18:31

Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar