Entenda por que a queda das ações do Inter pode melar a migração do banco digital da B3 para a Nasdaq
Tudo vai depender de uma decisão dos acionistas do Inter, que precisam definir se aceitam trocar suas ações por BDRs ou receber o valor correspondente em dinheiro
O processo de migração do Inter da B3 para a Nasdaq subiu no telhado. Os acionistas do banco digital aprovaram a operação em assembleia ontem, mas ainda assim a mudança para Nova York pode ficar pelo caminho.
Tudo vai depender de mais uma decisão dos acionistas: eles agora têm até o dia 2 de dezembro para decidir se aceitam trocar suas ações BIDI11 e BIDI4 por recibos de ações (BDRs) do Inter Platform — como o banco vai se chamar na Nasdaq — ou se preferem receber o valor correspondente em dinheiro.
Um laudo contratado pelo Inter determinou o valor de R$ 44,58 por unit BIDI11 ou R$ 15,28 por ação BIDI4 para os acionistas que preferirem receber em dinheiro.
O problema para o Inter
Na época do anúncio da migração, o valor do reembolso era menor do que as cotações das ações do Inter na B3. Mas de lá para cá os papéis do banco digital despencaram junto com a piora dos mercados no Brasil e da percepção dos investidores com as fintechs — as novas empresas de tecnologia financeira.
No fechamento de ontem, a cotação de BIDI11 era de R$ 37,56 e BIDI4, de R$ 12,65 — ou seja, ambas abaixo do valor do reembolso. Desta forma, a decisão mais racional dos acionistas minoritários seria optar por receber em dinheiro, e não em BDRs.
Com a aversão a risco generalizada nos mercados nesta sexta-feira, essa equação ficou ainda mais favorável ao reembolso. As ações do Inter fecharam em forte queda, com perdas de 4,98% para as ações preferenciais (BIDI4), que terminaram o dia cotadas a R$ 12,02, e baixa de 3,94% para as units (BIDI11), que fecharam a R$ 36,08.
Leia Também
Na prática, se todos chegarem à mesma conclusão, a viagem para a Nasdaq é cancelada. Isso porque uma das condições para a operação ir adiante é que o valor desembolsado não passe dos R$ 2 bilhões.
O fundo japonês Softbank, um dos principais acionistas do Inter, já fechou acordo para transformar a participação de 15% no Inter em ações classe A ou BDRs.
Mas como banco possui mais de 40% das ações em circulação na B3, o valor a ser desembolsado passará — e muito — dos R$ 2 bilhões se a maioria preferir o dinheiro aos BDRs.
Por que o Inter quer ir para a Nasdaq?
A mudança para a Nasdaq permitirá que a família Menin — também dona da incorporadora MRV — mantenha as rédeas do Inter. Isso é possível graças ao chamado "supervoto", que permite a distinção entre classes de ações.
Os papéis que serão negociados no mercado (classe A) darão direito a um voto cada. Já as ações da classe B, que ficarão nas mãos dos atuais controladores, garantem 10 votos cada.
Em uma apresentação a investidores para explicar o processo de reestruturação, o Inter destacou que a mudança para a Nasdaq permitirá ao banco levantar quase US$ 19,7 bilhões em capital sem que os atuais controladores percam a maioria das ações com direito a voto.
Atualmente, a família Menin possui a maioria das ações com direito a voto, mas já está perto do limite de 50%. Isso significa que, se ficar aqui na B3, o limite para novos aumentos capitais sem a perda do controle cairia para US$ 569 milhões.
Leia também:
- Além do BDR: O Inter quer desembarcar em Nova York levando seus clientes na bagagem
- Inter aprova migração para a Nasdaq e vai competir com o Nubank pelos investidores em NY
- Até o Touro de Ouro foi embora! Será que é hora de deixar a bolsa e voltar só depois das eleições?
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
