Bolsa hoje: sim, tudo continua ficando mais caro
No Brasil, o IBGE divulga o resultado do desemprego no último trimestre, encerrado em agosto, e o Tesouro Nacional divulga o resultado das contas do governo central de setembro, bem como o Relatório Mensal da Dívida de setembro. O grande destaque do dia, porém, em paralelo à temporada de resultados, é a decisão sobre a Selic, a partir das 18h30
Bom dia, pessoal!
Nesta manhã, os futuros de ações dos EUA flertam com a estabilidade, na sequência de outra sessão de recorde (Dow e S&P fecharam em suas respectivas máximas ontem mais uma vez). Os investidores vêm se preparando para absorver uma grande quantidade de resultados corporativos, além dos já divulgados, com a nova bateria contendo nomes como McDonald’s e Boeing.
Na Europa, as Bolsas caem nesta quarta-feira (27), à medida que o mercado digere o índice de preços das lojas no Reino Unido entregando mais um resultado de deflação (os preços nas lojas britânicas vêm caindo há mais de dois anos). Dados de importação alemã abaixo do esperado também não ajudam a dar suporte aos índices.
O mau humor também pôde ser verificado na Ásia, onde as principais Bolsas fecharam em queda. Repercutem por lá novamente as tensões entre Washington e Pequim, que voltaram para os holofotes depois que reguladores americanos proibiram a China Telecom de operar nos EUA.
A ver...
· Copom, precatórios e Correios
Em dia de Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o mercado precifica uma atuação mais dura da autoridade monetária, principalmente depois da ruptura do teto de gastos na semana passada e da escalada do dólar. O IPCA-15 de ontem, apesar de não ter influência direta no encontro de hoje, acelerou 1,20% (acima do consenso de 1%) e fez o mercado elevar ainda mais as projeções de alta para a Selic. Estimativas concentram-se entre 125 e 150 pontos-base. Ou seja, provavelmente teremos um mínimo de 7,5% de juros a partir de amanhã – o objetivo é ancorar as expectativas de inflação.
Leia Também
Esse não é o único foco do dia, contudo. Três outros movimentos chamam atenção, a começar pela entrega do relatório final da CPI da Pandemia do Senado, aprovado ontem à noite, à Procuradoria-Geral da República – por enquanto, sem grandes repercussões no mercado. Além disso, depois de não encontrar quórum na terça-feira (são necessários 308 votos para aprovar o texto), a PEC dos Precatórios será votada hoje na Câmara. Por fim, seguimos discutindo a privatização dos Correios, com o relator do texto, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), convencido sobre a aprovação pela Câmara sem alterações no texto.
· Desoneração da folha
Hoje (27), o Supremo Tribunal Federal (STF) julga se mantém ou derruba os parâmetros estabelecidos pela reforma trabalhista para pedidos de reparação por danos morais. O artigo atrela o valor de indenizações à remuneração dos trabalhadores que sofreram o dano.
Adicionalmente, depois de postergar algumas vezes, também está marcado para hoje o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei que prorrogou, até dezembro, a desoneração da folha de pagamento.
O julgamento estava sendo feito pelo plenário virtual, mas o ministro Alexandre de Moraes pediu para que fosse transferido para o plenário físico – até então, o relator Ricardo Lewandowski era o único que tinha votado (votou a favor da lei).
O benefício seria extinto em 2020, mas o Congresso ampliou o prazo para 31 de dezembro de 2021, autorizando, entre outros pontos, a redução da jornada e do salário de funcionários em razão da crise provocada pela pandemia.
Agora, a Câmara discute nova prorrogação, até dezembro de 2022. Para a Advocacia-Geral da União (AGU), a medida representa uma perda de R$ 9,78 bilhões para a União. Impactos fiscais adicionais poderão ser debatidos.
· Combinadão americano
Ontem (26), o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 marcaram novos recordes em seus fechamentos, com os investidores seguindo sem se preocupar com a inflação e se concentrando na temporada de resultados do terceiro trimestre. Até agora, quase 30% das empresas do S&P 500 reportaram seus números, sendo que mais de 80% superaram as projeções de lucro e de vendas.
Para hoje, mais números são aguardados, com nomes como Boeing, Bristol Myers Squibb, CME Group, Coca-Cola, eBay, Ford Motor, General Motors, Kraft Heinz, McDonald’s e Spotify Technology.
Paralelamente, o mercado fica de olho nas propostas democratas para financiamento de seus projetos gigantes de infraestrutura. Seguindo as propostas globais de alíquota mínima, os democratas no Congresso dos Estados Unidos estão propondo uma alíquota mínima de 15% para as empresas que lucram mais de US$ 1 bilhão, o que impediria as empresas de usar brechas fiscais para reduzir seus passivos. A discussão de “pagar a conta pós-Covid” deverá se aquecer nos próximos meses.
· Anote aí!
Nos EUA, o mercado também fica atento ao relatório de bens duráveis de setembro, de modo a ter mais sensibilidade quanto à atividade americana. Os novos pedidos de bens manufaturados duráveis devem cair 0,5% na comparação mensal, para US$ 262 bilhões, após um ganho de 1,8% em agosto. Os EUA estão passando pelo maior aumento na demanda de bens em mais de 70 anos.
No Brasil, o IBGE divulga o resultado do desemprego no último trimestre, encerrado em agosto, e o Tesouro Nacional divulga o resultado das contas do governo central de setembro, bem como o Relatório Mensal da Dívida de setembro. O grande destaque do dia, porém, em paralelo à temporada de resultados, é a decisão sobre a Selic, a partir das 18h30.
· Muda o que na minha vida?
Ontem (26), aqui no Brasil, a prévia da inflação oficial (o IPCA-15), medida pelo IBGE, veio acima do esperado, subindo 1,2% em outubro (o maior para o mês na série histórica) – uma aceleração frente à alta de 1,14% de setembro e acima das expectativas de +1%. Com isso, a alta no ano fica em 8,30% e no acumulado de 12 meses, +10,34%. A discussão parece local, mas os preços estão subindo no mundo inteiro, em grande parte por conta da recuperação pós-pandemia.
Você já deve ter percebido os preços subindo no supermercado e na drogaria. Basicamente, as empresas que fabricam bens de consumo estão anunciando aumentos de preços a torto e a direito ao enfrentarem custos mais altos persistentes. O problema é que não vemos a situação se normalizando tão cedo – a inflação transitória se mostrou mais persistente do que o mercado previa.
Assim, a inflação continuará a ser um tema-chave para o resto deste ano e para o próximo. Isso porque está custando mais para fazer produtos, ao passo que seguimos experimentando gargalos da cadeia de suprimentos e enorme demanda por produtos, fatores que empurram para cima o preço das matérias-primas.
Além disso, salários mais altos necessários para lidar com a escassez de mão de obra, aumento nas taxas de frete e um aumento nos preços da energia também estão elevando as despesas consideravelmente. Isso pressiona os fabricantes a cobrar mais ao vender para as lojas. Na sequência, esses varejistas precisam decidir se repassam os custos mais altos aos clientes.
Durante a maior parte do ano, economistas, investidores e formuladores de políticas têm debatido se a inflação é um fenômeno passageiro que vai diminuir com o recuo da pandemia ou um estado de coisas mais permanente. De fato, os problemas da cadeia de suprimentos foram exagerados e vão melhorar até o segundo semestre de 2022.
OPORTUNIDADES DO DIA
- Semana da Renda Fixa extraordinária
A oportunidade de hoje da Semana da Renda Fixa surgiu de última hora. Uma das belezas desse negócio é que a gente pode vir com uma oferta mais vantajosa do dia para noite, literalmente. Prazo excelente, taxa gorda e o calendário de sempre: fique atento para seu email, app e nossos canais oficiais. Às 10h você vai entender o tamanho da chance, disponível apenas até as 14h59.
- Um COE de cripto
Que investir em cripto sem risco de perda de capital? Isso é possível com nosso COE. Ou você ganha até 135% ou não tem nenhuma perda nominal. Quer investir, clique abaixo:
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador