🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

De quem é a culpa?

Golpe duro: CVC (CVCB3) despenca 7% após o fiasco da Itapemirim (ITA) e da Anac

As ações da CVC (CVCB3) se aproximam das mínimas após o caos gerado pelo fim das operações da Itapemirim (ITA), autorizadas pela Anac em maio

Victor Aguiar
Victor Aguiar
20 de dezembro de 2021
14:19
Fachada de loja da CVC (CVCB3)
Imagem: Divulgação

Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas a CVC (CVCB3) certamente discorda do ditado. Afinal, após o apuro que a empresa de viagens passou com a falência da Avianca Brasil, ela vê a história se repetir com a suspensão repentina das operações da Itapemirim (ITA) — e, como resultado, suas ações caem forte nesta segunda-feira (20).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por volta de 12h30, os papéis CVCB3 recuavam 6,91%, a R$ 14,14, e apresentavam o pior desempenho entre todos os ativos do Ibovespa; no mesmo horário, o índice tinha baixa de 2,13%. Com a forte queda do momento, as ações da companhia agora amargam perdas de 27% no ano.

O fiasco envolvendo a ITA é apenas mais um duro golpe na CVC, que vem lidando com uma série de problemas internos e externos nos últimos anos. Falência da Avianca Brasil, pandemia, disparada no dólar, inconsistências contábeis nos balanços, troca de diretoria, alta no combustível de aviação... Uma espécie de tempestade perfeita — e duradoura — que ganhou mais um componente neste fim de semana.

O xis da questão, agora, é a realocação dos clientes. Suponha que você fechou um pacote de viagens com a companhia que incluía passagens aéreas e hospedagem — e que os bilhetes eram justamente da ITA. Para a CVC, há duas alternativas: cancelar os contratos e lidar com as compensações ou recolocar os passageiros em outros voos.

Como a primeira opção seria péssima, tanto em termos financeiros quanto de reputação, resta o segundo caminho. E é justamente isso que a CVC tem tentado fazer, ainda que aos trancos e barrancos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Por suas unidades de negócio, a CVC Corp tem buscado atender seus clientes de forma ativa e emergencial desde o início do incidente", disse a companhia, em nota, afirmando que disponibilizou voos fretados adicionais e entrou em contato com outras companhias aéreas para reacomodar os passageiros afetados.

Leia Também

Itapemirim (ITA) e Anac: de quem é a culpa?

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou o início das operações da ITA em maio deste ano — o primeiro voo foi realizado no dia 29 de junho — a companhia aérea, portanto, não durou nem seis meses. O aval foi dado pelo órgão regulador mesmo com o longo histórico de problemas financeiros do grupo.

Um dos mais tradicionais operadores do transporte rodoviário brasileiro, a Itapemirim está em recuperação judicial desde 2016 — um status que, a priori, não impede a Anac de conceder o registro aéreo a uma empresa. Dito isso, chama a atenção uma declaração dada pela própria agência ao Broadcast, ainda em fevereiro de 2020.

Na ocasião, o presidente do grupo Itapemirim, Sidnei Piva, começava a revelar seus planos para a abertura de uma companhia aérea. Questionada pela Broadcast, a Anac disse, em nota, que empresas em recuperação judicial "podem apresentar dificuldades em obter as certidões que comprovem sua regularidade fiscal, previdenciária e trabalhista, exigidas para aprovação".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E o que mudou de lá para cá? A resposta é complexa. Há, sem dúvida, um componente de preocupação com a malha aérea do país, dada a falência da Avianca Brasil, a recuperação judicial da Latam e as dificuldades financeiras de Gol e Azul em meio à pandemia — a entrada de mais um player no setor, assim, seria providencial.

Tanto é que a concessão do aval da Anac à ITA foi comemorado pelo governo: em outubro de 2020, os planos de expansão do grupo Itapemirim para o modal aéreo foram comemorados pelo presidente Bolsonaro, numa live transmitida pelo YouTube; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, participou da transmissão.

Seja como for, fato é que a ITA tinha mais de 500 vos programados entre o último dia 17 — data em que a empresa informou a suspensão das operações — e o dia 31 de dezembro. Ou seja, falamos de cerca de 80 mil passageiros que tiveram seus planos de fim de ano alterados, dos quais uma parte têm ligação com a CVC.

Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; da Ciência, Marcos Pontes; e presidente Jair Bolsonaro posam com uma miniatura de ônibus da Itapemirim (ITA)
Da esquerda para a direita: Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes; e presidente Jair Bolsonaro, em live realizada em outubro de 2020. A miniatura do ônibus da Itapemirim foi usada para revelar os planos de concessão de aval ao grupo para operação de uma companhia aérea

Caos aéreo

Ao longo do fim de semana, sites e canais de TV mostraram uma situação caótica no aeroporto internacional de Guarulhos, com passageiros da ITA reivindicando esclarecimentos por parte da companhia e das autoridades.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A questão é que o procedimento adotado pela Itapemirim, com um apagão completo das operações sem qualquer aviso prévio, pegou todos o sistema aéreo de surpresa — e empresas de turismo, como a CVC, se viram no centro de um enorme problema. Em comunicado emitido na noite de sexta (17), a empresa disse apenas que a decisão foi tomada "por necessidade de ajustes operacionais".

Em notas enviadas ao longo do fim de semana, a empresa disse estar prestando assistência aos passageiros afetados e orientando-os a não irem aos aeroportos — depoimentos colhidos pela imprensa, no entanto, deram a entender que a empresa era muito pouco útil em termos de ajuda aos clientes.

A Anac, por sua vez, lavou as mãos e limitou-se a dizer que a ITA foi "intimada a cumprir medidas para assistência aos passageiros que adquiriram bilhetes aéreos da companhia e a prestar à Agência informações atualizadas sobre as ações previstas para honrar os bilhetes vendidos e reacomodação dos seus clientes".

Vale lembrar que o setor aéreo é particularmente difícil, dada a grande quantidade de fatores externos que podem afetar as finanças das companhias. A variação do dólar e do preço do petróleo mexem diretamente com os gastos com combustível de aviação (QAV); grande parte dos custos relacionados às aeronaves também é orçado em dólares.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, um mês após o início das operações da ITA, surgiram as primeiras notícias de dificuldade financeira da recém-criada companhia aérea, com atrasos no pagamento de funcionários — um sinal de que algo não ia bem.

O problema, infelizmente, estourou às vésperas do natal, causando um enorme estrago ao setor aéreo do país e ao planejamento de milhares de brasileiros no fim do ano.

Avião da Itapemirim Linhas Aéreas (ITA) no Aeroporto de Guarulhos. Fonte: Instagram

CVC (CVCB3): problemas e mais problemas

Mas voltemos à CVC (CVCB3): para piorar a situação, 25 voos da Latam foram cancelados ao longo do fim de semana após uma falha no sistema de iluminação no aeroporto de Guarulhos, aumentando ainda mais a escassez aérea e a dificuldade para remanejar os passageiros afetados pela Itapemirim.

Por fim, há ainda uma preocupação maior com a pandemia: a variante Ômicron tem gerado uma nova onda de restrições na Europa, e há o temor de que essa dinâmica seja replicada no restante do mundo ao longo dos próximos meses. O que, se concretizar, provocaria uma nova turbulência no setor de turismo, justamente na época de maior demanda por viagens.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tanto é que as ações ON da CVC (CVCB3) já se aproximam das mínimas do ano, recuando quase 50% em relação aos patamares vistos em julho. Veja o gráfico abaixo:

Segundo dados do TradeMap, os papéis CVCB3 têm uma recomendação de compra, três de manutenção e uma de venda. O preço-alvo médio é de R$ 23,75, o que representa um potencial de alta de 67% em relação aos patamares atuais — a estimativa mínima, no entanto, é de R$ 8,00.

Em termos de valuation, o EV/Ebitda estimado para CVCB3 ao fim de 2022 é de 4,7 vezes, acima da média de três anos para as ações, de 3,1 vezes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil

8 de dezembro de 2025 - 6:31

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovic, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias

PEQUENA E PODEROSA

Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas

7 de dezembro de 2025 - 14:06

Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.

ILEGAIS

CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são

6 de dezembro de 2025 - 12:39

Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros

QUANTO MAIOR A ALTA...

Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas

6 de dezembro de 2025 - 11:23

Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”

5 de dezembro de 2025 - 16:44

Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência

CARTEIRA RECHEADA

Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro

5 de dezembro de 2025 - 10:07

A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%

MERCADOS

Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar? 

4 de dezembro de 2025 - 19:00

A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui

ALÉM DAS NUVENS

Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan 

4 de dezembro de 2025 - 17:35

Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes

BOLSOS CHEIOS

Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes

4 de dezembro de 2025 - 12:15

Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação

MEXENDO NA CARTEIRA

Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista

4 de dezembro de 2025 - 10:24

Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa

FII DO MÊS

BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro

4 de dezembro de 2025 - 6:02

Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo

FECHAMENTO DOS MERCADOS

A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133

3 de dezembro de 2025 - 19:05

Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas

TOUROS E URSOS #250

Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026

3 de dezembro de 2025 - 18:33

Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos

AÇÃO DO MÊS

Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo

3 de dezembro de 2025 - 6:04

Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país

UMA AÇÃO PARA CARREGAR?

Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026

2 de dezembro de 2025 - 19:20

Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos

PERSPECTIVAS 2026

A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano

2 de dezembro de 2025 - 12:46

Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios

CARTEIRA RECOMENDADA

As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG

1 de dezembro de 2025 - 18:03

Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período

AÇÕES NO TOPO

XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda

1 de dezembro de 2025 - 15:00

Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais

O INSACIÁVEL

A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação

1 de dezembro de 2025 - 9:55

Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje

1 de dezembro de 2025 - 8:43

Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar