🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Jasmine Olga
Jasmine Olga
É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
REPERCUSSÃO

‘O Banco Central fez mais do que eu achava que ele faria’, diz ex-diretor do BC e sócio da Mauá Capital

Para Luiz Fernando Figueiredo, o BC mostrou sensibilidade ao dar destaque para a situação do risco fiscal e agiu de forma “precavida”.

Jasmine Olga
Jasmine Olga
17 de março de 2021
22:00 - atualizado às 22:44
Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá e ex-diretor do BC, fala sobre a economia brasileira, PIB e eleições
Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá e ex-diretor do BC - Imagem: Divulgação/ Mauá Capital

A decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic em 75 pontos-base pegou muita gente de surpresa no mercado financeiro nesta tarde de quarta-feira (17). As expectativas do mercado giravam em torno de um aumento da taxa básica de juros para a casa dos 2,5%. 

Luiz Fernando Figueiredo, sócio fundador da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central (BC), foi uma dessas pessoas. Em entrevista ao Seu Dinheiro, logo após a divulgação do comunicado, Figueiredo destacou que o BC foi além do esperado, mas que essa não é uma postura negativa.

Na visão dele, o movimento mostra uma faceta “precavida” da instituição diante dos riscos - principalmente com a aceleração da inflação e o risco fiscal. A herança das políticas de resposta à pandemia e a frustração com relação à continuidade das reformas foram, inclusive, citados como gatilhos para a elevação dos prêmios de risco pelo BC. Você pode conferir a nota completa da instituição neste link.  

O destaque dado ao risco fiscal no comunicado, aliás, chamou a atenção do ex-diretor, que acredita que esse é um dos maiores problemas econômicos atuais do Brasil. “O que o BC mostra é que continuar com o risco fiscal elevado pode trazer ainda mais choques e não podemos vacilar com isso”. Outro ponto que surpreendeu foi a leitura de uma atividade econômica mais forte do que a projetada pelo mercado.  

Para Figueiredo, a atuação do BC nesta decisão minimiza o receio de alta da inflação que tem se alastrado pelo mercado nos últimos meses - tanto no Brasil quanto no exterior. “O BC e nós aqui da Mauá temos esse mesmo diagnóstico: esses choques todos são temporários.” Confira os principais momentos da entrevista do ex-diretor do Banco Central ao Seu Dinheiro:

Elevar a Selic a 2,75% ao ano foi uma decisão acertada?

"O Banco Central fez mais do que eu achava que ele iria fazer. Eu esperava um aumento de 50 pontos-base. Essa teria sido a minha preferência e achei que essa seria a preferência do BC, mas ele preferiu ser mais precavido, tomando a decisão de ser mais rápido no processo de normalização, uma decisão que vem com um diagnóstico de atividade um pouco melhor do que o esperado, mesmo com a piora da pandemia. 

Quando o Banco Central tem uma postura dessas, acho que ela não é negativa, tem uma margem positiva. Ele não está falando que vai fazer um choque de juros e a taxa vai lá em cima, o que poderia fazer o preço dos ativos reais cair bastante, e sim agindo com mais segurança. Isso denota um risco maior [com a alta nas expectativas de inflação e o risco fiscal, como mencionado no comunicado]. Se não houvesse esse risco ele não faria isso. Ao ser precavido está dando um sinal para o mercado de que não está para brincadeira.

Independente do passo, a dúvida era se ele manteria o “ normalização parcial” no comunicado. Se ele tirasse isso, o mercado iria achar que ele subiria a taxa para 5,5% ou 6% de uma vez. Não foi o caso. Ele agindo mais rapidamente, eventualmente, poderia levar a Selic a menos que 4 e 4,5%, mas seria inferir muita coisa ainda. É esperar para ver. "

Qual elemento do comunicado do BC mais surpreendeu?

"Chama a atenção o Banco Central considerar a questão fiscal. É um contrassenso eu falar isso, pois a questão fiscal é para mim a mais importante e dramática que o país enfrenta hoje do lado econômico. Eu já acho isso, mas ele se mostrou muito sensível com relação a isso, dizendo inclusive que se perdurar essa situação o juro estrutural pode subir e esse é um grande problema, pois o custo de manter a política monetária e a inflação sob controle também vai aumentar. 

Esse é o grande risco para o Brasil. Ele se reduziu com a aprovação da PEC Emergencial, mas nós estamos muito no limite. O que o BC mostra é que continuar com o risco fiscal elevado pode trazer ainda mais choques e não podemos vacilar com isso. "

O que podemos esperar de reação do mercado?

"Como o Banco Central disse que ele vai normalizar parcialmente, acho que o efeito não deve ser tão grande. O que deve acontecer é um achatamento da curva de juros. A parte mais curtinha da curva deve subir e a mais longa deve cair. 

Com relação ao câmbio, um BC que está se mostrando mais conservador, na margem, tem algum efeito que eu acho que é muito pequeno, mas ele deve ser positivo, pode ter o efeito de um dia. Para que a taxa de juros tenha um efeito no câmbio precisaria ser uma coisa muito diferente, que não acho que seja o caso, já que as condições financeiras tem estado muito apertadas recentemente por conta do risco fiscal e da inflação."

Compartilhe

SOBE MAIS UM POUQUINHO?

Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora

15 de setembro de 2022 - 12:41

Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade

PREVISÕES PARA O COPOM

Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda

10 de setembro de 2022 - 16:42

Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro

OUTRA FACE

O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?

9 de setembro de 2022 - 10:51

De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal

GREVE ATRASOU PLANEJAMENTO

Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso

8 de setembro de 2022 - 16:28

Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses

FAZ O PIX GRINGO

Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda

30 de agosto de 2022 - 12:08

Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado

AMIGO DE CRIPTO

Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto

12 de agosto de 2022 - 12:43

O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”

AGORA VAI!

O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar

10 de agosto de 2022 - 19:57

Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair

2 de agosto de 2022 - 5:58

Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas

PRATA E CUPRONÍQUEL

Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420

26 de julho de 2022 - 16:10

As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia

AGRADANDO A CLIENTELA

Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas

21 de julho de 2022 - 16:43

O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar