À espera de fala de Biden sobre pacote de estímulos, bolsa brasileira deve viver sua própria história
Enquanto o mundo espera a fala de Joe Biden sobre o pacote de estímulos ao setor de infraestrutura, o Brasil deve repercutir o cenário interno
Assim como em “As Mil e Uma Noites”, o Brasil parece estar preso em uma série de histórias que tem mais ou menos uma relação umas com as outras, mas nenhum fim. Enquanto o país vive o pior momento da pandemia, batendo trágicos recordes de mortes por dia, a reforma ministerial pegou todos de surpresa, bem como a saída dos chefes das forças armadas.
Do lado de fora do livro Brasil, o exterior segue à espera de maiores informações sobre o pacote de estímulos de Joe Biden, que deve contar com um aumento significativo de impostos para empresas e resistência do Congresso.
Também de olho nos Estados Unidos, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez duas reuniões com representantes dos EUA para, segundo ele, “ampliar a vacinação em curto prazo”. Ele pediu uma antecipação de 20 milhões de doses da vacina da Pfizer, que estão em estoque no país. O Brasil já vacinou 8,0% da sua população até o momento.
E vivendo sua própria história, o Ibovespa encerrou o dia com fortes ganhos, de mais de 1%. Os investidores estão otimistas com a perspectiva de que a nova troca de ministérios configure uma mudança na atual política de Bolsonaro e sua relação com o Centrão, e que as pautas relativas à economia, como privatizações e reformas, consigam ganhar o debate nacional.
Confira esses e mais destaques que irão influenciar os mercados nesta quarta-feira (31):
Fechamento ontem
O Ibovespa encerrou o pregão de ontem em alta de 1,24%, aos 116.849 pontos, maior patamar desde o dia 15 de março, enquanto o dólar à vista encerrou em leve queda de 0,08%, a R$ 5,761.
Leia Também
O principal índice da bolsa brasileira se descolou de Brasília para operar. Também se afastou do fechamento negativo em Nova York, que sofreu com a alta dos juros futuros no último pregão.
O plano de Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pretende aprovar um pacote de US$ 3 trilhões para o setor de infraestrutura. Isso implicaria em um aumento da carga tributária no país, que subiria de 21% para 28% dos impostos corporativos.
De acordo com a versão preliminar do projeto, o montante será distribuído ao longo de oito anos para os segmentos de construção de estradas e pontes, ampliação do acesso à internet banda larga, linhas de financiamento para carros elétricos e modernização das redes elétrica e de saneamento básico.
A notícia é positiva, em especial para países exportadores de matérias primas, porque representaria uma alta na demanda de commodities, como minério de ferro e petróleo. Apesar do tema ser controverso ao Congresso americano, Biden dará mais detalhes em uma coletiva ainda hoje (veja agenda do dia).
Dança das cadeiras (ainda)
A troca de seis ministros pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ainda repercute no mercado interno, e ganhou mais um capítulo. Os comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército foram retirados dos cargos na tarde de ontem, o que aumentou a tensão em Brasília.
Clicando aqui você confere o texto da Julia Wiltgen, que comenta sobre como essas trocas devem ser analisadas pelo mercado e por economistas daqui para frente.
Bolsas pelo mundo
As bolsas da Ásia fecharam em queda generalizada, em linha com o fechamento de Nova York. O mau humor prevaleceu, ainda como reflexo do baque que sofreu um grande fundo de investimento dos EUA. O tom negativo superou os dados da economia chinesa, que está se recuperando dos efeitos da covid-19 mais rápido do que o esperado.
Enquanto isso, as bolsas da Europa abriram sem direção definida, com dados locais de inflação e crescimento. Mas os investidores seguem à espera do detalhamento de Biden sobre o plano de investimento em infraestrutura, o que aumenta o clima de cautela no mercado europeu.
Agenda do dia
Confira os principais indicadores e eventos para esta quarta-feira (31):
- IBGE: PNAD Contínua - taxa de desemprego para o trimestre encerrado em janeiro (9h)
- EUA: Relatório sobre criação de empregos no setor privado (9h15)
- Banco Central: Nota sobre política fiscal e setor público consolidado (9h30)
- EUA: Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, participa de evento do Conselho de Estabilidade Financeira (16h)
- EUA: Biden detalha plano trilionário de infraestrutura (sem horário marcado)
Empresas
Confira os destaques das empresas:
- A Qualicorp teve lucro de R$ 67,6 milhões no quarto trimestre do ano passado (alta de 12,4%) e o Ebitda ajustado caiu 16,8%, para R$ 190,3 milhões
- O Enjoei registrou prejuízo líquido de R$ 18,856 milhões no quarto trimestre, 46,9% pior do que um ano antes
- A Méliuz teve lucro líquido de R$ 32 milhões em 2020, alta de 175% em relação ao ano passado
- A Westwing teve prejuízo líquido de R$ 5,357 milhões no quarto trimestre de 2020
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
