CVBI11, TGAR11 e BRCO11 ficam entre os fundos imobiliários favoritos dos analistas em setembro; confira a lista e entenda
Em meio à alta da inflação, o preferido das corretoras neste mês conta com uma característica ligada ao avanço dos preços em seu portfólio

Em mais um mês conturbado, o mercado financeiro mostrou que fontes de boas notícias podem se transformar em verdadeiras bombas dizimadoras de ganhos em questão de dias.
Se em julho as decisões políticas — notoriamente a de manter isentos de Imposto de Renda os dividendos distribuídos por fundos imobiliários — ajudaram na recuperação dos FIIs, em agosto a tensão de Brasília foi implacável e derrubou as cotações dos ativos.
Em meio às discussões sobre o Orçamento de 2022, as reformas estruturais que costumam agradar ao mercado foram novamente deixadas de lado, e o fiscal brasileiro voltou a ficar pressionado pelo pagamento da fatura de R$ 90 bilhões em precatórios.
As mudanças no IR — que preveem, por exemplo, a redução na frequência do come-cotas nos fundos e a tributação dos dividendos pagos por empresas — apesar de aprovadas na Câmara, já enfrentam obstáculos no Senado. Nem mesmo as alterações aprovadas pelos deputados parecem ser suficientes para convencer a Casa a dar seguimento à reforma.
Para coroar a lista de problemas, a já frágil harmonia entre os Poderes sofreu um baque duro na terça-feira (7), com as últimas falas do presidente Jair Bolsonaro ao STF durante as manifestações do feriado da Independência.
Apresentamos no Instagram uma análise sobre como isso gerou um desconto "aparentemente exagerado", segundo analistas de mercado, na bolsa de valores.
Leia Também
Confira abaixo e aproveite para nos seguir no Instagram (basta clicar aqui). Lá entregamos aos leitores análises de investimentos, notícias relevantes para o seu patrimônio, oportunidades de compra na bolsa, insights sobre carreira, empreendedorismo e muito mais.
O presidente afirmou que não aceitará mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, alvo central de sua campanha difamatória contra a Corte, e teve o discurso repudiado por lideranças políticas e autoridades do país, incluindo o presidente do STF, ministro Luiz Fux.
Com todo o turbilhão político e econômico no período, o IFIX, índice que mede o comportamento dos Fundos Imobiliários mais negociados na Bolsa, terminou agosto com um recuo de 2,63%.
O resultado apaga os ganhos do mês anterior e aprofunda a queda do índice em 2021, para 4,19%. O desempenho dos segmentos mostra que nenhum dos setores foi capaz de resistir às pressões, com destaque para o tombo de 5,95% dos fundos de lajes corporativas (escritórios).
Segmento | Rentabilidade em agosto |
Recebíveis imobiliários | -1,39% |
Híbridos/Outros | -2,40% |
IFIX | -2,63% |
Shoppings/Varejo | -3,82% |
Fundos de fundos | -4,74% |
Logístico/Industrial | -4,85% |
Escritórios | -5,95% |
Selic segue pressionando — e vem mais aumento por aí
Além das tensões políticas, que afetam praticamente todos os investimentos brasileiros, os fundos imobiliários seguem pressionados pelas previsões de altas contínuas da taxa básica de juros.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que aumentou novamente a Selic em 1 ponto percentual em agosto, para 5,25% ao ano, já prometeu outro ajuste da mesma magnitude na reunião marcada para os dias 21 e 22 de setembro.
Com as altas da taxa se enfileirando a cada encontro, segundo os economistas consultados pelo BC para a última edição do Boletim Focus, a Selic deve seguir pressionada pela inflação e terminar 2021 em 7,63%.
Mas, conforme destaca a Órama na sua carteira recomendada de FIIs de setembro, mesmo com o novo ciclo de alta nos juros, a taxa ainda fica abaixo dos dois dígitos com os quais o país estava acostumado.
“Além disso, considerando o perfil dos fundos imobiliários, seria mais correto para comparação utilizarmos a taxa de juros reais de longo prazo. O IFIX apresenta um prêmio de risco médio histórico sobre essa taxa de cerca de 3%”, diz a corretora.
E nem tudo são notícias ruins para os entusiastas de FIIs: os rendimentos que os fundos imobiliários devem distribuir ainda superariam a taxa básica de juros e títulos atrelados ao IPCA. Atualmente, o dividend yield — indicador que mede o rendimento de um ativo a partir do pagamento de dividendos — do IFIX está em 7,80%.
Segmento | Dividend yield anualizado |
Recebíveis imobiliários | 11,15% |
Fundos de fundos | 9,14% |
Híbridos/Outros | 7,91% |
IFIX | 7,80% |
Logístico/Industrial | 7,68% |
Escritórios | 7,45% |
Shoppings/Varejo | 6,39% |
Veja também os fundos mais promissores para o restante de 2021. Confira no vídeo abaixo (e aproveite para seguir o canal do Seu Dinheiro no YouTube para receber mais conteúdos como esse):
Repeteco no pódio dos fundos imobiliários preferidos para setembro
Considerando todo este cenário, muitas corretoras fizeram ajustes em seus fundos preferidos para setembro. Algo que não mudou, porém, foi o campeão entre as indicações: o título ficou novamente com o VBI CRI (CVBI11), com três recomendações.
O fundo — que havia aparecido pela primeira vez no pódio em agosto — foi mantido no top três de Guide, Necton e Santander. Apesar do recuo de 1,65% no mês passado, quem seguiu a indicação ao menos garantiu um recuo inferior ao do IFIX.
Já na segunda posição tivemos um empate entre TG Ativo Real (TGAR11), Bresco Logística (BRCO11), Capitânia Securities II (CPTS11) e Valora RE III (VGIR11), com duas recomendações cada.
Vale destacar também que, a partir deste mês, a carteira de Fundos Imobiliários da Warren não fará mais parte da seleção do Seu Dinheiro. As indicações ficarão disponíveis apenas para assinantes da corretora.
Confira a seguir os três fundos preferidos de cada corretora entre os indicados nas suas respectivas carteiras recomendadas para setembro:

VBI CRI (CVBI11) — chegou para ficar entre os campeões?
Em meio à alta da inflação, a segunda aparição consecutiva do VBI CRI no topo das indicações das corretoras pode ser explicada por uma característica muito específica de seu portfólio.
Enquanto o sopro do dragão inflacionário assusta muitos investidores — a prévia do IPCA-15 superou as projeções em agosto —, quem aposta no campeão de indicações pode lucrar com a alta dos preços.
OPORTUNIDADE GRATUITA DE DAR UM UPRGRADE NO SEU PATRIMÔNIO: Acesse nosso grupo no Telegram, com análises de investimentos, notícias em tempo real importantes para o seu patrimônio, insights para sua carteira, comentários em áudio e muito mais. É só clicar aqui.
A razão para isso é que o VBI CRI (CVBI11) é um fundo que investe majoritariamente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras Hipotecárias (LH), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs), classes de ativos cujos rendimentos podem estar diretamente ligados à alta da inflação e das taxas de juros.
Para se ter uma ideia do impacto dos índices, 64% do portfólio do fundo é composto por títulos indexados ao IPCA e 36% por títulos ligados ao CDI. Com um portfólio composto por 35 ativos, a taxa média de alocação é: IPCA + 7,2% e CDI + 3,2%.
Segundo os analistas do Santander, esses percentuais levam a projeções de rendimentos atrativos. “Estimamos que [o yield] fique em 9,3% nos próximos 12 meses”, destaca o relatório do banco.
O portfólio do fundo é considerado diversificado pelas corretoras. Mas, na divisão por segmentos, há uma concentração nos setores de Loteamentos e de Shoppings, que respondem por 39% do total dos investimentos. Confira abaixo os percentuais de alocação por segmento:
- Residencial (29%);
- Loteamento (24%);
- Logística (16%);
- Shopping (15%);
- Educacional (7%);
- Varejo (6%).
O Santander destaca que essa concentração pode ser um risco, já que os dois segmentos são mais sensíveis ao cenário econômico e “no caso dos shoppings, dada que ainda estão sofrendo os efeitos causados pela pandemia, poderá haver a necessidade de utilização de fundos de reservas e garantias adicionais nos títulos”.
O banco assegura, porém, que o produto segue uma política de crédito bem estruturada pela gestora e, com os recursos de sua quinta emissão de cotas (R$ 396 milhões) “poderá diversificar ainda mais a carteira de recebíveis, aproveitando novas oportunidades do mercado”.
A Necton complementa dizendo que esse dinheiro já vem sendo alocado, o que explica a mudança na divisão por segmentos em relação ao mês anterior, mas ressalta que o fundo “ainda possui 16% do dinheiro em caixa”.
Entre os destinos dos recursos, segundo informou a gestão, estão cinco novos CRIs na carteira. Veja abaixo os ativos e as respectivas alocações:
- CRI Venâncio (R$ 46,1 milhões);
- CRI FL 2 (R$ 46 milhões);
- CRI Invert (R$ 34 milhões);
- CRI Calçada (R$ 28,5 milhões);
- CRI Teriva (R$ 25,1 milhões).
Caso queira salvar e compartilhar esta oportunidade de investimento, fizemos também uma publicação com um resumo no nosso Instagram (siga a gente clicando aqui). Confira abaixo:
Ver esta publicación en Instagram
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Retrospectiva — está ruim para (quase) todo mundo
Com as dificuldades do setor em agosto, a maior parte dos FIIs que fizeram parte dos top 3 das corretoras registraram tombos. O destaque negativo ficou com o JS Real Estate Multigestão (JRSE11), que liderou a ponta das quedas com recuo de quase 10%.
Entre as poucas altas — apenas três FIIs anotaram ganhos no período —, a mais expressiva foi a de 2,46% do Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11). Veja na tabela a seguir o desempenho de todos os fundos dos top 3 das corretoras no mês passado:

Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes
FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação
O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação
O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim
Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial
O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso
As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim
Ação do Assaí (ASAI3) ainda está barata mesmo após pernada em 2025? BB-BI revela se é hora de comprar
Os analistas do banco decidiram elevar o preço-alvo das ações ASAI3 para R$ 14 por ação; saiba o que fazer com os papéis
O que esperar dos mercados em 2026: juros, eleições e outros pilares vão mexer com o bolso do investidor nos próximos meses, aponta economista-chefe da Lifetime
Enquanto o cenário global se estabiliza em ritmo lento, o país surge como refúgio — mas só se esses dois fatores não saírem do trilho
Tempestade à vista para a Bolsa e o dólar: entenda o risco eleitoral que o mercado ignora
Os meses finais do ano devem marcar uma virada no tempo nos mercados, segundo Ricardo Campos, CEO e CIO da Reach Capital
FII BMLC11 leva calote da Ambipar (AMBP3) — e investidores vão sentir os impactos no bolso; cotas caem na B3
A Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado, e a crise atinge em cheio os dividendos do FII
Ouro ultrapassa o nível de US$ 4 mil pela primeira vez por causa de incertezas no cenário global; o metal vai conseguir subir mais?
Shutdown nos EUA e crise na França levam ouro a bater recorde histórico de preço
Fundos de ações e multimercados entregam 21% de retorno no ano, mas investidores ficam nos 11% da renda fixa, diz Anbima
Mesmo com rentabilidade inferior, segurança da renda fixa mantém investidores estagnados, com saídas ainda bilionárias das estratégias de risco
MXRF11 mira captação recorde com nova emissão de até R$ 1,25 bilhão
Com uma base de 1,32 milhão de cotistas e patrimônio líquido de mais de R$ 4 bilhões, o FII mira sua maior emissão
O que foi tão ruim na prévia operacional da MRV (MRVE3) para as ações estarem desabando?
Com repasses travados na Caixa e lançamentos fracos, MRV&Co (MRVE3) decepciona no terceiro trimestre