Mês do desgosto confirma fama e Ibovespa recua mais de 2% em agosto; Brasília em pé de guerra é principal algoz
Brasília não deu trégua para o investidor brasileiro em agosto, o que acabou impedindo o Ibovespa de surfar a boa temporada de balanços e os recordes internacionais. Neste último dia do mês, o mercado deu um bom resumo do que foram os últimos 31 dias
Não é de hoje que o mês de agosto tem má fama no cenário político. O suicídio de Getulio Vargas e a renúncia de Jânio Quadros são só alguns dos eventos marcantes da nossa história que tiveram como palco o oitavo mês do ano. Em 2021, foram 31 dias de muita turbulência e pouco espaço para que o Ibovespa pudesse respirar. Isso porque a tensão político-fiscal em Brasília não deu trégua, e o Orçamento de 2022 voltou para assombrar os investidores.
Teve desentendimentos para todos os gostos, e os Três Poderes ficaram mais uma vez em pé de guerra — teve até um pedido de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal feito pelo Presidente da República. As tão aguardadas reformas pouco andaram, e diante da queda de popularidade do governo federal e da falta de base política, mesmo após inúmeros acordos com o Centrão, ficam com as perspectivas de aprovação cada vez mais longe.
Diante do cenário turbulento, os balanços corporativos não tiveram muito espaço para brilhar, mesmo que a maior parte dos resultados tenham superado as expectativas do mercado, e os recordes das bolsas americanas pouco fizeram cócegas por aqui. O Ibovespa agora tem um saldo negativo no ano e só em agosto o recuo foi de 2,48%.
O mês pode até ter começado com uma elevação de um ponto percentual na Selic e a perspectiva de juros mais elevados até o fim de 2021, mas o conturbado cenário doméstico trouxe um alívio comedido ao câmbio, de apenas 0,73%.
O principal gatilho positivo veio do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no tradicional simpósio de Jackson Hole. Depois de meses de especulação, Powell trouxe um cenário mais claro sobre a quantas andam as discussões sobre a redução de estímulos nos Estados Unidos. Apesar das conversas sobre a redução do programa de recompra de ativos estarem avançadas, uma alta dos juros está descartada.
Os ecos desse discurso, aliás, foram a razão para que o dólar à vista fechasse o último pregão do mês com um recuo de 0,34%, a R$ 5,1719. Mas a moeda americana fechou bem longe das mínimas, quando chegou a cair mais de 1,40%.
Leia Também
O combo crise hídrica, política e fiscal segue sendo o grande vilão dos negócios e nem mesmo a apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2022 e a melhora do índice de desemprego aliviaram a barra. Para os analistas, a tendência é que a situação em Brasília siga complicada até o feriado de 7 de setembro. Assim, a curva de juros, que tanto avançou ao longo do mês, segue pressionada.
- Janeiro/22: de 6,73% para 6,74%
- Janeiro/23: de 8,40% para 8,47%
- Janeiro/25: de 9,37% para 9,53%
- Janeiro/27: de 9,72% para 9,93%
Com sinais de que a economia chinesa está tirando o pé do acelerador, o minério de ferro e o petróleo voltaram a cair e levaram as bolsas americanas a fecharem o dia no vermelho. O Ibovespa acompanhou com um pouco mais de força e fechou o dia em queda de 0,80%, a 118.781 pontos.
Confira os principais destaques do noticiário corporativo:
- BofA vê recuperação mais rápida que o esperado para os shoppings, mas ainda há riscos no radar;
- MRV chegou a liderar as altas do dia após anunciar um grande programa de recompra de ações. Confira o que isso significa para o setor;
- Diretora financeira e de RI da Oi deixa a companhia e vai para a rival TIM;
- E a Rede D'Or desistiu da oferta pelo controle da Alliar, após criação de bloco de acionistas.
Restam dúvidas
O governo apresentou hoje, na data limite, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2022, mas o documento respondeu poucas perguntas do mercado sobre a saúde fiscal do país. A questão é que o texto ainda deve sofrer diversos ajustes, principalmente no que diz respeito ao pagamentos de R$ 89,1 bilhões em precatórios e o futuro do Auxílio Brasil, a nova versão do Bolsa Família, já que o total destinado ao programa não abarca o prometido aumento feito pelo presidente Jair Bolsonaro.
Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, o documento até traz os princípios de preservação do teto de gastos e uma folga no orçamento maior do que havia sido prevista anteriormente, mas não afasta as dúvidas. “O cenário político ainda é muito tumultuado e não devemos ver uma reversão dessa situação. O mercado está de olho no 7 de setembro e na possibilidade de alguma paralisação que possa ocorrer”.
Freio de mão
Lá fora, foi o temor com a desaceleração da recuperação econômica que comandou os negócios hoje, após o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) chinês vir abaixo do esperado, deixando de lado a reação positiva do mercado ao discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
O índice de gerente de compras do setor industrial (PMI, na sigla em inglês) veio abaixo do esperado, o que levou o minério de ferro a ter mais um dia de queda expressiva. Nos Estados Unidos também tivemos sinais de desaceleração. O PMI caiu de 73,4 em julho para 66,8 em agosto, bem abaixo dos 69,4 esperado pelos analistas consultados pelo The Wall Street Journal.
Depois de um mês de ganhos e de muitos recordes, as bolsas americanas fecharam o dia em queda. Confira:
- Nasdaq: -0,04% - 15.259 pontos
- S&P 500: -0,13% - 4.522 pontos
- Dow Jones: -0,11% - 35.360 pontos
Sobe e desce do Ibovespa
A Braskem, maior alta do ano no Ibovespa, segue em evidência e subiu forte nesta terça-feira (31), pegando carona nos rumores de que a Petrobras, uma das maiores acionistas da empresa, estaria interessada na venda de ativos da empresa, mais uma vez esquentando os rumores em torno da venda da sua participação e da Novonor (antiga Odebrecht) na petroquímica. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 65,91 | 5,47% |
| CPLE6 | Copel PN | R$ 6,83 | 3,96% |
| HYPE3 | Hypera ON | R$ 35,29 | 2,68% |
| B3SA3 | B3 ON | R$ 14,06 | 2,63% |
| ITSA4 | Itaúsa PN | R$ 11,53 | 1,86% |
As empresas de commodities pressionaram o Ibovespa ao longo do dia e acabaram entre os principais destaques negativos. Além da queda do minério de ferro e recuo do petróleo no mercado internacional, o presidente Jair Bolsonaro voltou a trazer novas incertezas sobre a independência da Petrobras, após insinuar uma intervenção para controle dos preços dos combustíveis. Confira também as maiores quedas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| CSNA3 | CSN ON | R$ 34,86 | -4,99% |
| AMER3 | Americanas S.A | R$ 41,36 | -4,24% |
| PETR4 | Petrobras PN | R$ 27,19 | -3,92% |
| PCAR3 | GPA ON | R$ 28,33 | -3,54% |
| CVCB3 | CVC ON | R$ 21,29 | -3,53% |
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
