O Bradesco (BBDC4) teve lucro líquido recorrente de R$ 6,3 bilhões no segundo trimestre, marcando uma alta de 63,2% em um ano e uma baixa de 3% em relação aos três primeiros meses de 2021.
A cifra do período não supera a projeção de lucro de R$ 6,596 bilhões apontada pelo mercado, conforme dados da Bloomberg. O número é pior do que o do Itaú Unibanco, que reportou lucro de R$ 6,5 bilhões no período.
No Bradesco, o retorno sobre o patrimônio líquido chegou a 18,2%, alta de 6,4 ponto percentuais em 12 meses, mas baixa de 0,5 p.p. em relação ao primeiro trimestre.
A carteira de crédito expandida atingiu R$ 726,5 bilhões, em uma alta de 9,9% em 12 meses e avanço de 3% sobre o primeiro trimestre deste ano, ainda segundo o Bradesco.
A margem financeira atingiu R$ 15,7 bilhões, apresentando um aumento de 1,0% em relação ao trimestre anterior, "refletindo a boa performance da margem com clientes", de acordo com a instituição.
O banco atribuiu o resultado final do segundo trimestre ao seguinte:
- Maiores receitas com prestação de serviços;
- Crescimento da margem financeira com clientes;
- Menores despesas operacionais;
- Menores despesas com reservas de possíveis inadimplências.
Presidente do Bradesco fala em resultado 'robusto'
Para o presidente da instituição, Octavio de Lazari Jr., o resultado foi "robusto", caracterizado pela solidez financeira da estrutura bancária, superando de forma consistente os desafios do período.
"O cenário mudou para melhor neste segundo trimestre e conseguimos um desempenho que mostra o potencial da nossa força comercial, inclusive com crescimento de mais de 20% no faturamento de seguros", disse o executivo.
Segundo o Lazari, a partir de agora a perspectiva para o banco é de um cenário mais próximo ao do período pré-pandemia. "Continua sendo desafiador, porém mais tangível".
"A ênfase passa a ser a concorrência, a eficiência, a mudança regulatória e a macroeconomia".
Octavio de Lazari Jr., presidente do Bradesco
Bradesco: perspectivas para os próximos meses
O presidente do Bradesco destacou a melhora da projeção de PIB feita pelo mercado financeiro, que fala em alta de cerca de 5% neste ano, depois de chegar a projetar avanço de 3%.
"A resposta será crescer receitas, ampliar o crédito, administrar as taxas de inadimplência com rigor, e dar atenção total a o relacionamento com o cliente", disse Lazari.
Segundo o executivo, a tendência de mudança do ciclo de juros não deverá afetar o crescimento do crédito, dada a demanda reprimida que se formou nesse período de pandemia.
"Os riscos à frente, como a inflação e a continuidade da retomada no ano que vem, são administráveis", disse.
A normalização da política monetária pelo Banco Central será peça chave, pois os ativos reduzem a volatilidade, neutralizam a pressão inflacionária e dá mais confiança para investimentos".
Octavio de Lazari Jr., presidente do Bradesco
Itaú, Santander e Banco do Brasil
Além do já mencionado Itaú, o Santander também já divulgou o balanço do segundo trimestre. No último dia 28, o banco reportou R$ 4,171 bilhões de lucro, o maior de sua história.
Nesta semana, o Banco do Brasil também divulga o balanço do período, com projeção de lucro de R$ 4,566 bilhões, o que implicaria em uma alta anual de 39%
Os analistas da XP dizem esperar que a tese de investimento de pagamento de dividendos do BB se consolide "conforme os fundamentos do banco melhorem e sua capitalização se torna uma realidade".
A divulgação dos resultados dos grandes bancos é importante porque o grupo vem tentando compensar o avanço dos novos concorrentes com ganhos de eficiência via corte de custos.
O lado mais visível dessa estratégia é o fechamento das agências de rua e o foco nos serviços financeiros pelo celular.