Após vender Hortifruti para Americanas, Partners Group quer investir US$ 300 milhões e lançar fundo para o varejo no Brasil
Com um total de US$ 120 bilhões sob gestão, responsável pela gestora suíça no Brasil e América Latina fala ao Seu Dinheiro sobre potenciais alvos de aquisição e “concorrência” com IPOs na B3
Os fundos de private equity são aqueles que compram participações em empresas de médio e grande porte, em geral de capital fechado. O objetivo é vendê-las no futuro com retornos que podem chegar a várias vezes o capital investido — se tudo der certo, é claro.
Com um total de US$ 120 bilhões sob gestão, a suíça Partners Group recentemente deu uma dessas raras tacadas certeiras com a Hortifruti Natural da Terra.
Após adquirir uma uma participação na varejista de produtos naturais no fim de 2015, o fundo completou o ciclo na companha no mês passado, com a venda da rede para a Americanas, em um negócio de R$ 2,1 bilhões.
O retorno com o negócio não foi revelado, mas o mercado estima que a Partners pode ter levado para casa, ou melhor, para os investidores do fundo, entre duas e três vezes o valor aplicado.
Apetite para mais
Após o ganho com o investimento na Hortifruti, Tiago Andrade, responsável pela equipe de private equity da Partners Group na América Latina, tem agora a missão de encontrar novas oportunidades lucrativas na região.
Como o fundo da gestora pode investir em qualquer lugar do mundo, é preciso competir pelos recursos. E tanto o Brasil como os nossos vizinhos não se encontram no melhor momento aos olhos do investidor global.
Leia Também
“Neste momento, a região está mais instável, mas até mesmo como diversificação do portfólio vai sempre haver interesse em investir aqui”, me disse Andrade, em uma entrevista por videoconferência.
A Partners tem como objetivo investir US$ 300 milhões (quase R$ 1,6 bilhão, no câmbio atual) e fazer até três investimentos na América Latina nos próximos cinco anos.
A gestora costuma assinar cheques maiores, da ordem de US$ 100 milhões (R$ 530 milhões) por transação. Nesse sentido, o dólar alto tem um efeito positivo e negativo.
Se por um lado, fica mais barato investir no Brasil em moeda forte, por outro encontrar empresas com porte para receber investimentos no valor mínimo pretendido se torna mais difícil.

Em busca de uma plataforma
O alvo da Partners são empresas em estágio mais maduro do que os fundos que investem em startups. São companhias que podem ter como destino a bolsa ou a venda para um investidor estratégico no futuro.
Foi exatamente o que aconteceu com a Hortifruti, que chegou a entrar com pedido para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3 antes de ser vendida para a Americanas.
Entre os setores favoritos para potenciais aquisições, estão os de saúde, educação, serviços e agricultura. Nesse último caso, a gestora pretende focar menos na produção agrícola em si e mais cadeia de valor do agronegócio.
A ideia é transformar as empresas adquiridas em plataformas que possam crescer via aquisições em segmentos ainda muito fragmentados, que contam com dezenas de competidores com pequenas participações de mercado.
Em maior ou menor grau, outras gestoras de private equity miram os mesmos setores e com objetivo semelhante. Mas o executivo da Partners não vê problema na concorrência diante do potencial do mercado brasileiro.
“Nos Estados Unidos, investimos na EyeCare, maior rede de clínicas oftalmológicas do mercado e que possui 3% de participação. Aqui no Brasil não há nem de perto alguém desse tamanho.”
De olho no investidor de varejo
O mercado de compra de participações em empresas historicamente foi voltado para gente grande, ou seja, investidores com muito dinheiro. Afinal, os fundos possuem um prazos muito longos de duração — dez anos, em média — e em geral só permitem o resgate no fim do prazo.
Mas essa realidade começa a mudar com a popularização das plataformas de investimento fora dos grandes bancos e a sofisticação do mercado de investimentos — o chamado financial deepening, como gosta de dizer o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
Os fundos da Partners Group hoje são voltados essencialmente para grandes investidores, mas a gestora já trabalha para lançar uma versão para investidores brasileiros do fundo global que poderá ser acessível inclusive para o público de varejo, segundo Andrade.
Leia também:
- Fundos de private equity usam onda de IPOs para vender portfólio de negócios
- Felipe Miranda: Private equity para pessoas físicas
- Como o primeiro investidor da XP quer descobrir “novas XPs” com fundo de R$ 1,3 bilhão
- Receba os destaques diários do Seu Dinheiro de graça no seu e-mail
Concorrência com a B3
Além do ambiente mais conturbado para investimentos, a Partners conta com outro obstáculo para investir no país: a “concorrência” com as ofertas de ações na B3.
Com o mercado de capitais aquecido, algumas empresas que poderiam ser alvo de um aporte do fundo acabam optando por abrir o capital diretamente, diante do preço muitas vezes mais atrativo obtido em um IPO.
“A bolsa acaba competindo comigo ao atrair empresas de menor porte”, afirma Andrade. Nesse caso, contudo, trata-se de um bom problema, já que os IPOs também são uma porta de saída para os investimentos da gestora, como quase foi o caso da Hortifruti.
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
