Reforma do Imposto de Renda passa na Câmara, mas aprovação no Senado enfrenta obstáculos; entenda o impasse
Nem mesmo as alterações aprovadas pelos deputados parecem ser suficientes para convencer a Casa a chancelar o projeto

Apesar do avanço na Câmara, a reforma do Imposto de Renda já enfrenta obstáculos no Senado. A proposta corre o risco de ser colocada de lado em meio à defesa dos senadores por uma ampla mudança no sistema tributário no País e nem mesmo as alterações aprovadas pelos deputados parecem ser suficientes para convencer o Senado a chancelar o projeto.
Segundo informações do Estadão, os parlamentares listam uma série de impasses na matéria. Entre eles, a insatisfação com o presidente Jair Bolsonaro, embate com o ministro da Economia, Paulo Guedes, risco de queda na arrecadação de Estados e municípios e falta de empenho do Planalto para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária.
Senadores estão divididos entre engavetar a reforma do IR ou juntá-la à PEC da reforma tributária, considerada mais ampla por fundir tributos federais, estaduais e municipais. A simples aprovação do projeto patrocinado pela equipe econômica não conta com apoiadores entre os líderes do Senado.
Debate garantido, aprovação duvidosa
A reforma do IR foi discutida ontem pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em uma reunião com governadores. Pacheco afirmou que o projeto será debatido, mas não antecipou posição. "Temos essa distribuição federativa que deve sempre lembrar que municípios e Estados precisam ser valorizados, considerando que nós vivemos nos Estados e nos municípios, e não na União", disse.
Se o projeto avançar no Senado, governadores querem garantir formas de repasses que compensem eventual perda de arrecadação. A avaliação dos senadores é a de que o governo ficou sem coordenação na agenda de mudanças tributárias. "Não quero nem discutir se há queda de arrecadação ou não. Na minha opinião, você faz reforma ou não faz", disse o líder do Podemos no Senado, Alvaro Dias (PR).
"A liderança do governo irá trabalhar para aprovar a reforma do IR. É cedo para dizer se haverá necessidade de ajustes", disse o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apontando uma estratégia para tentar superar a insatisfação na Casa: "Persistindo no diálogo e melhorando o relacionamento com os parlamentares".
Mudanças encolhem arrecadação
As mudanças introduzidas pela Câmara no texto custaram R$ 53,6 bilhões. Essa é a perda de arrecadação entre o projeto original enviado pelo governo e o parecer do relator, Celso Sabino (PSDB-PA).
Como os deputados votaram sem que o parecer final com as mudanças tivesse sido protocolado, a votação está sendo chamada de "projeto secreto". Até a noite de ontem, depois da discussão dos destaques, o texto final do projeto ainda não era conhecido.
Os cálculos foram feitos pelo economista Sergio Gobetti para o Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz). O projeto preparado pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, continha um aumento de arrecadação de aproximadamente R$ 12 bilhões, enquanto o texto que saiu da Câmara tem um rombo líquido de R$ 41,1 bilhões para União, Estados e municípios.
A conta já considera a votação das últimas mudanças feitas ontem, quando os deputados reduziram a alíquota da tributação sobre lucros e dividendos, de 20% para 15%, num script que já estava acordado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), antes da votação do texto principal.
Espinheiro federal
A perda de receita para os cofres dos governos regionais foi estimada em R$ 19,3 bilhões - R$ 9,9 bilhões para governadores e R$ 9,3 bilhões para prefeitos. A eventual perda de arrecadação assustou ontem o mercado financeiro, que reagiu negativamente à votação - as ações dos bancos caíram e o Ibovespa, o principal índice da bola, caiu 2,3%.
O projeto de Orçamento de 2022, já apertado por conta dos precatórios (dívidas que a União precisa quitar depois de sentenças finais da Justiça), foi feito levando-se em conta um impacto neutro da reforma, ou seja, sem perdas nem ganhos de arrecadação.
A confusão em torno do projeto é tamanha que o comando da própria Receita Federal informou ao Comsefaz que a queda da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), incluída no parecer aprovado, foi de 0,5 ponto porcentual, e não de 1 ponto porcentual, como fora divulgado aos deputados na hora da votação. A informação foi corrigida mais tarde pelo Fisco ao confirmar a redução de 9% para 8%, mas ainda dependente de revogação de subsídios.
"Diante do que foi aprovado, os Estados serão oposição e vão lutar para o Senado mudar", disse o diretor institucional do Comsefaz, André Horta. Ao Estadão, Sabino criticou os dados do Comsefaz e informou que outros pontos não foram considerados. "É planilha toda doida. Uma estagiária faria melhor", atacou.
Dúvidas sobre a votação
O rolo compressor de Lira na votação recebeu críticas de vários setores e pode levar a questionamentos legais do rito de votação. "O texto foi votado sem ter sido apresentado. Podemos dizer sem exagero que foi votado um projeto secreto", disse o tributarista Luiz Bichara.
Ele pediu à sua equipe que refizesse o passo a passo da votação por ordem cronológica para mostrar a falta de transparência no processo. A cronologia aponta, por exemplo, que às 19h40 de quarta-feira, já com o processo de votação aberto, a líder do Psol, Talíria Petrone (RJ), solicitou a Lira que fosse protocolado o substitutivo com prazo para análise - o que não foi feito.
O que a reforma tributária muda nos seus investimentos? Confira no vídeo abaixo:
*Com informações do Estadão Conteúdo
Atenção, Campos Neto: Sindicato dos funcionários do Banco Central convoca paralisação de 24h no dia da decisão sobre juros
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central convocou uma paralisação de 24 horas para começar a discutir a entrega de cargos comissionados e a indicação de greve por tempo indeterminado. O ato terá início a partir das 14h30 da próxima quarta-feira (13).
No mesmo dia acontece a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidirá o futuro da Selic. Os juros brasileiros deverão cair 0,50 ponto porcentual, de 12,25% para 11,75% ao ano.
Dentre os pleitos da categoria, estão a criação de uma retribuição por produtividade institucional, reajuste nas tabelas remuneratórias, exigência de nível superior para cargo técnico, mudança do nome do cargo de analista para auditor.
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Greve do Banco Central
Em nota, o Sinal informou que o movimento começou em julho e sua radicalização reflete a indignação da categoria quanto ao tratamento assimétrico que vem recebendo do governo, que foi resumido no fracasso da reunião do último dia 05.
“Na ocasião, o encontro foi marcado pelo endurecimento do Executivo mesmo em relação às demandas não-salariais dos servidores do BC, sem impacto no orçamento federal”.
Atualmente, os funcionários da instituição trabalham no sistema de “operação padrão”, com 70% de adesão, prejudicando a continuidade e a implementação de projetos importantes como a nova moeda digital Drex e o Pix parcelado.
O que diz o sindicato
O sindicato disse, ainda, que essa inflexibilidade está produzindo mais uma fissura na relação do governo com o funcionalismo “e levando-o a enfrentar outra paralisação em um órgão de Estado importante para a economia, como o Banco Central, além dos prejuízos que já vem colhendo com a greve dos auditores fiscais da Receita Federal”.
A entidade destaca, ainda, que essa conjunção de greves demonstra a insatisfação generalizada dos servidores com as políticas do governo para o funcionalismo
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