Mais uma derrota para Bolsonaro
Por ora, o Palácio do Planalto acena com uma bandeira branca de trégua. E o mercado financeiro aceita o pedido de desculpas
O Ibovespa foi dormir preocupado com a crise institucional e o cabo de guerra entre os Poderes e acordou com a notícia de estradas bloqueadas em 15 estados por caminhoneiros alinhados ao governo federal e uma inflação ainda mais salgada do que já vinha sendo esperado. Mas a maior reviravolta do dia nem mesmo os mais otimistas conseguiam prever.
Depois de mais um dia de aversão ao risco no mercado financeiro local — com os juros futuros alcançando a casa dos dois dígitos nos vencimentos a partir de 2024 e a bolsa no vermelho —, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás nas suas pesadas falas feitas durante a celebração do 7 de setembro e mostrou que, no cabo de guerra entre os Poderes, o Supremo Tribunal Federal venceu.
Com auxílio do ex-presidente Michel Temer, figura política com credibilidade no mercado, Bolsonaro redigiu uma carta direcionada à nação em tom de desculpas. O chefe do Executivo disse ter sido levado pelo calor do momento, o que teria gerado as suas frases mais agressivas contra os demais Poderes.
Bolsonaro também afirmou ter respeito pelas instituições democráticas, e que embora tenha divergências pessoais com o ministro Alexandre de Moraes, na vida pública não tem o "direito de 'esticar a corda', a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”.
O documento não deixa dúvidas de que após testar ao limite a paciência dos demais Poderes o presidente se viu obrigado a recuar. Ontem, Arthur Lira, presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, reforçaram o compromisso com a democracia e com a pauta econômica, e restou ao ministro Luiz Fux, do STF, engrossar o tom e categorizar os ataques como “crimes de responsabilidade”.
Por ora, o Palácio do Planalto acena com uma bandeira branca de trégua. E o mercado financeiro aceita o pedido de desculpas. Na última meia hora de pregão, a bolsa brasileira saiu de mais um resultado negativo para fechar o dia em alta de 1,75%, aos 115.360 pontos, depois de encostar nos 112 mil pontos na mínima.
Leia Também
De Volta para o Futuro 2026: previsões, apostas e prováveis surpresas na economia, na bolsa e no dólar
Tony Volpon: Uma economia global de opostos
O dólar à vista seguiu um caminho diferente da bolsa no início do dia. Enquanto os riscos com os cenários político e fiscal e a elevação da inflação acima do esperado pressionavam, a moeda americana seguia o ritmo de queda visto no exterior. A promessa de trégua em Brasília só acelerou esse movimento e fez com que o câmbio encerrasse o dia em queda de 1,86%, a R$ 5,2273.
Quando a declaração foi divulgada, o mercado de juros futuros já se encontrava na etapa estendida de negociações, após ter passado o dia sob intensa pressão, o que ocasionou a paralisação das negociações do Tesouro Direto devido à alta volatilidade. Com o tom conciliador de Bolsonaro, os principais contratos de DI devolveram boa parte da alta expressiva registrada ao longo do dia.
Para alguns analistas, a reação brusca do mercado hoje tem muito mais relação com a queda brusca registrada na véspera do que com uma possível reversão de tendência, já que é cedo para afirmar que Bolsonaro não voltará a cometer seus deslizes eufóricos antidemocráticos.
Embora uma trégua seja suficiente para dar mais tranquilidade para a bolsa e o câmbio, o mercado de juros deve ser mais resistente aos gatilhos de curto prazo. Afinal, a inflação medida pelo IPCA acumula alta superior a 9% nos últimos 12 meses e, pressionados pela crise hídrica e a alta dos combustíveis, os preços devem continuar subindo.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quinta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho.
OLHO NO MAGALU
Com ‘Correio’ próprio e games, Magazine Luiza (MGLU3) pode subir quase 30% na bolsa, diz Itaú BBA
Banco retoma cobertura dos papéis do Magalu com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24.
VOLATILIDADE EM ALTA
Tesouro Direto: negociação de títulos públicos é paralisada devido à disparada dos juros
Suspensão da negociação de alguns títulos ocorre quando a volatilidade nos mercados secundário e de juros futuros se eleva.
O PREÇO DA TRAGÉDIA
Vale prevê gastar quase R$ 17 bilhões com Brumadinho neste ano; Credit Suisse mantém recomendação de compra para a ação
Banco reconhece que existe um risco de multas adicionais ou desdobramentos de Brumadinho frustrarem os planos da empresa.
GENTE NOVA NA B3
Vem aí mais um ETF: BTG Pactual lança o SMAB11, fundo que segue o índice de Small Cap
Os produtos do tipo têm se popularizado cada vez mais por permitirem uma grande diversificação por um custo baixo.
VÍDEO
Conheça os quatro tipos de financiamento imobiliário e saiba qual é mais vantajoso para você
Quer financiar um imóvel? Conheça as suas opções.
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário