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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Investidores gostaram

Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa

Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
16 de agosto de 2022
12:03 - atualizado às 17:53
Cartão da fintech Nubank
Inadimplência acima de 90 dias do Nubank supera a dos bancões tradicionais. Imagem: Divulgação / Nubank

As ações do Nubank (NU) negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE) e seus BDRs negociados na B3 (NUBR33) chegaram a subir 20% nesta terça-feira (16) após o banco digital ter divulgado seu balanço do segundo trimestre na noite de ontem.

Os investidores, assim como alguns analistas, preferiram ver o copo meio cheio dos bons indicadores operacionais da companhia, como o crescimento na base de clientes, nos indicadores de receita, na taxa de atividade, nos depósitos e no volume total de pagamentos.

Mas a visão dos analistas - mesmo dos mais otimistas com a empresa - foi mista, devido a um dado que vem preocupando o mercado: a deterioração na taxa de inadimplência do Nubank.

O UBS, que tem recomendação de compra para os papéis e preço-alvo de US$ 8 em 12 meses, e o BTG Pactual, que tem recomendação neutra e preço-alvo em 12 meses de US$ 4, ficaram do lado mais otimista da análise, destacando os feitos operacionais do Nubank.

Para ambas as instituições, alguns dos destaques positivos do balanço foram:

  • Crescimento no número de clientes: 10% na comparação trimestral e 57% na comparação anual, para 65,3 milhões;
  • Crescimento da receita líquida: 230% na comparação anual, para a cifra recorde de R$ 1,2 bilhão;
  • Crescimento do lucro líquido ajustado: 68% na comparação trimestral e 3% na comparação anual, para US$ 17 milhões;
  • Crescimento da Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC, na sigla em inglês): 16% na comparação trimestral e 105% na comparação anual, para US$ 7,80;
  • Taxa de atividade (número de clientes ativos mensais dividido pelo total de clientes) recorde de 80%, com a base de clientes chegando a 36% da população adulta do Brasil;
  • Crescimento do volume de compras (Volume Total de Pagamentos ou TPV, na sigla em inglês): 26% na comparação trimestral e 102% na comparação anual, para US$ 20 bilhões;
  • Crescimento no volume de depósitos: 6% na comparação trimestral e 87% na comparação anual, para US$ 13,3 bilhões.

Mas o Itaú BBA, que tem recomendação de venda para as ações NU, com preço-alvo de US$ 4 no fim do ano, ficou do lado mais pessimista da análise, destacando, com preocupação, o aumento da inadimplência do Nubank.

Mesmo o UBS e o BTG chamaram também atenção para a deterioração da qualidade de crédito como ponto negativo dos resultados do segundo trimestre.

Para Itaú BBA, Nubank pode ter subestimado o risco do crédito pessoal

Um dos pontos de maior atenção dos analistas em relação ao Nubank é a questão da qualidade do crédito e dos índices de inadimplência. Estes vêm se deteriorando e estão muito acima dos indicadores equivalentes dos grandes bancos, o que tem sido um ponto de preocupação para o mercado.

No segundo trimestre, o Nubank reportou uma inadimplência acima de 90 dias de 4,1%, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação ao índice de 3,5% do trimestre anterior.

Porém, esses números são fonte de uma mudança na metodologia de cálculo. Sem a alteração, a inadimplência acima de 90 dias teria sido de 5,4% no segundo trimestre, 1,2 ponto percentual acima do índice de 4,2% do trimestre anterior, uma alta superior às estimativas do mercado.

Além disso, o Itaú BBA chamou a atenção para um aspecto da mudança de metodologia no cálculo da inadimplência que pode estar mostrando que o Nubank, na verdade, subestimou o risco do crédito pessoal e não tem sido tão seletivo assim ao conceder esse tipo de empréstimo.

O banco lembra que, na nova metodologia, o Nubank reduziu o prazo de baixa dos empréstimos pessoais em atraso de 360 para 120 dias, enquanto a baixa dos cartões de crédito permaneceu em 360 dias.

A mudança foi feita, segundo o Nubank, para adequar o cálculo às regras de contabilidade internacional IFRS, que consideram o potencial de recuperação.

Entretanto, ao fazer essa alteração nessa janela temporal, diz o Itaú BBA, o Nubank está "essencialmente mostrando que empréstimos pessoais têm um potencial de recuperação menor do que os cartões de crédito, o que não concilia com a alegação recente de que os empréstimos pessoais são concedidos aos 30% melhores clientes de cartão de crédito."

Os analistas alertam, portanto, que o risco deste produto (empréstimos pessoais) pode ter sido subestimado antes, e que uma consequência disso poderia ser a "já notável desaceleração no crescimento do crédito pessoal". O Itaú destaca que essa linha se expandiu apenas R$ 700 milhões ante o trimestre anterior, enquanto no primeiro tri a expansão trimestral havia sido de R$ 1,7 bilhão.

Nós já havíamos chamado atenção para este risco em um relatório recente. O fato de que os empréstimos pessoais do Nubank estavam crescendo mais do que os de alguns incumbentes pode ter limitado o potencial do banco em ser seletivo ao conceder tais créditos. Os empréstimos pessoais correspondem apenas a 21% do total, mas geram cerca de metade das receitas de juros da companhia. Eles são uma peça-chave da estratégia de crescimento e monetização de longo prazo do Nubank.

Relatório do Itaú BBA.

Veja também: NUBANK VIROU POUPANÇA? 3 contas rendeiras que AINDA PAGAM 100% do CDI desde O 1° DIA

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