Em ‘Como chegar lá’, gestor de US$ 684 bi traz lições valiosas de negócios e visão menos óbvia de Wall Street
Em livro autobiográfico, Stephen Schwarzman, CEO da Blackstone e “um cara de humanas”, traz lições universais sobre trabalho, negócios e a busca pela excelência
 
					Quando pensamos em um livro sobre Wall Street, a primeira coisa que vem à cabeça é uma daquelas obras de ficção um tanto cinematográficas, que expõem o lado “obscuro” do mercado financeiro americano, com negócios sujos, puxadas de tapete, jornadas extenuantes, homens gananciosos, sexo, drogas e, é claro, muito dinheiro.
Quanto às habilidades exigidas para se trabalhar naquele mercado, logo pensamos em grande capacidade matemática, ambição desmedida e sangue nos olhos.
Mas, para quem é de fora, é de se desconfiar que nem tudo é sombra nesse ambiente, que muito das histórias que conhecemos é romantizado, e que de lá também é possível extrair boas histórias empresariais e grandes lições profissionais e de negócios mesmo para quem atua em outros setores.
Afinal, estamos falando de um mercado onde trabalham algumas das mais brilhantes mentes dos Estados Unidos, e que financia e fecha negócios para algumas das maiores empresas do mundo.
Em “Como chegar lá”, o CEO da Blackstone, Stephen Schwarzman, traz o olhar entusiasmado de quem venceu em Wall Street e conseguiu chegar ao topo fazendo exatamente o que queria, amando tudo aquilo e sem enfatizar o pior lado do mercado financeiro americano - embora reconheça a sua hostilidade.
Mais que isso, o gestor de nada menos que US$ 684 bilhões mostra uma faceta menos óbvia e cinematográfica do mundo das instituições financeiras e traz alguns ensinamentos talvez um pouco inesperados.
Leia Também
No lugar dos fundos de hedge e corretores de ações, fusões e aquisições e private equity, segmentos muito menos chamativos, mas por onde passam rios de dinheiro; no lugar das habilidades matemáticas e do comportamento obsessivo, ou das estratégias de vendas, as negociações cara a cara e as habilidades de saber conversar, ouvir, perguntar e pedir ajuda quando necessário.
Um 'cara de humanas'
Logo no início do livro - recém-traduzido para o português e publicado no Brasil pela Editora Intrínseca -, salta aos olhos o fato de que Stephen Schwarzman não é e nunca foi um cara dos números, mas sim das humanidades.
Ele se formou em Yale, especializando-se em cultura e comportamento, uma formação que combinava psicologia, sociologia, biologia e antropologia.
Posteriormente, acabou cursando finanças e administração de empresas na Harvard Business School, mas isso foi apenas depois de uma primeira passagem por uma empresa do mercado financeiro e da decisão de que era neste setor que gostaria de atuar.
Schwarzman também não nasceu empreendedor e nem sabia o que queria ser “desde criancinha”. E, embora tenha vindo de família de classe média e tido um pai com pequeno negócio - coisas que, na sua época de estudante e jovem recém-formado, lhe abriram muitas portas - foi apenas depois de anos de trabalho no Lehman Brothers que ele decidiu voar solo e fundar a Blackstone.
Não se trata, portanto, da ascensão absolutamente estelar de um gênio predestinado, mas de alguém inteligente, estudioso e entusiasmado que foi construindo sua carreira passo a passo e reconhecendo também onde teve sorte. Um tipo de trajetória profissional rica, mas com a qual é possível se relacionar, guardadas as devidas proporções.
Na mesa de negociação com Stephen Schwarzman
Em “Como chegar lá”, Stephen Schwarzman mescla relatos autobiográficos, nos quais exemplifica algumas das lições mais valiosas aprendidas na sua atuação profissional, com capítulos que trazem dicas práticas e diretas, por exemplo, sobre como entrevistar pessoas para contratar ou como investir na alta e na baixa.
O livro também é uma oportunidade de conhecer, em primeira mão, a trajetória profissional de um dos maiores investidores do mundo e acompanhar, de dentro, a formação da Blackstone, uma das maiores gestoras de recursos dos Estados Unidos.
Trata-se, por sinal, de uma excelente oportunidade de entender como funciona o mercado de fusões e aquisições de empresas ou o investimento em private equity, o carro-chefe da Blackstone. Em outras palavras, o investimento alavancado direto em participações em empresas, com atuação na gestão dos negócios e posterior venda com lucro.
Schwarzman nos conta, por exemplo, como é o processo de obter investimentos de centenas de milhões de dólares para começar um fundo e sobre as soluções societárias criativas que precisou bolar para fechar alguns negócios. Negócios reais, com pessoas reais e alguns personagens míticos, como o lendário CEO da General Electric Jack Welch e o megainvestidor imobiliário Sam Zell.
A linguagem simples possibilita que mesmo alguém menos familiarizado com o mercado financeiro entenda a alma do negócio e as lições universais a serem extraídas.
O gestor também conta como a Blackstone se tornou uma empresa focada na busca pela excelência, que ele define como “dar 100% em tudo. Sem erros.” O que não significa se sobrecarregar, pois saber pedir ajuda e dividir o fardo também faz parte.
“Como chegar lá - lições na busca pela excelência” é uma leitura rápida e leve que traz uma visão privilegiada do mercado financeiro para quem quer atuar nesse setor, mas também ensinamentos profissionais e de negócios para quem deseja construir carreira executiva ou empreender em qualquer outra área.
"É tão difícil começar e administrar uma pequena empresa quanto começar uma grande. A sobrecarga financeira e psicológica é a mesma para todos que lutam para botar uma empresa para funcionar. É difícil levantar o capital e encontrar as pessoas certas. Portanto, se você vai dedicar sua vida a um negócio, e só assim ele poderá dar certo, escolha um que tenha potencial para ser enorme."
Stephen Schwarzman, CEO da Blackstone, em "Como chegar lá"
E se você gosta de títulos que estimulam o pensamento, além de tratar de negócios e finanças, te convido a conhecer o Empiricus Books, clube do livro da Empiricus. Nele, você recebe um título selecionado a dedo pela equipe a cada dois meses, além de outros mimos especiais para complementar a leitura.
Já foram lançados títulos imperdíveis como ‘Princípios’ de Ray Dalio, ‘O Valor de Tudo’ de Mariana Mazzucato e ‘O Efeito Halo’, de Phil Rosenzweig. Te convido a conhecer o clube, para ver mais leituras enriquecedoras.
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
 
		
 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					